segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A população de Durmstrang realmente havia aumentado e mudado.
Pelos corredores podíamos ver aurores usando vestes escuras em posição de alerta e outros até com a postura relaxada, alguns eram arrogantes, principalmente alguns novatos da Academia, e era engraçado ver que quando Seth, os encarava alguns não agüentavam e baixavam os olhos.
Às vezes era visível que alguém nos seguia, mas em outras podíamos até fingir que estávamos sozinhos, mas não era verdade. Sabíamos o que estava em jogo, então ninguém baixava a guarda.
De todos nós, os mais assustados com os acontecimentos eram as meninas da Avalon que até andavam com cabeças de alho nos bolsos. Seth sempre fingia que o alho o repelia, mas elas insistiam, e Luna resolveu que iria ajudá-las a passar pelo momento difícil e passou a usar uma também, e ele parou de brincar. Então nós dizíamos que era o novo perfume do momento rsrs.
Hoje elas estavam ate um pouco mais calmas, Tio Lu havia cumprido sua promessa de enviar reforços e eu reconheci vários aurores do clã misturados com os do Ministério, e isso era bom, significava que tanto o torneio quanto os alunos estavam protegidos. Laharl era nosso acompanhante de hoje e ele era engraçado. Puxava papo conosco durante o caminho para as aulas, e sempre havia alguma observação sobre segurança que ele inseria sem ser óbvio.
- Finalmente uma aula tranqüila e porque não dizer, bonita. - eu disse enquanto íamos para a aula de Literatura Mágica e os garotos riram enquanto as meninas reviravam os olhos e Laharl nos olhava curioso.
- Laharl só deve ter lido o relatório sobre a professora Mira, ainda não a conhece pessoalmente. Vai entender quando a vir. - disse Griff e rimos quando ele balançou a cabeça descrente.
- Bom pelo menos posso dizer o mesmo dos treinos de quadribol. A freqüência nos treinos aumentou, aquilo tá lindo de se ver. - disse Milla e as garotas riram, pois os professores de vôo das 3 escolas eram cobiçados e sempre apareciam nos treinos uns dos outros.
Entramos na sala de Literatura Mágica e tomamos um susto. Onde antes havia cadeiras e mesas, estava ocupado por bancadas cheias de produtos para bebês, fraldas, brinquedos, carrinhos, chocalhos, cadeirinhas, enfim parecia que estávamos numa creche.
Olhei para Laharl e ele levantou os ombros, tão curioso quanto nós. Não demorou muito e uma caixa enorme entrou levitando pela porta e atrás dela estava a professora Mira, muitos de nós não contiveram o suspiro, quando ela passou. Ela levitou a caixa ate a mesa principal e quando a pousou olhou a sala toda dizendo:
- Bom dia classe! - e meio contrafeita acenou com a cabeça para o auror no fundo da sala. Laharl parecia entediado, porém a professora resolveu ignorá-lo e começou:
- Todos vocês leram a respeito de sexo, drogas, promiscuidade, bebedeiras que saiu no Profeta Diário. Acredito que algumas coisas sejam verdadeiras, e isso sinceramente não pode continuar sem alguma providencia a ser tomada...- e ela olhou para o auror que movimentou a cabeça como se estivesse aliviando uma dor no pescoço:
- Posso continuar senhor? Ou o Ministério vai interferir? Afinal não passei o meu plano de aula para o senhor antes.
- Continue senhora, nada mais agradável que falar de sexo, drogas e rock’n roll antes do jantar. E se isso mantiver os alunos em segurança, não vejo impedimento algum. Talvez para alguns isso seja o ápice de sua carreira estudantil.
A professora não esperava aquilo e o olhou mais atentamente e recomeçou:
- Conversei com o diretor e sugeri uma abordagem um pouco diferente deste assunto. Sabemos que vocês estão numa idade em que os hormônios exercem um grande poder sobre suas atitudes e podem tomar decisões erradas, sem analisar a longo prazo as conseqüências de seus atos. Não digo que vocês não devam ter uma vida de aventuras com uma vida sexual plena, saudável e... - Laharl pigarrreou, e ela apertou os olhos e continuou:
-...Mas desde de o façam com responsabilidade. Nós bruxos podemos nos contaminar com doenças tanto quando os trouxas, e se eles se previnem contra doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, devemos fazer o mesmo. E em muitos caso , 5 minutos de prazer, pode causar uma dor de cabeça para a vida toda. - rimos, olhei para os meninos e disse baixo:
- Nunca na minha vida esperei ter ‘a conversa’ com a professora Mira. Isso vai ser um pesadelo.
- Quero ver a cara do Laharl se ela resolver demonstrar como usar alguns métodos contraceptivos será, impagável. - murmurou Griff e rimos.
Então a professora Mira, com um gesto da varinha distribuiu um bebê para cada duas pessoas e nos olhávamos entre pasmos e divertidos.
- Acho que passamos da idade de brincar de boneca. - comentou Annia e Milla comentou baixinho:
- Mas já aprendeu a brincar de casinha... - seguramos o riso, enquanto ela ficava vermelha.
- Esta coisa táa chorando professora, e isso é água de verdade. - comentei afastando meus pergaminhos da mesa.
- Isso não é uma coisa McGregor, é um bebê. Acalme-o!- ela respondeu como se fosse óbvio.
Comecei a virar o bebê de todas a formas, sem nenhum cuidado. E a professora perguntou:
- O que você pensa estar fazendo?
- Procurando o manual de instruções, tem que ter algum não é? Isso é uma máquina, cadê o botão de liga e desliga?
E o pessoal riu quando a professora respirou fundo, pedindo paciência:
- Vocês não estão entendendo. Vou explicar novamente: cada um de vocês esta segurando um bebê, que eu enfeiticei com a ajuda do professor Lênin, então já sabem que é praticamente impossível serem modificados ou desligados. - disse olhando a todos, séria.
- Finjam que é um bebe de verdade, e é filho de vocês. Ele vai chorar de fome, de carência, quando estiver doente, enfim todas as necessidades de um bebê de verdade. Vou dividi-los em pares, e vocês agirão como se fossem pais deste bebê.
- A senhora está brincando não é? É uma pegadinha. - perguntou Wes e ela sorriu ante o assombro dos garotos.
- Isso vai fazer tudo que um bebê faz? - perguntou Nina.
- Sim, tudo que os bebês fazem, e vocês escreverão relatórios sobre as atividades. E o tratamento que vocês derem a ele, será registrado, e a nota de vocês será baseada em saber se vocês conseguem dar conta de uma responsabilidade adulta como, por exemplo: criar um filho.
Ela distribuiu as duplas e dando pequenos perfis falsos, quando disse:
- McGregor e Storm, casal bem sucedido, no ramo esportivo criando um menino...
- Professora, nós somos homens...- disse Gabriel e ela sorriu:
- Sim, eu sei. Vou formar casais diferentes, afinal o mundo está mudando, inclusive nos relacionamentos interpessoais. - quando ela disse isso, Griff começou a fazer um barulho parecido com uma tosse forte, mas eu sabia que ele estava se acabando de rir.
- A senhora quer que eu e Gabriel sejamos os pais deste bebê? Tipo...Um casal gay?
- Sim, eu quero. Alguma coisa contra relacionamentos ‘diferentes’?- olhei para Gabriel e ele depois de rolar os olhos, exasperado disse:
- Não senhora, não temos nenhum problema com isso. Vamos dar conta, e cuidar direito do bebê e ser bons pais. - e eu acenei positivamente, e Griff parou de disfarçar gargalhando alto, e ela olhou feio para ele que segurou o riso.
Alguns pares formados eram até engraçados, mas outros previsiveis: Milla faria par com Wes, Annia com Reno, e pensei ter visto Julianne olhar feio para ele, que olhou feio de volta quando ela fez dupla com Volkov, jogador de quadribol com mais músculos que cérebro. Chris ficou com a Gina, Evie ficou com Dario, Vina com Victor, Ricard ficou com Geórgia, E Griff ficou com Miyako, Nina com Chris Parker, e Michael teve a capacidade de pedir para a professora trocar pois Nina seria a parceira ideal para ele, e recebeu um sonoro não. Vimos quando Nina suspirou de alívio.
- Os bebês agirão como crianças de verdade, então para ser justa, durante as noites vocês se revezarão nos cuidados noturnos, uma noite ele dorme com o pai, e na outra com a mãe, isso não impede que um ajude ao outro nos cuidados, caso alguém fique doente. - olhamos para ela chocados e ela sorriu:
- Crianças ficam doentes, tomam vacinas, comem... Acho que vocês já foram crianças, então sabem do que estou falando. - e todos resmungavam baixo.
Quando a aula terminou saímos da sala com um bebe que não parava de chorar, e vários colegas tinham o mesmo problema. Gabriel me olhou e disse:
- Ty, o bebê está por sua conta, tenho ensaio no teatro.
- E eu vou ter que cuidar do bebê sozinho? A professora falou que somos um casal. - e meus colegas começaram a rir.
- Pára de dizer que somos um casal, Ty. Eu tenho que ir pro ensaio...
- Não corra da responsabilidade, Lobão, quando você voltar para casa, sua mala estará feita, vai ter que pagar terapia pro nosso filho. - falei sério e Gabriel após me olhar caímos na risada.
- Cara em que fomos nos meter...
- Bom, pelo menos temos bons exemplos a seguir não é?- e aqueles que não sabiam a que nos referíamos ficaram sem entender.
- É. E como somos um casal que trabalha e é bem sucedido, vou levar o bebe comigo e dar mamadeira para a coisa linda do papai. - disse segurando para o bebê em frente ao meu rosto. Devo ter sacudido demais, porque ele fez um barulho de arroto e vomitou em mim, um leite coalhado e com cheiro de azedo. Meus colegas se dobraram de rir e Laharl entre eles. Limpei o rosto com toda a dignidade que pude reunir e disse:
- Bem vindos ao maravilhoso mundo da paternidade, o dia de vocês chegará.
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