domingo, 25 de janeiro de 2009

- Vejam só isso, é algo interessante. Às vezes ele faz sem querer, é engraçado! – Laharl falou rindo.

- Professora, eu não concordo com a escolha que a senhora fez. Eu e Luna somos namorados, cuidaríamos melhor de uma criança juntos. – Eu falei sério, com esperanças.

- Senhor Chronos, o que...O que...Eu concordo com.... – A professora Mira começou a falar, sem tirar os olhos dos meus.

- Seth, sem hipnotizar a professora! – Laharl falou rindo e o som de sua voz fez a professora Mira voltar ao normal piscando, enquanto ele recebia um olhar azedo meu. O resto do pessoal caia na gargalhada.

- Onde eu estava? Ah sim, Sr. Chronos não haverá troca de pares. Você e a Sra. Rizemberg ficarão juntos, e a Sra. Lovegood e o Sr. Hammenb serão o outro casal.

Eu praguejei baixinho enquanto dava a mão para Luna, que sorria. A Professora Mira havia decidido dar aulas de cuidados domésticos para a turma e por isso ela nos havia divido em duplas, ou casais como ela queria chamar. Cada casal deveria cuidar de uma “criança” enfeitiçada para agir como um bebê real, que sentia fome, chorava, fazia necessidades fisiológicas e tudo mais. Contra todas as expectativas, em vez de manter eu e Luna como um casal, ela resolveu nos unir a outros alunos. Eu faria par com uma garota de Durmstrang, chamada Luziana Rizemberg, enquanto Luna faria par com um imbecil de Durmstrang, Daniel Hammenb. Eu e Rizemberg seríamos um casal recém-casado, enquanto Luna e Hammenb seriam um casal com anos de relacionamento. Eu segurava a criança e ela havia adormecido em meu colo, enquanto a criança de Luna brincava com o brinco de alho dela. Rizemberg se sentou ao meu lado e sorriu para mim, enquanto Hammenb sentou ao lado de Luna.

- Olá, Seth. Como quer que eu te chame? Somos recém-casados, prefere que eu o chame de Seth, querido, amor? E nosso pequeno Junior é tão lindo!

- Chronos. – Falei seco.

- Nada disso, somos casados não podemos nos tratar pelo sobrenome! Fora que eu também seria a senhora Chronos! – Ela falou sorrindo, ignorando meu mau humor.

- Me chame apenas de Chronos. – Eu repeti ácido.

- Vou te chamar de Kam então. E você pode me chamar de Luzi ou Ana.

- Desculpa me intrometer, mas antes de qualquer coisa, não chame meu Kam assim, ou eu faço você comer visgo do diabo. – Luna falou enquanto encarava Rizemberg, que entendeu o recado, pois ainda havia algumas garotas com sintomas de alucinações pela escola...

Eu suspirei e beijei Luna longamente e notei um olhar estranho de Rizemberg. Como sou sortudo, devo ter pego uma louca que vai levar tudo isso a sério!! Luna sorriu e falou que iria conversar mais com Hammenb, indo se sentar com ele. Eu estreitei meus olhos para ele e podia ler sua mente perfeitamente, o que me fez ficar com muita raiva. Passei a criança para Rizemberg enquanto encarava Hammenb e ouvia a conversa deles.

- Muito prazer, pode me chamar de Daniel, se preferir. Posso te chamar de Luna?

- Claro, Daniel. Então que tal Arel para nossa filha?

- É um bom nome...Teremos que nos conhecer bastante, segundo o perfil da professora, temos anos de relacionamento. – Ele falou rindo, porém eu lia sua mente e sabia muito bem o que ele queria dizer. – Eu vi você no baile, estava muito linda, como agora.

- Obrigada, mas não precisa elogiar. Bem com o tempo a gente descobre mais um pouco sobre o outro.

- O Chronos, é seu namorado não é? – Ele falou, me dirigindo um olhar muito rápido. – Eu tenho medo de como ele encara, no momento parece que ele é capaz de voar no meu pescoço.

- Ah não se preocupe, ele é capaz disso, mas não na frente de um monte de gente. – Luna falou com um sorriso leve, que deixou Hammenb mais nervoso. – Vamos jantar juntos então? Temos que cuidar de uma criança. – Ela falou enquanto fazia cócegas em sua “filha”.

Eu me remoia de ciúmes e dirigia toda a potência de meu olhar assassino para o tal Daniel, como uma mensagem: se tentar algo eu faço você engolir essa criança. Antes de eles saírem, Luna correu para me dar um beijo e eu a puxei para um abraço. Sentia que por causa dessas crianças não teríamos muito tempo juntos, mas isso não me impediria de estar ao lado dela 24 horas por dia.

- Não acho certo você ficar de conversa com outra mulher. – Luziana começou e eu bufei. Ouvi Ty, Gabriel, Miyako, Griffon e Laharl rindo da minha cara e dirigi um olhar azedo para eles.

- Não comece a confundir as coisas, Rizemberg. Ela é minha namorada, a garota que eu amo. Só estou fazendo par com você por causa da professora, se não nunca chegaria perto de você. – O mau humor me impedia de tentar ser educado...

- Não diga uma coisa dessas na frente de nosso bebê! Sei que está brincando e que você gosta de mim! Irei perdoar essa outra mulher. Para as coisas serem mais reais, que tal...

- Não. Não iremos morar na mesma república, ou pior no mesmo quarto. Não, não seremos um casal de verdade. Não, não vamos andar por ai juntos. Não, não nos beijaremos, muito menos qualquer outra coisa. Estamos entendidos?

- Mas somos um casal! Casais fazem certas coisas... – Ela falou enquanto se aproximava de mim, tentando me abraçar e eu desviava, pegando a criança no colo.

- Muito bem, Luziana, vou ser direto. Eu sei cuidar de crianças, cuido da minha irmã sozinho. Eu cuidarei sozinho dessa criança, escreverei os relatórios e colocarei o seu nome. Pode ir embora que eu faço tudo sozinho.

- Nada disso, querido! Devemos ficar juntos! Vamos almoçar, jantar e passear com nosso filho pela escola juntos. E se sobrar um tempo para nós, será ótimo!

Eu suspirei e me levantei, ignorando-a e saindo da sala. Ela me seguiu, ainda tagarelando em meu ouvido e eu ignorei tudo que ela dizia. Ela queria saber das coisas que eu gosto, de que tipo de comida, que tipo de roupa, de qual tipo de cabelo, minha cor favorita. Enquanto dizia tudo que gostava. Eu simplesmente ignorava e ao chegarmos no salão para jantar, sentei-me ao lado de Luna e a abracei. Meu “filho” brincou com os cabelos dela, enquanto a “filha” dela chorava no colo de Hammenb. Luna me beijou e depois pegou a “filha” no colo, acalmando-a. Luziana sentou do meu outro lado e ficou calada, graças a Merlim.

Dois dias depois

Apesar de todo o meu “carinho” e “atenção”, Rizemberg não largava do meu pé. E isso estava realmente me irritando. Na primeira noite eu deixei a criança com ela, dizendo que tinha atividades de clubes para fazer e passei o resto da noite observando Luna e Daniel, aumentando mais meu mau humor, mas não seria isso que me impediria de cuidar dela. Daniel tentava se aproximar cada vez mais, conversando e brincando com Luna, jogando todo o charme que ele conseguia reunir, e também toda a coragem. Luna parecia ignorar as tentativas dele, mas conversava muito com ele. Arel, a “filha” deles era muito chorona e preferia o colo de Luna ao dele, mas gostava de tomar mamadeira com ele. Muitas vezes ele passava um braço por cima do ombro ou pela cintura dela, e apenas meu autocontrole imenso me impedia de voar em seu pescoço. Luna se afastava nesse momento e começava a comentar de mim, fazendo Daniel recuar e tremer um pouco. Para a sorte dele, ele não ofereceu a possibilidade de dormirem na mesma república, mas fez questão de acompanha-la até a porta da Avalon, despedindo-se com um beijo no rosto e deixando a criança com Luna. Assim que ela entrou no quarto, que no momento estava vazio, ela abriu a janela e eu pulei para dentro.

- Ele beijou você! – Eu falei com os olhos vermelhos. – Ele pegou em sua cintura, abraçou você! Ele está indo longe demais e não sabe com quem está brincando.

- Não se preocupe, Kam. Já avisei para parar, e se ele continuar, eu sei me defender. Como está seu relacionamento com a Ana? – Ela perguntou rindo, mas notei ciúmes na voz.

- Maravilhoso! Aquela louca acha realmente que somos casados! Quer que fiquemos na mesma república, que andemos abraçados e tudo mais! Eu não agüento mais!

- Eu não gostei dela. – Luna comentou seca, apesar do sorriso no rosto.

- Como se eu gostasse. – Abracei-a, dando um beijo em sua testa. Em seguida peguei Arel e balancei um pouco em meus braços até ela dormir, não sem antes vomitar no meu ombro, que eu limpei com um aceno da varinha. – Queria tanto que fosse nossa filha juntos.

- Você também está levando bem a sério, Kam. Isso não passa de um teste...Mas adoraria que fosse nosso filho também.

- Seria maravilhoso vivermos juntos. – Eu comentei corando. – E criarmos nossos filhos.

Ela me abraçou e ficamos nos beijando até Arel começar a chorar novamente. Luna a pegou no colo e a acalmou, depois me falou que já era tarde e eu respondi que não a deixaria sozinha, mas ela me convenceu a voltar para minha república. Eu sai de lá um pouco mais animado, mas não sem antes prometer que voltaria para cuidar dela.

Quando cheguei na Spartacus, senti meu ânimo despencar, porque sentada na porta estava Rizemberg. Eu bufei e tentei passar direto por ela, pois sabia que a criança estava dentro do quarto em um berço. Ela, porém, levantou e ficou diante de mim, me encarando, como se eu tivesse feito algo errado.

- Você deixa a mim e seu filho sozinhos e vai andar por aí com alguma outra mulher?! – Ela falou, começando a altear a voz, apontando um dedo para mim, me deixando com muita raiva.

- Olha aqui, Rizemberg, pela última vez: nós não somos casados! Eu namoro a Luna, e a amo! Você está louca só pode ser!

- Está com uma amante?!

- Por Merlim, Rizemberg, não comece com isso. Eu já falei, Luna é minha namorada, e não você, uma garota maluca que pensa que temos algo, apenas porque caímos como dupla! Vá embora, eu cuido da criança hoje.

Eu perdi a paciência e a comandei, com meus olhos fixos no dela. Ela pareceu perder o foco e depois virou as costas pisando forte, com raiva aparente. Eu suspirei e olhei para o céu, me perguntando porque comigo? Quando entrei no quarto, “Junior” chorava e após amamenta-lo fiquei andando com ele pelo quarto enquanto cantava para ele. Ele adormeceu nos meus braços e o coloquei de volta ao berço, quando notei pequenas manchas vermelhas por seu corpo e identifiquei alergia. Mais um problema, agora precisaria cuidar dessa alergia, que devia ser por causa de algo em uma das duas repúblicas. Enquanto ele dormia, escrevi o relatório do dia e após dar mais uma olhada nele, fui para a janela do quarto de Luna e passei a noite vendo-a acordar para cuidar da criança. Algumas vezes eu ouvia Junior chorando e voltava para cuidar dele.

No dia seguinte, assim que coloquei os pés para fora da Republica, Rizemberg já me esperava e correu para abraçar Junior, abraçando-me junto. Eu a empurrei de leve e mantive o bebê em meus braços, ignorando-a e seguindo em frente. O dia inteiro ela continuou me seguindo e perturbando, e não me deu tempo de ficar com Luna direito, e podemos apenas trocar um olhar durante as aulas, enquanto ela e Hammenb tentavam acalmar Arel que parecia estar passando mal. Cuidar dessas crianças, aturar “companheiros” chatos e grudentos estava diminuindo o nosso tempo juntos, o que não ajudava o meu humor.

Ao final do dia, deixei Junior com Rizemberg e falei para ela cuidar dele direito, tomando cuidado para se a alergia dele não piorasse. Ela tentou me beijar quando me despedi, e eu simplesmente evitei o beijo, indo embora em seguida. No caminho para Avalon, passei por Hammenb que voltava com Arel nos braços, após deixar Luna em casa. Ele inclinou a cabeça para mim e eu devolvi o cumprimento, com um olhar ácido, que o fez acelerar o passo.

Encontrei Luna na porta da Avalon, me esperando, e sorrimos juntos quando nos abraçamos. Como era bom sentir o cheiro dela novamente, após passar um dia inteiro sentindo apenas o cheiro de coco, vômito e urina de bebê. Começamos a andar próximo de Avalon e nos sentamos em um banquinho.

- Então, como foi seu dia, Sra. Hammenb? – Falei extremamente azedo, deixando minha raiva clara no nome Hammenb.

- O meu dia foi difícil, Arel está com diarréia, algo que ela comeu não a fez bem e passamos o dia tentando cuidar dela. E eu sou a Sra. Chronos, não se esqueça. Como está o Junior? – Ela falou rindo, beijando meu rosto ao ver meu olhar.

- O Junior também não está muito bem. Ele está com alergia, ficar indo de uma república a outra não o faz bem. Consegui fazer a alergia regredir um pouco, mas me preocupo dele piorar hoje a noite. Rizemberg não sabe cuidar de crianças. Ela me irrita tanto Luna! Hoje ela passou o dia querendo saber de você, que tipo de coisa você gosta, do que eu mais gosto em você. Tenho medo de amanhã ela estar vestida como você. Ela é louca!

- Ela só está assustada com a rivalidade. Ela está levando isso muito a sério mesmo! Parece até que ela quer competir comigo.

- Não duvido disso. Ontem a noite, quando cheguei na República, ela estava me esperando e me acusou de estar traindo ela! Ela é louca!

- Daniel não está a esse ponto, ele sabe que você é o único que eu amo e meu namorado. Mas isso não o impede de ficar tentando me conquistar e tudo mais.

- Eu faço ele parar em um instante! Mas chega de falar dessas coisas, vamos aproveitar esse tempo juntos, antes que algum professor ou auror venha nos proibir de ficar fora das repúblicas. – Falei com tom irônico, porque a maioria dos aurores parecia ter medo de mim.

Eu a abracei e ficamos observando as estrelas, enquanto conversávamos sobre outras coisas. Ficamos algum tempo assim, namorando, quando ouvimos passos próximos de nós. Imediatamente eu me pus alerta e de pé, os olhos acessos, enquanto Luna ficava ao meu lado varinha em punho. Porém me acalmei antes que a pessoa se revelasse.

- Seth, tenho um recado para você. – Plenair falou quando chegou mais perto.

- Boa noite, Plenair. Pode dizer.

- Desculpe interromper o seu namoro. – Ela falou com uma piscadela. – Mas a Sra. Celas conseguiu novas informações sobre os vampiros. O vampiro Caleb conseguiu nos passar informações sobre os vampiros, que deveríamos repassar para vocês, acerca das habilidades de alguns dos vampiros.

Hellion era considerado um vampiro extremamente poderoso porque dominava diversas habilidades vampíricas, mas a mais poderosa delas, era o controle das trevas e uso de servos. Porém na habilidade de ilusão, ele não era muito forte. Porém, o vampiro Isaiah, é extremamente habilidoso com ilusões, muito mais do que Hellion. O senhor e seus amigos devem ficar atentos a isso, e suspeitar de qualquer coisa fora do normal.

- Muito obrigado, Plenair. Nós tomaremos cuidado. Você já avisou Griffon e os outros?

- Sim, só faltavam vocês dois. Griffon e Miyako estão tentando fazer a criança deles parar de chorar, e quando sai de lá, Griffon estava dando algumas Gemialidades para ele brincar.

- Somente o Griffon mesmo...Tenho pena da Miyako. Peça a meus pais para que aumentem as defesas contra ilusão, por favor.

- Já faremos isso, e seu pai pede para avisar que em breve um Classe 9 será enviado para Durmstrang.

Eu assenti e fiquei calado pensando. Luna cumprimentou Plenair que saiu logo em seguida, para voltar a ronda da escola. Nós dois nos sentamos novamente e ela deitou a cabeça em meu ombro, enquanto eu acariciava seu cabelo. Eu pedia para que ela tomasse mais cuidado ainda, pois não suportaria que algo acontecesse a ela. Ela me dizia que tudo ia ficar bem, e que não cairia numa ilusão tão facilmente. E isso era algo que eu implorava para que fosse verdade.

blog comments powered by Disqus
 

Os Renegados © 2008. Design By: SkinCorner