quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Havia passado pelo menos uns 10 dias desde a nossa volta às aulas, e como se não bastasse a vontade insana dos professores de 3 escolas diferentes competirem entre eles para exibir seus talentos docentes, aumentando nossa carga de estudos, no meu caso os treinos mais pesados no Quadribol, outros problemas sérios surgiram em nosso caminho, além dos problemas pessoais de cada um de nós.
Um deles era Micah não ter voltado depois das festas de final de ano, por ter sido ameaçado pelo pai da Evie, e o outro era descobrir o que o Conselho dos Vampiros poderia fazer caso eles entrassem em guerra, que poderia ameaçar não só o Torneio Tribruxo, mas o mundo dos bruxos e dos trouxas.

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- Geórgia, a Savannah mudou de escola?- perguntei para Geórgia quando a vi estudando na biblioteca, quando fui devolver uns livros. Se alguém sabia sobre tudo que acontecia na Avalon era a Geórgia, quer dizer quase tudo ;).
- Não! Ela deve voltar a semana que vem, ainda está em repouso. - ela respondeu baixo enquanto olhava para os lados.
- Repouso? O que aconteceu?
- Foi no dia seguinte ao baile, ela caiu das escadas e perdeu o bebê. - fiquei chocado, apesar de não querer ver Savie nem pintada de ouro na minha frente, por causa da armação dela para cima de mim, sabia que perder um filho era traumatizante para uma mulher. Comecei a sentir pena dela quando Geórgia disse:
- Ivanov a encontrou, precisava ver o rosto dela, ficou bem machucado, difícil acreditar que um tombo da escada faça todo aquele estrago. - paralisei, enquanto olhava para Geórgia e ela me olhava incisivamente.
Não precisava ser adivinho para saber o que de fato havia acontecido.

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- Seu companheiro de quarto ronca mais que um porco. Eu sou mais silencioso. - disse baixo e Micah estava tão distraído olhando pela janela que respondeu automáticamente:
- Você fala de garotas quando dorme... Ty? Como entrou aqui? Você esta estranho... É a...? Uau!- e tentou pegar meu braço, mas passou por ele, e me olhou chocado. Ri e expliquei:
- Projeção astral. O tempo é curto, então vou ser rápido: Porque não me procurou? - ele entendeu a que eu me referia e respondeu:
- Não dava para sair batendo de porta em porta. Eles...Eles realmente me assustaram. Então contei ao Chris e pedi que repassasse. - disse.
- Eu sei que assustaram, Wes e Chris nos falaram, e isso era mais um motivo para você pedir ajuda dos amigos. Nós vamos ajudá-lo a sair desta ok?
- Nós? - e percebi seu alarme.
- Eu e os garotos, a Miyako está junto, é claro. Chris e eu contamos a eles sobre a Sociedade, e Gabriel, Victor, Ricard, Reno, Seth e Griff vão ajudar a te levar de volta.
- Se eu voltar, não só a Evie correrá perigo, como todos vocês...Eles falaram sério.
- Quando você voltar, não haverá ameaças a você ou a ela. Vocês não estarão sozinhos, e com isso eles não contam. Esta ‘coisa’ chegou a esferas maiores, então vamos ter ajuda de gente graúda na Sociedade, que está descontente com o rumo que ela tomou. - percebi o brilho de esperança em seus olhos, mas ele disse de ombros caídos:
- Ela não vai me aceitar de volta...
- Talvez não, você pisou feio na bola Yankee, mas está na cara que vocês dois se amam, então fica preparado e deixa o resto por nossa conta. - meu corpo começou a ficar mais transparente, era a hora de voltar e Micah perguntou:
- Como ela está?- eu até pensei em mentir e deixá-lo mais tranqüilo, mas mentiras haviam conduzido a esta situação.
- Sobrevivendo... Assim como você.
Voltei para o meu corpo físico, que estava dormindo confortavelmente na minha cama na Spartacus e meus colegas me olhavam aguardando. Contei a eles como Micah estava péssimo e isso só fortaleceu mais ainda nossa decisão de trazer nosso amigo de volta para a geleira, afinal era nosso último ano e íamos dar um jeito de nos formarmos juntos. Era uma promessa.

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Eu havia sido nomeado capitão pela Sapientai, e sabia que esta era a minha segunda chance, de ser um bom capitão e sabia que com um trabalho bem feito, teríamos chances de chegar à final. Treinamos forte durante a semana, e o professor Henri havia elogiado nossa sincronia e força de ataque. Estávamos no vestiário, e faltavam alguns minutos para entrarmos em campo e jogar contra a Ansuz, era a hora do discurso do capitão e eu não estava nervoso por falar com eles, estava contente, pois iria tirar um peso das costas:
-Quero falar com vocês sobre a minha expulsão do time em Beauxbatons...- comecei e Devlin disse:
- Isso é passado, nada a ver com o jogo de agora. Quer nos deprimir?
- Tem a ver sim, porque vocês precisam poder confiar que como seu capitão, eu vou tomar a decisão certa e não prejudicar o time. Afinal no time adversário, também tem uma amiga minha jogando. Eu errei naquela vez, reconheço isso. Achei que deveria proteger a Miyako por ela ser minha melhor amiga e uma garota. Eu não a respeitei como atleta, não levei em consideração que ela sabia se cuidar, e não respeitei a confiança que o time havia depositado em mim. Eu vacilei, peço desculpas. - disse sério e olhei em volta, o pessoal do time estava pasmo e Gabriel me olhava satisfeito, me apoiando.
- Falem alguma coisa...Perderam a língua?- perguntei.
- Cadê o ogro verde e fedido? Estilo gato de botas não combina com você. - disse Devlin
- Uau, adoro rapazes que sabem reconhecer seus erros, se eu fosse uma garota tinha me apaixonado. Ops! Eu sou uma garota. Ty acho que te amo! - disse Cecile Bordeaux e rimos da palhaçada, mas eu retomei o discurso:
- Não quero que façam o impossível, só peço o melhor de cada um de vocês. Conheço aquele time, eles são bons, mas não têm um décimo do talento de vocês para o jogo, porque eles ainda não são ‘um só’, como nós. O nosso coração está no time, e isso nos torna melhores. Vamos lá e mostrar a eles que não viemos brincar. Quem somos? - disse estendendo a mão e outras 6 foram se colocando por cima enquanto gritávamos juntos:
- ESFINGES!
Ouvimos o narrador começar a apresentar os times. Era agora ou nunca!

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- E vence a Sapientai! Por 250 a 100!

Quando o narrador anunciou a vitória após Gabriel pegar o pomo, descemos rápido e nos embolamos no meio do campo comemorando e a torcida de Beauxbatons comemorava junto conosco.
O jogo havia sido difícil, Ivanov havia mudado de posição, e era o novo batedor da Ansuz, e foi muito bom rebater os balaços que ele mandava contra o meu time, e perguntar se era o melhor que ele podia fazer. Ele fervia de ódio, e eu ria satisfeito. Durante a comemoração os outros jogadores da Ansuz nos parabenizavam pela partida, e ele e Max estava um pouco afastados, olhando-nos com raiva.
Senti alguém bater nas minhas costas e me virei, era o professor de Beauxbatons todo sorridente e o professor Volkov estava junto. Havia um homem gordo perto deles e Henri disse para todos:
- Ótima partida pessoal! - acenamos contentes e o professor de Durmstrang disse:
- McGregor, nós gostaríamos de falar com você, pode nos acompanhar?- disse o professor Volkov, todos ficaram tensos, mas como ambos estavam, com sorrisos amistosos eu disse para o time:
- Vão comemorar, eu os encontro daqui a pouco.
Acompanhei os 3 até uma sala no castelo para conversar. Esperava não demorar muito e perder a festa.
Quando encontrei o pessoal no bar do vilarejo comemorando, eles pararam querendo saber o que os professores queriam comigo, e quando vi a cara preocupada de meus colegas de time e dos meus amigos, disse sério, fazendo suspense:
- Er...Hum... Eu...Nem sei como dizer isso...Mas é melhor ser direto...
Eu sou o novo batedor reserva dos Abutres de Vratsa. - o choque estampado nas caras deles era enorme, mas logo foi substituído pela alegria.
Apesar de tudo que estava acontecendo, havia mais um motivo para comemorar neste dia.
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