quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nightmare and Despair I - Trap

Lembranças de Griffon F. C. Chronos

Haviam se passado dois dias desde que Isaac chegara a escola e que Seth tivera a visão de que os vampiros estavam a caminho, mas até agora nada. Obedecendo às ordens de Isaac, Plenair aumentara o raio de vigilância para 20km ao redor do castelo, e toda noite, ela liderava grupos de batedores que vigiavam os terrenos ao redor da escola. Flonne fizera as barreiras de defesa da escola atingirem níveis extremos, e erguera novas barreiras, seria impossível um gato invadir a escola sem ela saber. Laharl comandava os grupos de ataque, que agora vigiavam a escola sem se esconder, vasculhando cada centímetro. Isaac passava o dia inteiro conosco, vigiando-nos de perto, e mesmo se ele não fizesse isso, ninguém sairia de perto dele. As garotas decidiram que a melhor forma de sobreviverem era ficar ao lado dele, e passavam o dia inteiro procurando a imagem dele, que todos aprenderam a respeitar e a ver como significado de segurança. Apenas eu e Seth tínhamos coragem de andarmos sozinhos, e Seth passava todas as noites em cima do telhado da Avalon, vigiando cada centímetro. Eu estava passando as noites em vigília no castelo, auxiliando Flonne com as barreiras. Os nossos amigos andavam sempre em grupos de no mínimo de 3 ou 4 pessoas, sempre acompanhados por pelo menos dois aurores do clã. Havia ao menos um auror para cada um de nós.
Fora o medo que todos sentiam, que parecia aumentar a cada noite que não havia um ataque, a rotina continuava a mesma. Os aurores do Ministro vigiavam todas as aulas, seguindo alunos e impedindo que fizessem qualquer coisa que achassem errado. Eles continuavam vigiando as aulas, censurando-as completamente, mas nada sofria tanto como o jornal da escola. Porém, começavam a surgir focos de resistência, e um novo Jornal em breve estaria circulando. Lobão estava se tornando quase um lidere revolucionário, e ele sempre brigava comigo quando o chamava assim. Os bebês continuavam exigindo muito de nosso tempo, mas todos estavam mais acostumados com eles agora e começávamos a melhorar nos cuidados. Eu e Miyako continuávamos nos revezando para cuidar do pequeno Chuck, que já sabia vários golpes de luta. Seth conseguiu pedir o divórcio da maluca da Rizemberg, que chorou até não poder mais e gritou pela escola inteira que Seth a havia traído, só se calando quando ele a olhou como se fosse mata-la. Luna e Hammenb já não estavam juntos, parece que ele teve um pesadelo em que Seth invadia o seu quarto a noite e o torturava para deixar de seguir a Luna...Ele não sabe, mas Seth fez mesmo isso...Então agora, Seth e Luna eram um casal novamente, cuidando de duas crianças, o Junior e a Arel, ambos bem crescidos e cuidados.
Os ânimos estavam um pouco altos na escola, pois os aurores do Ministério não aceitavam a presença dos Chronos, e não foram informados do perigo dos vampiros, apesar do Ministério saber. O encarregado deles tentou discutir com Isaac, dizendo que eles deveriam obedecer ao Ministério. Foi uma cena maravilhosa: o auror gritava com Isaac, enquanto este apenas o ignorava e continuava dando ordens, até o momento em que Isaac encarou o outro auror e este se calou, com certa apreensão. Desde então, a contra gosto, os aurores do Ministério evitavam encarar os Chronos.
- Essa demora me deixa apreensivo e preocupado, não sei o que estão armando. – Confessei a Isaac, enquanto eu, ele, Milla, Annia, Evie Vina e Nina íamos da Avalon para o castelo. Era meio da tarde, e mais uma noite se aproximava. Nós estávamos levando as garotas para atividades de clubes.
- Isso é verdade, essas últimas noites tem sido apreensivas! Tenho tido dificuldades para dormir. – Nina comentou, olhando ao redor.
- Sinto medo de olhar em algum canto do quarto e ver dois olhinhos vermelhos me encarando... – Vina falou com um calafrio.
- É isso mesmo que eles querem...Eles sabem que Seth sentiu-os, e que estamos esperando. Mas eles querem brincar com nosso emocional, nos fazendo sentir medo e desespero, para quando atacarem terem vantagem sobre nós. – Isaac explicou.
- Não havia necessidade! Já estou totalmente desesperada! – Evie falou enquanto segurava um dente de alho pendurado ao pescoço.
- Sei que devemos nos acalmar, mas é complicado...Esses vampiros sabem mesmo como mexer com as pessoas. – Annia falou, tentando controlar a respiração.
- Mas a segurança que vocês estão nos dando ajuda a ficar mais calma, sei que farão de tudo para impedir que eles entrem. – Milla falou sinceramente.
- Disso podem ter certeza...Bem, garotas, aqui estamos, vocês estão bem protegidas dentro do castelo. Quando terminarem já deve ser a noite, não saiam a não ser que haja um de nós esperando por vocês. – Isaac explicou novamente, com um sorriso para as garotas. Elas agradeceram e entraram mais aliviadas.
- Isaac, os outros onde estão? – Perguntei enquanto voltávamos para as repúblicas.
- Seth, Miyako e Luna estão na Avalon, cuidando das crianças. Os garotos estavam indo para atividades de clubes, e se reuniram para discutir algo.
- Eu imagino o que seja...Papai deve ter lhe avisado que estamos fazendo algumas investigações.
- Sim, um amigo de seus pais, o Ben, informou-lhe sobre isso e pediu até ajuda. Por falar em seu pai, ele deverá vir essa noite para a escola, para ajudar as defesas.
- Papai vem aqui? Isso é ótimo! Com ele e você aqui os outros vão respirar aliviados.
- Sim, e ainda temos você e Seth. Vocês dois são os únicos do clã que mataram um Ancião, são de grande ajuda.
Nós continuamos rumando para Spartacus, quando sentimos a presença de papai e sorrimos juntos, voltando ao castelo. Já era final de tarde, e o sol começava a se pôr. Era nessa hora que as defesas se intensificavam. No caminho encontramos Seth, Luna e Miyako que também iam para o castelo, encontrar papai e fomos todos juntos. Quando chegamos no castelo, papai e o Diretor Ivanovich saiam pelas grandes portas do castelo, conversando.
- Ah, Alucard, seus filhos já o perceberam. – Ivanovich comentou sorrindo.
- Seth, Griffon! Que bom que estão bem! – Ele falou nos abraçando com força. – Miyako, Luna, minhas queridas a quanto tempo! – Papai falou quando beijou cada uma delas. – Isaac, meu amigo, está fazendo um ótimo trabalho.
- Olá Tio Lu, não sabe como fico feliz e aliviada de te ver aqui! Acho que nunca fiquei tão feliz de ver um vampiro. – Miyako falou rindo.
- Olá novamente, Tio Lu. A noite está maravilhosa! Ah, essa é nossa filha, Arel, o Junior está dormindo na Avalon, viemos visitá-lo. Diga oi pro Vovô, Arel. – Luna falou enquanto chegava com Arel para perto de papai, e todos rimos juntos.
- Você será muito bem vindo a passar a noite conosco, Alucard. – Ivanovich falou sincero.
Papai começou a responder alegre, quando eu, ele, Seth, Ivanovich e Isaac sentimos um calafrio e ficamos paralisados olhando o nada. Luna e Miyako nos olhavam assustadas, sem entender. Cada um de nós olhou para cinco lugares diferentes do terreno da escola...A noite finalmente havia caído...E finalmente eles haviam chegado. Seth pulou para Luna e segurou sua mão. Eu segurei Miyako pelo ombro, abraçando-a, enquanto meu olhar sério varria todo o nosso redor. Isaac, Papai e Ivanovich tomaram posições ao nosso redor, também vasculhando ao nosso redor.
- Impossível. São muitos...O relatório que recebemos é de que seriam no máximo 15... – Isaac falou extremamente sério.
- Eles romperam o perímetro há 20km, vão chegar aqui rapidamente. Precisamos ser rápidos. – Ivanovich comentou também sério.
- Ative as defesas do castelo, Ivanovich. Leve Miyako e Luna com você. Faça o máximo de alunos entrarem no castelo, e tranque-o imediatamente. – Papai falou, empurrando levemente Miyako e Luna para a direção do castelo. Ivanovich passou um braço por cada uma ainda vasculhando tudo com o olhar. Klasnic, Lênin, Skoblar, Stanislav, Mira e Alexandra correram para o diretor, todos de varinha em punho, olhando ao redor. Ivanovich pediu que fizessem os alunos entrarem na escola e todos saíram para obedecer. Miyako estava assustada, pois entendia o que tudo isso significava e segurava a mão de Luna, que olhava fixamente para Seth. Ele correu para beija-la antes que entrassem no castelo e depois que teve certeza que eles entraram, voltou para o nosso lado.
- Eu tenho certeza! Eram apenas 15 vampiros... – Seth falou confuso.
- Pelo menos 50 vampiros acabam de invadir o perímetro que delimitei... – Isaac falou sério.
- Temos que ser rápidos. Os aurores já devem estar em posicionamento. Vamos atrás deles para recebe-los. – Papai comandou, assumindo a situação. – Onde estão os garotos?
- Estavam fazendo uma reunião sobre aquele assunto...Eu irei até eles, levarei um grupo de ataque. – Isaac falou já correndo e fazendo sinal para 10 aurores do clã seguirem ele. Laharl e Flonne já corriam para nós, assim como mais de 60 aurores e diversos alunos que corriam para o castelo sem entender.
- Senhor, há cinco pontos de invasão. Pelo menos dez vampiros em cada ataque. – Flonne falou diretamente para papai, relatando o que as barreiras diziam a ela. Eu engoli em seco, pois também via que era verdade...Mas era algo impossível...
- Droga...Quero 20 aurores em cada ponto de invasão. Avisem a Plenair para tentar interceptar os vampiros antes de chegarem ao castelo. Eles estão perto...Laharl, comande o lado norte, Flonne o lado leste, Isaac está no oeste. Deixem o sul comigo, Seth e Griffon. Vão agora! – Papai comandou já correndo para o sul, sendo seguido por mim e Seth, além de outros 10 aurores.
Eu também podia sentir...Eles estavam perto, e cada vez mais rápidos...18 quilômetros... 15 quilômetros... 10 quilômetros... 8 quilômetros... 2 quilômetros... Plenair conseguiu interceptar e retardar o avanço de um dos grupos, mas os demais já estariam se enfrentando...Eu, papai, Seth e os aurores nos colocamos de prontidão, e os dois já podiam ouvir os passos dos vampiros correndo...Mas algo estava errado, pois o olhar deles mostrava confusão. Os dois estavam de olhos acesos, pronto para saltar e lutar com todas as forças...Então o primeiro vampiro surgiu e eu disparei uma das minhas flechas de luz, que não o acertou por questão de centímetros...Eles eram bons.
O resto da hora surgiu, correndo ferozmente e pulando para nos alcançar. Papai e Seth avançaram juntos e começaram a lutar com os vampiros, mas pareciam não os acertar...Os vampiros eram bons mesmo. Eu fiquei de longe lançando lanças e flechas de luz, além de conjurar defesas para nossos aurores, que lutavam ferozmente. Seth perfurou a barriga de um dos vampiros e ele desapareceu no ar. Seth ficou atônito e seus olhos brilharam entendendo.
- É UMA ARMADILHA! SÃO TODOS FALSOS! APENAS UM É VERDADEIRO!! – Assim que ele gritou isso, todos nós nos demos conta, e vimos como um dos vampiros lutavam ferozmente com papai. Papai perfurou seu peito e arrancou o coração com fúria. Sangue saiu do ferimento e os demais vampiros sumiram.
- Malditos! Isaiah deve ter preparado isso! – Eu falei com raiva e todos já corríamos de volta para o castelo, quando paramos por alguns segundos assustados. O verdadeiro ataque começava agora...Pois dez vampiros invadiram a região do castelo...

Enquanto isso no Castelo

Luna e Miyako haviam encontrado as outras garotas e todas estavam apreensivas, todas juntas. Todos os alunos estavam no grande salão, deitados ou sentados em sacos de dormir conjurados pelos professores. Mas os garotos não estavam...Reno, Ty, Gabriel, Dario, Cris e Wes, Victor e Ricard não eram vistos em lugar nenhum...E por isso as garotas estavam morrendo de medo.
Luna abraçava Arel, quando saltou de onde estava sentada, assustando as demais, principalmente Miyako que estava abraçada a ela. Luna olhou pela janela, e todas ficaram mais apreensivas, como se ela pudesse ver ou sentir algo. Seus olhos ficaram um pouco fora de foco e ela balbuciou que Junior estava em perigo.
Antes que alguém pudesse fazer qualquer outra coisa, Luna deixou Arel no colo de Miyako e saiu correndo do salão, os professores a virão e tentaram gritar, mas ela os ignorou, e eles correram atrás dela. Ela passou pelo grande portão no momento em que ele era fechado, passando por Alexandra Kollontai que a viu correndo sem entender. Ela tentou correr atrás dela, mas era impossível...Algo fez Alexandra não conseguir enxerga-la direito e quando olhou as portas já haviam se fechado e ela reconhecia o mecanismo de defesa do castelo. Outros professores, incluindo Ivanovich, chegaram logo depois, assim como Miyako e as demais, que choravam...Pois não havia nada que pudessem fazer. Luna estava trancada do lado de fora do castelo, com vampiros a solta...Vampiros que vieram caçá-la...

There on the battlefield he stands
Down on the battlefield he's lost
And on the battlefield it ends

War and anger shall reign
The clash of iron can be heard
By blindness you're driven insane
I'm lost in anguish and grief
Sorrow won't wane 'til you die
A shattered body deeply hurt
And darkness will cover the light
It's gone forevermore
The field's been left in sorrow
The father and the son
They're gone

N.A.: Battlefield, Blind Guardian.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tudo se encaminhava para ser mais uma apática quarta-feira, com os passos dos alunos sendo minuciosamente observados pelos aurores do Ministro, e caminhava sem nenhuma empolgação com Miyako e Gina em direção a redação do jornal. Mas mesmo antes de abrir a porta, percebi que aquela monotonia estava prestes a chegar ao fim. Paramos do lado de fora e nos encaramos espantados, ouvindo Georgia batendo boca com alguém que parecia ser a funcionaria encarregada de fiscalizar o jornal. Miyako abriu a porta depressa e nos deparamos com as duas de frente uma pra outra, as vozes elevadas e uma Georgia pronta para partir pra briga a qualquer instante.

- O que está acontecendo? – perguntei parando ao lado de Wes, que não sabia se acalmava Georgia ou deixava a briga acontecer.
- Petrova rasgou todas as matérias que deixamos prontas ontem, para começar a editar – Wes falou e Miyako e Gina olharam enfezadas pra mulher – Disse que não estavam de acordo com as normas do Ministério e Georgia se enfureceu.
- Ela rasgou tudo? – perguntei revoltado – Mas deu trabalho fazer aquilo! Isso é censura descarada!
- Eu sei, é o que Georgia vem dizendo faz 10 minutos, mas ela não está se importando.
- Georgia, calma! – Nina parou na frente dela, empurrando a garota para trás – Se você encostar nela, vai ser pior pra todos nós.
- Melhor ouvir sua amiga, menina – Petrova falou mantendo a calma, mas a varinha apertada na mão – Estamos conversando, não há necessidade de agressão física ou verbal.
- Não dá pra conversar com você! – Georgia falou com raiva, mas a professora Mira a empurrou sentada em uma cadeira e Evie parou ao seu lado, pronta para segura-la se tentasse levantar. A mulher sentou também e todos fizeram o mesmo – Isso é censura, voltamos aos anos 60, ditadura!
- Talvez seja exatamente isso que falta a essa escola, pra que volte a ter o prestigio de antes. Liberar os alunos para fazerem o que querem foi um erro do diretor.
- Pois eu não escrevo em um jornal onde não existe liberdade de expressão – A professora fez menção de segura-la, mas Georgia a olhou indicando que não causaria mais confusão e levantou – Eu me demito! Desculpa professora, mas não dá mais – Georgia olhou decidida para a professora e recolheu suas coisas na mesa – Pra mim já chega.
- Se ela vai, eu também vou – Evie também ficou de pé, recolhendo suas coisas. Georgia sorriu agradecida pra ela
- É, eu também estou fora – Nina também levantou, sorrindo pras duas
- Contem comigo, aqui eu não fico mais – Levantei também e em seguida, Miyako e Gina fizeram o mesmo.
- Bom, o que eu vou fazer aqui, se todos vão? Podem me incluir nesse grupo – Wes levantou depressa, jogando a mochila nas costas. Depois dele, mais dois alunos levantaram também, mas a grande maioria permaneceu calada.
- Se vocês saírem por aquela porta, não precisam mais voltar – Petrova disse encarando Georgia.
- E quem disse que eles querem voltar? – Mira respondeu por todos nós – Eu não posso ir, é o meu trabalho, mas não vou prender alunos aqui sob as regras de uma ditadura.
- Ótimo, vão então, fora da redação – Petrova ficou de pé e agora encarava a professora, furiosa com a audácia dela – O Ministro vai ficar feliz em saber que o jornal agora está livre daqueles que causavam confusões diárias.

Recolhemos nosso material e, encarando Petrova, saímos um por um da sala. Ela bateu a porta assim que passamos e sentamos no a escada. Ficamos um encarando o outro, sem saber o que dizer ou fazer, esperando que alguém perguntasse primeiro.

- E agora? – Gina foi quem quebrou o silencio – Vamos deixar por isso mesmo? Eles assumindo uma coisa que era nossa?
- Não, nós vamos reagir – falei de repente, surpreso comigo mesmo por estar dizendo aquilo – Eles não vão nos calar, vamos criar um jornal alternativo e escrever sobre o que quisermos.
- E principalmente, sobre a repressão que a escola está sofrendo – Miyako falou já animada, me apoiando – Pode contar comigo, Biel.
- Um grupo de resistência! – Nina falou animada – Quem mais topa?

Todos balançaram a cabeça sorrindo, concordando que aquela era a melhor, e talvez única, maneira de reagir contra a opressão do Ministério. Mas não tivemos tempo de planejar nada, pois Chris apareceu no corredor nos procurando, pedindo que todos que fossem do grupo do teatro irem até a sala do professor. Estranhamos o pedido, pois só teríamos ensaio na sexta, mas seguimos Chris até lá, deixando Gina e Wes para trás com os outros dois garotos do jornal que não faziam parte da peça. A sala dele já estava apinhada de gente quando chegamos, todo o elenco da peça reunido esperando que o professor se pronunciasse. Quando percebeu que não faltava mais ninguém, ele levantou.

- Desculpem tira-los de suas atividades normais, mas não poderia conversar com vocês durante nosso horário de aula – ele caminhou para frente da mesa e sentou nela – Nossa peça foi censurada pelo Ministro, ele alega que seria uma má influência falar de sexo, drogas e homossexualismo com tanta naturalidade – houve um principio de rebelião, onde falávamos ao mesmo tempo e reclamávamos alto, mas ele ergueu os braços pedindo calma e nos calamos – Eu não vou permitir que censurem uma forma tão bela de se expressar como é o teatro, nossa peça permanecerá sendo Rent, e não O Mágico de Oz, como eles querem – Chris puxou um aplauso e nos juntamos ao coro, animados. O professor sorriu e, mais uma vez, pediu calma – Porém, não será possível ensaiarmos na escola. Disse a eles que a peça estava cancelada, que não aceitaria receber ordens deles, e que as atividades no teatro seriam apenas de musica e dança.
- Mas como vamos fazer então? – Georgia perguntou confusa – Onde vamos ensaiar?
- No teatro do vilarejo – ele respondeu animado e vi Georgia, Evie e Nina sorrirem, se encarando – É um teatro antigo, não tem a estrutura que temos aqui, mas é um bom espaço. Existe uma passagem direta pra ele atrás do nosso teatro, usaremos ela. Os alunos que estarão ensaiando para as outras apresentações de fim de ano ocuparão nosso teatro e com isso, manterão os cães de guarda do Ministro ocupados. O professor Marko concordou em ajudar, ficará de supervisor deles. Vamos precisar ser discretos, mas pela arte tudo é valido. E se no fim do ano não nos deixarem fazer a apresentação aqui, faremos no vilarejo. Então, o que me dizem? Posso contar com vocês?

A turma inteira aplaudiu outra vez, assobiando animados, e ele teve certeza que todos topavam participar de mais uma resistência ao Ministério. Ele se juntou aos aplausos sorrindo animado e voltou à mesa, chamando um por um para começar a distribuir os papéis. Miyako e Nina foram as primeiras e conversaram com ele por mais de 10 minutos. Assim que elas levantaram, ele chamou meu nome e o de Chris.

- Gabriel e Christopher – ele falou sorrindo, nos encarando – Vocês serão dois dos mais importantes personagens. Gabriel, você tem o perfil e a aparência perfeita para ser Mark Cohen, o cineasta que narra boa parte da história. E Chris, você é exatamente o que eu procurava para Roger Davis, um músico com HIV, que está se recuperando do vicio em heroína. Vocês dividem um apartamento e são melhores amigos. Gabriel, durante toda a apresentação você estará segurando uma câmera e filmará de verdade partes da peça. No fim, esse será o documentário que Mark estava fazendo, e passaremos ele em um telão.
- Mas Durmstrang não tem recursos contra tecnologia trouxa? – perguntou curioso
- Sim, mas já estou trabalhando nisso com o professor Lênin, não se preocupe – disse sorrindo e encarou Chris – Christopher, Roger Davis perdeu a namorada há 3 anos. Ela se suicidou quando descobriu que tinha o vírus HIV e ele não consegue superar isso. Ele se envolve com Mimi Márquez, mas é difícil para ele se abrir novamente – ele estendeu duas apostilas e nos entregou – Essas são as músicas que serão cantadas durante a peça. Leiam, sintam a letra, compreendam as emoções dos personagens ao lerem, e só então aprendam a cantá-las – folheamos as apostilas passando o olho nas músicas e Evie passou perto da gente – Ah, Evie! Se você está aqui, é porque aceitou minha proposta. Estou certo?
- Sim, vou ajudar na peça – ela respondeu sorrindo.
- Ótimo! Então sua primeira tarefa é encontrar sua equipe. Você precisa de um sonoplasta, um cenógrafo e uma pessoa pra cuidar da iluminação. Traga quem quiser, desde que seja capaz de cuidar do trabalho.
- Pode deixar, vou conseguir essas pessoas amanha mesmo! – Evie respondeu animada e fiquei feliz por ela estar se distraindo
- Podem ir, vocês dois. Dario e Alexei, venham, por favor.

Levantamos da cadeira e nos juntamos a Miyako e Nina, que já trocavam idéias de seus papéis. Elas seriam Maureen Johnson e Joanne Jefferson, uma artista e uma advogada que formavam um casal. Depois de meia hora, o professor já havia conversado com todo o elenco principal e Dario e Alexei também fariam um casal, o professor de literatura Tom Collins e o Drag Queen Angel Dumott, ambos com HIV. Georgia faria Mimi Márquez, uma dançarina exótica com HIV e viciada em heroína, que se envolveria com o personagem de Chris. A surpresa do elenco ficou por conta de Ricard, que se juntou ao teatro esse ano e ganhou o papel de Benjamin Coffin III, o proprietário do prédio onde metade dos personagens mora.

Fomos liberados logo depois e passamos o resto da hora que deveríamos estar na redação conversando sentados na escada sobre os ensaios da peça. Estavam todos muito empolgados com a idéia de sair escondido da escola para ensaiar, mas logo o assunto se desviou para a idéia do jornal alternativo, e gastamos algum tempo especulando coisas como onde poderíamos nos reunir, as possíveis primeiras matérias e até mesmo um nome. Depois de muito debate, ficou decidido que o jornal se chamaria “O Berrador”. E se dependesse da nossa empolgação, sua primeira edição sairia já na próxima semana. Era a hora de respondermos a eles.


Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-cola

Geração Cola-Cola – Legião Urbana

They are coming

Das memórias de Griffon F. C. Chronos

Haviam se passado alguns dias desde que vimos as memórias de Caleb e as aulas de Defesa Pessoal contra Vampiros, como o Chris havia batizado, iam muito bem. Nós nos reuníamos em nosso quarto da Spartacus, pois era mais fácil de controlar quem estava na república do que no castelo, mas por precaução, sempre colocávamos algum feitiço desilusório ou barreira. As aulas eram ministradas por mim, Seth, Laharl, Flonne e Plenair, mas como nosso foco principal era a defesa, Flonne dava a maior parte das aulas, ensinando a todos novos e mais potentes feitiços de defesa. Laharl treinava os feitiços de ataque e combate, mas frisando que devíamos andar sempre juntos, enquanto Plenair ensinava como se proteger de ilusões e hipnoses, além de ter certeza que todos saberiam usar os patronos com perfeição. Por via das dúvidas pelo menos um dos aurores ficava na porta de nosso quarto, para evitar intrusos.
No primeiro dia eu, Seth e Flonne fizemos mais uma palestra do que demos aula, apenas tivemos certeza de que todos sabiam conjurar patronos e feitiços mais simples, como o estuporante e impedimenta, além de explicarmos sobre os vampiros, como lutam, que armas utilizam. Seth mostrou a força que um vampiro possui ao quebrar um bloco de pedra conjurado por Flonne. Ele mostrou a resistência de um vampiro, deixando ser atingido por dezenas de feitiços estuporantes, sem sequer ficar tonto. Isso não ajudou muito, pois as garotas ficaram mais histéricas. Mas elas precisavam conhecer isso tudo para pelo menos saber o que tomar cuidado. Seth mostrou que eles podem invocar servos, fazendo um dos grandes lobos negros surgir diante de todos. Ele conseguiu fazer todos sentirem medo de um vampiro, ou seja, conseguiu o que queríamos, que era que todos entendessem o perigo de lutar com um vampiro. Mas mostrou que não são invencíveis. Ele fez Evie, Annia, Mila, Nina, Vina, Luna e Miyako atacarem ele juntas, usando os feitiços mais poderosos que conhecessem e elas conseguiram joga-lo ao chão, arfando. Ele fez isso para frisar que deveriam lutar em grupo. Os alunos de Durmstrang, por terem tido aula de Artes das Trevas por um longo tempo, conheciam muitos feitiços e maldições poderosas, mas precisaríamos ensina-los como usar tais armas contra os vampiros corretamente.
Nos demais dias, após o primeiro choque de ver a máquina de matar que é um vampiro, começamos o treinamento em si. A primeira hora do treinamento era dedicada a Seth. Ele invadia a mente de todos, descobrindo seus medos, seus desejos e suas frustrações. Nem com Luna ele pegou leve, e sei que se ele fizesse isso, ela não gostaria. Ele lia a mente de todos, e criava ilusões em suas mentes, fazendo-os se desconcentrarem, e algumas vezes cair de medo. Após o segundo dia assim, todos já conseguiam proteger a mente por volta de cinco minutos. Seth também tentava controlar suas ações e emoções e isso foi mais difícil para todos evitarem, e muitas vezes Seth fez Gabriel e Ty acharem que eram cachorros, vingando-se da última aula da reunião.
Nas outra hora da reunião, ensinávamos feitiços e encantamentos para os nossos amigos e Seth servia como saco de pancadas. Era algo bom, porque muitos descontavam o dia inteiro nele, principalmente a hora anterior em que ele brincava com suas mentes. Era a hora de Ty e Gabriel se vingarem e os dois já ficavam com um sorriso maldoso. Ensinamos feitiços de corte (Seth tinha que trocar de blusa todo dia, pois ela saia cheia de furos e de sangue), feitiços de fogo (Queríamos fazer Seth Assado), feitiços conjuradores (Seth tinha que sair cuspindo alho de tanto que jogávamos alho nele), feitiços de levitação (Tacávamos tudo que havia no quarto no Seth, paramos quando eu taquei uma cama nele...), feitiços de luz (Seth saia “bronzeado” e cheio de bolhas) e diversos outros feitiços (Seth levava mordida de uma caixa animada, era perseguido por velas e garfos encantados, era jogado contra a parede algumas dezenas de vezes e diversas outras torturas). Resumindo: se Seth não fosse imortal, ele estaria morto em menos de um dia...Ou ele precisaria de umas sete vidas.
Essas aulas, porém, pareceram estar ameaçadas quando ouve a “invasão” do Ministério Búlgaro. Agora diversos aurores vigiavam cada canto da escola, e professores tomavam conta de cada república, e parecia que isso iria dificultar nossas aulas, porém ao saber disso Seth apenas riu.
- Vocês vão deixar os aurores impedirem vocês de aprenderem a se defender de vampiros? – Ele falou no primeiro dia da intervenção ministerial.
- Não, mas como podemos continuar treinando com uma dezena de aurores nos vigiando? – Milla perguntou.
- Não se preocupe, a maior parte deles é do clã e sabem que estaremos treinando. Não interferirão, na verdade nos ajudarão. – Eu expliquei.
- E com os demais, basta o Seth os olhar por algum tempo que eles sentem medo! – Miyako falou rindo, e era verdade, pois muitos aurores eram novatos e mal conseguiam encarar Seth por mais de alguns minutos.
- Eu já recebi autorização do Sr. Alucard para que criemos barreiras para ajudar em seu treinamento. O Diretor sabe disso, e concorda que como a vida de vocês está em perigo, precisam de treinamento. Na verdade, ele sugeriu que a partir de agora, as aulas sejam ministradas em uma das salas de aula do castelo. – Flonne falou.
- Papai sabe? Achei que ele poderia ficar bravo. – Annia falou, um pouco confusa.
- Ele se preocupa com a segurança de vocês e o Sr. Alucard o colocou a par de todos os perigos. – Flonne explicou.
A partir de então passamos a ter aulas em uma sala de aula do castelo, e com a ajuda dos membros do clã, conseguíamos reunir todos para manter o treinamento, que avançava lentamente. Aos poucos todos iam aprendendo a tentar controlar o medo, mas isso não os impedia de confiar em supertições como dentes de alho, que Seth fingia que o afugentavam.
Depois outro problema que podia atrapalhar as aulas, foi a nova tarefa da professora Mira, pois deveríamos cuidar de bebês chorões 24 horas do dia! Eu e Miyako revezávamos em passar as noites com o bebê, e apesar de nós dois termos alguma experiência com crianças, devido aos nossos irmãos mais novos, estávamos arrancando os cabelos. Chuck Norris, como nós o apelidamos, só dormia depois de ouvir pelo menos uma hora de história, das mais estranhas possíveis, como salvar o mundo em 24 horas, viajar no tempo em uma ilha misteriosa e caçar fantasmas. Eu descobri que ele gostava de brincar com as Gemialidades, então sempre dava alguma para ele brincar, e ele quase colocou fogo no quarto ao acender um dos fogos...Ele aprendeu rápido como dar socos e pontapés e o futuro delinqüente dele era o orgulho do papai!! Miyako se divertia e fingia não gostar, mas diversas vezes eu a vi ensinando-o a jogar uma bomba de bosta direito...
Assim, agora nossos treinamentos contra vampiros tinham como trilha sonoro o choro de algumas crianças! E nos revezávamos para cuidar deles, e chegamos a criar o cargo de “Babá” do dia. A Babá deveria cuidar das crianças enquanto os outros treinavam e era um trabalho árduo, pois os bebês entravam em crise de choro com tanto grito e barulho...O pequeno Chuck adorava o som e queria sair do berço para brincar de bater no Tio Seth.
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A nossa rotina continuava a mesma, com a única diferença de que agora cuidávamos de crianças e era mais abordados e seguidos por aurores. Porém, isso não impediu de continuarmos as aulas, e aos poucos até mesmo as garotas estavam começando a ficar mais calma, pois já conseguiam sobreviver a Seth por mais tempo. Hoje eu tentaria ensinar a eles como se comunicar mentalmente, usando um patrono, mas talvez seja complicado, pois nem todos eles dominam leglimência...
- Sr. Chronos, que bom que o encontrei. – Um auror me interpelou, enquanto eu pensava nas aulas de vampiros. Era um auror novato do Ministério, então ele evitou me encarar.
- Sim?
- O Diretor gostaria de conversar com o senhor, e pediu para que seu irmão também compareça.
- Tudo bem, Seth já deve estar vindo pra cá. Obrigado pelo recado. – Eu agradeci e em seguida Seth já estava do nosso lado. Eu sorri quando o auror engoliu em seco e evitou encara-lo.
Eu e Seth fomos “escoltados” pelo auror, que nos seguia com alguns passos de distância, na verdade acho que nós estávamos guiando ele. Eu não sabia onde era a sala do diretor, mas o Seth provavelmente sabia, pois seguia rapidamente.
- Você sabe de algo? Por que o Diretor mandaria nos chamar? – Dirigi minha mente para a dele.
- Também gostaria de saber. Mas não deve ser nada demais. Você está sentindo? Acho que mamãe está vindo pra cá. – Ele respondeu também mentalmente.
- Sim, é ela. Será que aconteceu algo? – Eu fiquei preocupado e aceleramos o passo, fazendo o auror iniciar uma pequena corrida para nos seguir.
Seth virou em um corredor que parecia vazio, mas seguiu em frente até a parede no final, onde havia outros dois aurores, esses do clã que nos saudaram. O auror do Ministério parou para pegar um pouco de ar e depois acenou para os dois aurores e nesse momento a parede começou a revelar uma porta suntuosa com o brasão de Durmstrang. Os aurores do clã abriram passagem e nos permitiram abrir a porta, revelando uma escada que descia, porém barraram o caminho do outro auror, nos indicando para descermos sozinhos. Nós descemos calados, com a preocupação tomando nosso ser, pois sentíamos claramente a energia de nossa mãe, além da energia de Ivanovich, de Klasnic, de Maxime, de Mcgonogall e mais alguém poderoso. Nós dois paramos diante de uma porta dupla, também com o símbolo de Durmstrang e colocamos as mãos juntos na maçaneta, respirando fundo, quando ouvimos a voz de Ivanovich do outro lado.
- Podem entrar, Chronos. – Ele convidou e quando entramos, fomos logo abraçados por mamãe que parecia feliz em nos ver inteiros.
- Igor me desculpe, mas sinto-me aliviada por rever meus filhos.
- Eu não a culpo, Mirian, eu sinto o mesmo, para minha sorte posso ver minha filha todos os dias.
- Mãe, aconteceu alguma coisa? – Seth perguntou preocupado, seus olhos sondando os demais membros e ele sorriu quando viu o último deles.
- Nada, Seth, estávamos apenas preocupados com vocês. – Isaac respondeu com um sorriso calmo, e eu retribui com um largo sorriso. - Seth, Griffon, como é bom revê-los! Fico feliz que estejam bem!
- Eu que fico feliz por você está aqui, Isaac! Posso respirar mais aliviado. – Respondi sinceramente.
- Você continua o mesmo, não, Stratovarius? Eu estou mais calma com a segurança de meus alunos com sua presença aqui. Seth e Griffon, também estou feliz em revê-los, estão se tornando bruxos magníficos. – Mcgonogall comentou enquanto sorria para nós, e ganhou um largo sorriso de Seth, que a adorava.
- Maxime e Igor, deixem-me apresenta-lo, este é Isaac Sephiros Stratovarius, Classe 9 de nosso clã, que a partir de hoje coordenará as ações dos aurores do clã na escola, e fará a segurança dos alunos. Isaac, estes são o Diretor Ivanovich e a Diretora Maxime, imagino que já os conheça.
- Com toda certeza, porém é um prazer enorme poder estar frente a frente com grandes bruxos como os senhores. Será uma honra proteger os seus alunos. – Isaac falou fazendo uma pequena reverência.
- Se Mirian está indicando você para coordenar a segurança, tem todo meu apoio, Sr. Stratovarius. Confio no julgamento dos Chronos. – Maxime respondeu, retribuindo a saudação.
- Você será muito bem vindo na escola, Sr. Stratovarius, e faço minhas as palavras de Maxime. – Ivanovich continuou.
- Ele também estará encarregado de outro assunto muito importante, por isso reuni vocês aqui. Como vocês bem sabem, meus filhos, e todos aqueles ligados a eles, correm grande perigo. Por isso, eles estão recebendo aulas de defesa contra vampiros, ministradas por Griffon, Seth e três aurores do clã. Gostaria de agradecer o apoio que vocês vem lhes dando, Igor e Ivan, fornecendo a sala e ajuda.
- É o mínimo que podemos fazer, Mirian, já que o Ministério reduziu nossa ação. E a vida de alunos é algo muito importante para nós. – Ivan Klasnic, vice-diretor de Durmstrang, respondeu.
- Eu entendo, Ivan, e novamente agradeço. Isaac passará a ministrar essas aulas também, mas principalmente, ele fará a proteção dos alunos. Os alunos Renomaru GoldenSun Kollontai e Luna Lovegood correm sério risco de vida, assim como todos os amigos de meus filhos. Isaac deverá protege-los.
- E eu farei isso nem que eu tenha que dar minha vida, isso eu garanto aos senhores. – Isaac completou enérgico.
- Não duvido de suas palavras, e poderá contar com meu apoio. Não só meu, mas de todos os professores e de toda a estrutura da escola. – Ivanovich falou com os olhos brilhando.
- Eu devo voltar para o clã, temos tido muito trabalho para vigiar os vampiros. Qualquer alteração eu entrarei em contato, ou um dos outros líderes. Novamente obrigado pelo apoio de todos. – Mamãe falou despedindo-se de cada um dos que estavam na sala, falando com eles pessoalmente. Mcgonogall abraçou mamãe e falou algo em seu ouvido, que a fez sorrir.
- Nós que devemos agradecer a sua ajuda, Mirian. – Maxime falou após cumprimentar mamãe. – E acho que devemos deixa-la um pouco a sós com os filhos.
- Concordo plenamente, senhoras? – Igor falou dando o braço para Mcgonogall, enquanto Ivan dava o braço para Maxime e os quatro, seguidos por Isaac saíram da sala, deixando-nos a sós. Agora foi a nossa vez de abraçar mamãe com força, todos os três muito preocupados.
- Fico tão aliviada de tê-los assim em meus braços! Ainda bem que estão bem. Estão fazendo um ótimo trabalho, ajudando os seus amigos.
- Nunca deixaríamos nossos amigos na mão, e eles nos são importantes! – Falei sorrindo.
- Eu sei disso queridos...Mas quero que tomem cuidado. Vocês sabem se cuidar, mas mesmo assim estamos lidando com um grande perigo, então cuidem-se. E cuidem de seus amigos também.
- Mãe, eu não irei me perdoar se algo acontecer a eles. Pode ter certeza que eu os protegerei com tudo que eu tiver. – Seth falou com os olhos cheios de energia.
- Por favor, tomem cuidado, nem pensem em lutarem sozinhos!
- Mãe, eu estou preocupado com uma coisa, como está a Emily?
- Ela está bem, e está protegida, ela é parte de nossa família, nunca que a deixaria sem proteção. Não se preocupe. Você também Seth, cuidaremos de Luna e de Xeno, não permitirei que nada aconteça a eles.
- Obrigado, mãe. – Falamos juntos, os dois respirando mais levemente. A presença de mamãe servia para nos acalmar, nos deixar mais leves e com ela ali agora nos sentíamos mais confiantes.
- Papai, Tia Celas e Ártemis mandam beijos para vocês e também estão preocupados. Seu pai pediu para lhes lembrar de não fazerem besteiras, até porque vocês são filhos dele e bem capaz de fazerem algo errado. – Mamãe falou dando um beijo em cada um e depois se colocando de pé. – Fiquem juntos, vocês sabem que são mais fortes assim. E se o perigo ocorrer, nós saberemos e viremos correndo. Cuidado meus queridos. E mandem um beijo para todos.
Dizendo isso, mamãe entrou na lareira e usou pó de Flu para ir embora. Nós suspiramos e saímos da sala mais calmos do que entramos, e quanto chegamos ao corredor vazio, apenas Isaac nos esperava, sereno como sempre.
- Bem, já podemos ter aulas hoje? – Ele perguntou sorrindo.
- Podemos, vou reunir o pessoal, enquanto isso vocês dois vão preparando a sala de aula. – Seth falou já correndo e atingindo o final do corredor.
- Fico mais calmo por estar aqui para nos ajudar, Isaac. Obrigado por vir. – Falei enquanto rumávamos para a sala de aula. Eu sabia que Flonne, Laharl e Plenair já estariam nos esperando lá.
- Você e Seth são como irmãos para mim, quando soube do que estava acontecendo eu decidi que viria ajuda-los a qualquer custo.
- Obrigado...O pessoal vai gostar de vê-lo, só acho que vão subestima-lo se você continuar assim, sereno. Pegue leve com eles. – Falei rindo.
- Vou tirar a pele deles, então! – Ele falou rindo também.
Quando chegamos a sala de aula, Flonne e os outros já haviam feitos todos os preparativos para a aula e cumprimentaram com alegria Isaac. Ficamos conversando enquanto aguardávamos a chegada de todos que não demorou muito. Isaac era uma pessoa serena, de estatura mediana, com cabelos loiros e olhos azuis que transmitiam calma. Geralmente as pessoas o subestimam devido ao seu ar sereno e que parece fraco, porém ele esconde uma força enorme e é muito poderoso. Flonne era irmã mais nova dele, então os dois se pareciam muito, mas Flonne é mais enérgica que ele. Isaac é mais baixo que Laharl, por isso muitos acham Laharl mais intimidador, assim como Plenair que por ser rigorosa intimida mais do que ele.
Os nossos amigos o encaravam, alguns com surpresa clara, alguns com curiosidade. Ty sorriu quando o viu, e seus olhos transmitiam confiança, pois Ty conhecia a fama de Isaac. Isaac se apresentou com um sorriso calmo e logo em seguida já começou a aula. A aula foi até leve, porém ele pegou mais pesado, ensinando novos feitiços de nível alto, cumprindo a promessa de tirar o nosso couro...Todos se adaptaram bem ao nível de Isaac, mesmo que tenham reclamado, mas todos sabiam que isso era extremamente importante para a sobrevivência de todos, portanto levavam muito a sério.
Estávamos no final das duas horas de aula e todos estavam cansados e conversavam entre uma respiração e outra, pois Isaac puxou mais para o preparo físico, que também seria necessário. Foi então que ouvimos quando Seth deixou uma cadeira que ele carregava cair no chão. Seus olhos ficaram fora de foco e eu soube imediatamente o que isso significava, assim como Isaac, que correu para Seth e segurou seus ombros, olhando fixamente em seus olhos. Seth começou a tremer fortemente e apenas as mãos de Isaac o impediam de cair.
- Seth, estou aqui com você, olhe em meus olhos. – Isaac comandou calmamente, sem tirar os olhos dos olhos de meu irmão. – Eu estou com você, Seth, está tudo bem.
Todos assistiam aquilo apreensivos, e Laharl, Flonne e Plenair já tomavam posições de cautela. Seth soltou um grito abafado, e parecia estar sofrendo. Luna segurava sua mão e eu estava perto dele, preparado para ajuda-lo se necessário. Ele finalmente suspirou e seu corpo relaxou, ficando frouxo nas mãos de Isaac, que tinha um ar sério e preocupado.
- Flonne, ordene o aumento das barreiras imediatamente. Laharl, mande os grupos de ataque estarem preparados. Plenair, aumente a vigilância dos terrenos da escola para 20 km, centrado no castelo. Griffon e Seth, vocês vão me ajudar a levar seus amigos até as repúblicas. – Isaac falou sério, e imediatamente foi obedecido.
- O que está acontecendo? – Gabriel conseguiu perguntar, olhando de Isaac para Seth.
- Problemas. Mas está tudo sobre controle. – Isaac falou sorrindo, mas mantinha a varinha em punho enquanto guiava todos para fora da sala de aula.
- Eles estão vindo. – Seth falou finalmente. – São 15 vampiros, liderados por Isaiah.
Sua voz era pesada, e ele envolvia Luna em um abraço com força, mantendo-a próxima a ele. Pude ouvir todos prenderem a respiração e Reno engoliu em seco. Todos ao mesmo tempo sacaram as varinhas, não seriamos pegos desprevenidos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

- Vejam só isso, é algo interessante. Às vezes ele faz sem querer, é engraçado! – Laharl falou rindo.

- Professora, eu não concordo com a escolha que a senhora fez. Eu e Luna somos namorados, cuidaríamos melhor de uma criança juntos. – Eu falei sério, com esperanças.

- Senhor Chronos, o que...O que...Eu concordo com.... – A professora Mira começou a falar, sem tirar os olhos dos meus.

- Seth, sem hipnotizar a professora! – Laharl falou rindo e o som de sua voz fez a professora Mira voltar ao normal piscando, enquanto ele recebia um olhar azedo meu. O resto do pessoal caia na gargalhada.

- Onde eu estava? Ah sim, Sr. Chronos não haverá troca de pares. Você e a Sra. Rizemberg ficarão juntos, e a Sra. Lovegood e o Sr. Hammenb serão o outro casal.

Eu praguejei baixinho enquanto dava a mão para Luna, que sorria. A Professora Mira havia decidido dar aulas de cuidados domésticos para a turma e por isso ela nos havia divido em duplas, ou casais como ela queria chamar. Cada casal deveria cuidar de uma “criança” enfeitiçada para agir como um bebê real, que sentia fome, chorava, fazia necessidades fisiológicas e tudo mais. Contra todas as expectativas, em vez de manter eu e Luna como um casal, ela resolveu nos unir a outros alunos. Eu faria par com uma garota de Durmstrang, chamada Luziana Rizemberg, enquanto Luna faria par com um imbecil de Durmstrang, Daniel Hammenb. Eu e Rizemberg seríamos um casal recém-casado, enquanto Luna e Hammenb seriam um casal com anos de relacionamento. Eu segurava a criança e ela havia adormecido em meu colo, enquanto a criança de Luna brincava com o brinco de alho dela. Rizemberg se sentou ao meu lado e sorriu para mim, enquanto Hammenb sentou ao lado de Luna.

- Olá, Seth. Como quer que eu te chame? Somos recém-casados, prefere que eu o chame de Seth, querido, amor? E nosso pequeno Junior é tão lindo!

- Chronos. – Falei seco.

- Nada disso, somos casados não podemos nos tratar pelo sobrenome! Fora que eu também seria a senhora Chronos! – Ela falou sorrindo, ignorando meu mau humor.

- Me chame apenas de Chronos. – Eu repeti ácido.

- Vou te chamar de Kam então. E você pode me chamar de Luzi ou Ana.

- Desculpa me intrometer, mas antes de qualquer coisa, não chame meu Kam assim, ou eu faço você comer visgo do diabo. – Luna falou enquanto encarava Rizemberg, que entendeu o recado, pois ainda havia algumas garotas com sintomas de alucinações pela escola...

Eu suspirei e beijei Luna longamente e notei um olhar estranho de Rizemberg. Como sou sortudo, devo ter pego uma louca que vai levar tudo isso a sério!! Luna sorriu e falou que iria conversar mais com Hammenb, indo se sentar com ele. Eu estreitei meus olhos para ele e podia ler sua mente perfeitamente, o que me fez ficar com muita raiva. Passei a criança para Rizemberg enquanto encarava Hammenb e ouvia a conversa deles.

- Muito prazer, pode me chamar de Daniel, se preferir. Posso te chamar de Luna?

- Claro, Daniel. Então que tal Arel para nossa filha?

- É um bom nome...Teremos que nos conhecer bastante, segundo o perfil da professora, temos anos de relacionamento. – Ele falou rindo, porém eu lia sua mente e sabia muito bem o que ele queria dizer. – Eu vi você no baile, estava muito linda, como agora.

- Obrigada, mas não precisa elogiar. Bem com o tempo a gente descobre mais um pouco sobre o outro.

- O Chronos, é seu namorado não é? – Ele falou, me dirigindo um olhar muito rápido. – Eu tenho medo de como ele encara, no momento parece que ele é capaz de voar no meu pescoço.

- Ah não se preocupe, ele é capaz disso, mas não na frente de um monte de gente. – Luna falou com um sorriso leve, que deixou Hammenb mais nervoso. – Vamos jantar juntos então? Temos que cuidar de uma criança. – Ela falou enquanto fazia cócegas em sua “filha”.

Eu me remoia de ciúmes e dirigia toda a potência de meu olhar assassino para o tal Daniel, como uma mensagem: se tentar algo eu faço você engolir essa criança. Antes de eles saírem, Luna correu para me dar um beijo e eu a puxei para um abraço. Sentia que por causa dessas crianças não teríamos muito tempo juntos, mas isso não me impediria de estar ao lado dela 24 horas por dia.

- Não acho certo você ficar de conversa com outra mulher. – Luziana começou e eu bufei. Ouvi Ty, Gabriel, Miyako, Griffon e Laharl rindo da minha cara e dirigi um olhar azedo para eles.

- Não comece a confundir as coisas, Rizemberg. Ela é minha namorada, a garota que eu amo. Só estou fazendo par com você por causa da professora, se não nunca chegaria perto de você. – O mau humor me impedia de tentar ser educado...

- Não diga uma coisa dessas na frente de nosso bebê! Sei que está brincando e que você gosta de mim! Irei perdoar essa outra mulher. Para as coisas serem mais reais, que tal...

- Não. Não iremos morar na mesma república, ou pior no mesmo quarto. Não, não seremos um casal de verdade. Não, não vamos andar por ai juntos. Não, não nos beijaremos, muito menos qualquer outra coisa. Estamos entendidos?

- Mas somos um casal! Casais fazem certas coisas... – Ela falou enquanto se aproximava de mim, tentando me abraçar e eu desviava, pegando a criança no colo.

- Muito bem, Luziana, vou ser direto. Eu sei cuidar de crianças, cuido da minha irmã sozinho. Eu cuidarei sozinho dessa criança, escreverei os relatórios e colocarei o seu nome. Pode ir embora que eu faço tudo sozinho.

- Nada disso, querido! Devemos ficar juntos! Vamos almoçar, jantar e passear com nosso filho pela escola juntos. E se sobrar um tempo para nós, será ótimo!

Eu suspirei e me levantei, ignorando-a e saindo da sala. Ela me seguiu, ainda tagarelando em meu ouvido e eu ignorei tudo que ela dizia. Ela queria saber das coisas que eu gosto, de que tipo de comida, que tipo de roupa, de qual tipo de cabelo, minha cor favorita. Enquanto dizia tudo que gostava. Eu simplesmente ignorava e ao chegarmos no salão para jantar, sentei-me ao lado de Luna e a abracei. Meu “filho” brincou com os cabelos dela, enquanto a “filha” dela chorava no colo de Hammenb. Luna me beijou e depois pegou a “filha” no colo, acalmando-a. Luziana sentou do meu outro lado e ficou calada, graças a Merlim.

Dois dias depois

Apesar de todo o meu “carinho” e “atenção”, Rizemberg não largava do meu pé. E isso estava realmente me irritando. Na primeira noite eu deixei a criança com ela, dizendo que tinha atividades de clubes para fazer e passei o resto da noite observando Luna e Daniel, aumentando mais meu mau humor, mas não seria isso que me impediria de cuidar dela. Daniel tentava se aproximar cada vez mais, conversando e brincando com Luna, jogando todo o charme que ele conseguia reunir, e também toda a coragem. Luna parecia ignorar as tentativas dele, mas conversava muito com ele. Arel, a “filha” deles era muito chorona e preferia o colo de Luna ao dele, mas gostava de tomar mamadeira com ele. Muitas vezes ele passava um braço por cima do ombro ou pela cintura dela, e apenas meu autocontrole imenso me impedia de voar em seu pescoço. Luna se afastava nesse momento e começava a comentar de mim, fazendo Daniel recuar e tremer um pouco. Para a sorte dele, ele não ofereceu a possibilidade de dormirem na mesma república, mas fez questão de acompanha-la até a porta da Avalon, despedindo-se com um beijo no rosto e deixando a criança com Luna. Assim que ela entrou no quarto, que no momento estava vazio, ela abriu a janela e eu pulei para dentro.

- Ele beijou você! – Eu falei com os olhos vermelhos. – Ele pegou em sua cintura, abraçou você! Ele está indo longe demais e não sabe com quem está brincando.

- Não se preocupe, Kam. Já avisei para parar, e se ele continuar, eu sei me defender. Como está seu relacionamento com a Ana? – Ela perguntou rindo, mas notei ciúmes na voz.

- Maravilhoso! Aquela louca acha realmente que somos casados! Quer que fiquemos na mesma república, que andemos abraçados e tudo mais! Eu não agüento mais!

- Eu não gostei dela. – Luna comentou seca, apesar do sorriso no rosto.

- Como se eu gostasse. – Abracei-a, dando um beijo em sua testa. Em seguida peguei Arel e balancei um pouco em meus braços até ela dormir, não sem antes vomitar no meu ombro, que eu limpei com um aceno da varinha. – Queria tanto que fosse nossa filha juntos.

- Você também está levando bem a sério, Kam. Isso não passa de um teste...Mas adoraria que fosse nosso filho também.

- Seria maravilhoso vivermos juntos. – Eu comentei corando. – E criarmos nossos filhos.

Ela me abraçou e ficamos nos beijando até Arel começar a chorar novamente. Luna a pegou no colo e a acalmou, depois me falou que já era tarde e eu respondi que não a deixaria sozinha, mas ela me convenceu a voltar para minha república. Eu sai de lá um pouco mais animado, mas não sem antes prometer que voltaria para cuidar dela.

Quando cheguei na Spartacus, senti meu ânimo despencar, porque sentada na porta estava Rizemberg. Eu bufei e tentei passar direto por ela, pois sabia que a criança estava dentro do quarto em um berço. Ela, porém, levantou e ficou diante de mim, me encarando, como se eu tivesse feito algo errado.

- Você deixa a mim e seu filho sozinhos e vai andar por aí com alguma outra mulher?! – Ela falou, começando a altear a voz, apontando um dedo para mim, me deixando com muita raiva.

- Olha aqui, Rizemberg, pela última vez: nós não somos casados! Eu namoro a Luna, e a amo! Você está louca só pode ser!

- Está com uma amante?!

- Por Merlim, Rizemberg, não comece com isso. Eu já falei, Luna é minha namorada, e não você, uma garota maluca que pensa que temos algo, apenas porque caímos como dupla! Vá embora, eu cuido da criança hoje.

Eu perdi a paciência e a comandei, com meus olhos fixos no dela. Ela pareceu perder o foco e depois virou as costas pisando forte, com raiva aparente. Eu suspirei e olhei para o céu, me perguntando porque comigo? Quando entrei no quarto, “Junior” chorava e após amamenta-lo fiquei andando com ele pelo quarto enquanto cantava para ele. Ele adormeceu nos meus braços e o coloquei de volta ao berço, quando notei pequenas manchas vermelhas por seu corpo e identifiquei alergia. Mais um problema, agora precisaria cuidar dessa alergia, que devia ser por causa de algo em uma das duas repúblicas. Enquanto ele dormia, escrevi o relatório do dia e após dar mais uma olhada nele, fui para a janela do quarto de Luna e passei a noite vendo-a acordar para cuidar da criança. Algumas vezes eu ouvia Junior chorando e voltava para cuidar dele.

No dia seguinte, assim que coloquei os pés para fora da Republica, Rizemberg já me esperava e correu para abraçar Junior, abraçando-me junto. Eu a empurrei de leve e mantive o bebê em meus braços, ignorando-a e seguindo em frente. O dia inteiro ela continuou me seguindo e perturbando, e não me deu tempo de ficar com Luna direito, e podemos apenas trocar um olhar durante as aulas, enquanto ela e Hammenb tentavam acalmar Arel que parecia estar passando mal. Cuidar dessas crianças, aturar “companheiros” chatos e grudentos estava diminuindo o nosso tempo juntos, o que não ajudava o meu humor.

Ao final do dia, deixei Junior com Rizemberg e falei para ela cuidar dele direito, tomando cuidado para se a alergia dele não piorasse. Ela tentou me beijar quando me despedi, e eu simplesmente evitei o beijo, indo embora em seguida. No caminho para Avalon, passei por Hammenb que voltava com Arel nos braços, após deixar Luna em casa. Ele inclinou a cabeça para mim e eu devolvi o cumprimento, com um olhar ácido, que o fez acelerar o passo.

Encontrei Luna na porta da Avalon, me esperando, e sorrimos juntos quando nos abraçamos. Como era bom sentir o cheiro dela novamente, após passar um dia inteiro sentindo apenas o cheiro de coco, vômito e urina de bebê. Começamos a andar próximo de Avalon e nos sentamos em um banquinho.

- Então, como foi seu dia, Sra. Hammenb? – Falei extremamente azedo, deixando minha raiva clara no nome Hammenb.

- O meu dia foi difícil, Arel está com diarréia, algo que ela comeu não a fez bem e passamos o dia tentando cuidar dela. E eu sou a Sra. Chronos, não se esqueça. Como está o Junior? – Ela falou rindo, beijando meu rosto ao ver meu olhar.

- O Junior também não está muito bem. Ele está com alergia, ficar indo de uma república a outra não o faz bem. Consegui fazer a alergia regredir um pouco, mas me preocupo dele piorar hoje a noite. Rizemberg não sabe cuidar de crianças. Ela me irrita tanto Luna! Hoje ela passou o dia querendo saber de você, que tipo de coisa você gosta, do que eu mais gosto em você. Tenho medo de amanhã ela estar vestida como você. Ela é louca!

- Ela só está assustada com a rivalidade. Ela está levando isso muito a sério mesmo! Parece até que ela quer competir comigo.

- Não duvido disso. Ontem a noite, quando cheguei na República, ela estava me esperando e me acusou de estar traindo ela! Ela é louca!

- Daniel não está a esse ponto, ele sabe que você é o único que eu amo e meu namorado. Mas isso não o impede de ficar tentando me conquistar e tudo mais.

- Eu faço ele parar em um instante! Mas chega de falar dessas coisas, vamos aproveitar esse tempo juntos, antes que algum professor ou auror venha nos proibir de ficar fora das repúblicas. – Falei com tom irônico, porque a maioria dos aurores parecia ter medo de mim.

Eu a abracei e ficamos observando as estrelas, enquanto conversávamos sobre outras coisas. Ficamos algum tempo assim, namorando, quando ouvimos passos próximos de nós. Imediatamente eu me pus alerta e de pé, os olhos acessos, enquanto Luna ficava ao meu lado varinha em punho. Porém me acalmei antes que a pessoa se revelasse.

- Seth, tenho um recado para você. – Plenair falou quando chegou mais perto.

- Boa noite, Plenair. Pode dizer.

- Desculpe interromper o seu namoro. – Ela falou com uma piscadela. – Mas a Sra. Celas conseguiu novas informações sobre os vampiros. O vampiro Caleb conseguiu nos passar informações sobre os vampiros, que deveríamos repassar para vocês, acerca das habilidades de alguns dos vampiros.

Hellion era considerado um vampiro extremamente poderoso porque dominava diversas habilidades vampíricas, mas a mais poderosa delas, era o controle das trevas e uso de servos. Porém na habilidade de ilusão, ele não era muito forte. Porém, o vampiro Isaiah, é extremamente habilidoso com ilusões, muito mais do que Hellion. O senhor e seus amigos devem ficar atentos a isso, e suspeitar de qualquer coisa fora do normal.

- Muito obrigado, Plenair. Nós tomaremos cuidado. Você já avisou Griffon e os outros?

- Sim, só faltavam vocês dois. Griffon e Miyako estão tentando fazer a criança deles parar de chorar, e quando sai de lá, Griffon estava dando algumas Gemialidades para ele brincar.

- Somente o Griffon mesmo...Tenho pena da Miyako. Peça a meus pais para que aumentem as defesas contra ilusão, por favor.

- Já faremos isso, e seu pai pede para avisar que em breve um Classe 9 será enviado para Durmstrang.

Eu assenti e fiquei calado pensando. Luna cumprimentou Plenair que saiu logo em seguida, para voltar a ronda da escola. Nós dois nos sentamos novamente e ela deitou a cabeça em meu ombro, enquanto eu acariciava seu cabelo. Eu pedia para que ela tomasse mais cuidado ainda, pois não suportaria que algo acontecesse a ela. Ela me dizia que tudo ia ficar bem, e que não cairia numa ilusão tão facilmente. E isso era algo que eu implorava para que fosse verdade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A população de Durmstrang realmente havia aumentado e mudado.
Pelos corredores podíamos ver aurores usando vestes escuras em posição de alerta e outros até com a postura relaxada, alguns eram arrogantes, principalmente alguns novatos da Academia, e era engraçado ver que quando Seth, os encarava alguns não agüentavam e baixavam os olhos.
Às vezes era visível que alguém nos seguia, mas em outras podíamos até fingir que estávamos sozinhos, mas não era verdade. Sabíamos o que estava em jogo, então ninguém baixava a guarda.
De todos nós, os mais assustados com os acontecimentos eram as meninas da Avalon que até andavam com cabeças de alho nos bolsos. Seth sempre fingia que o alho o repelia, mas elas insistiam, e Luna resolveu que iria ajudá-las a passar pelo momento difícil e passou a usar uma também, e ele parou de brincar. Então nós dizíamos que era o novo perfume do momento rsrs.
Hoje elas estavam ate um pouco mais calmas, Tio Lu havia cumprido sua promessa de enviar reforços e eu reconheci vários aurores do clã misturados com os do Ministério, e isso era bom, significava que tanto o torneio quanto os alunos estavam protegidos. Laharl era nosso acompanhante de hoje e ele era engraçado. Puxava papo conosco durante o caminho para as aulas, e sempre havia alguma observação sobre segurança que ele inseria sem ser óbvio.
- Finalmente uma aula tranqüila e porque não dizer, bonita. - eu disse enquanto íamos para a aula de Literatura Mágica e os garotos riram enquanto as meninas reviravam os olhos e Laharl nos olhava curioso.
- Laharl só deve ter lido o relatório sobre a professora Mira, ainda não a conhece pessoalmente. Vai entender quando a vir. - disse Griff e rimos quando ele balançou a cabeça descrente.
- Bom pelo menos posso dizer o mesmo dos treinos de quadribol. A freqüência nos treinos aumentou, aquilo tá lindo de se ver. - disse Milla e as garotas riram, pois os professores de vôo das 3 escolas eram cobiçados e sempre apareciam nos treinos uns dos outros.
Entramos na sala de Literatura Mágica e tomamos um susto. Onde antes havia cadeiras e mesas, estava ocupado por bancadas cheias de produtos para bebês, fraldas, brinquedos, carrinhos, chocalhos, cadeirinhas, enfim parecia que estávamos numa creche.
Olhei para Laharl e ele levantou os ombros, tão curioso quanto nós. Não demorou muito e uma caixa enorme entrou levitando pela porta e atrás dela estava a professora Mira, muitos de nós não contiveram o suspiro, quando ela passou. Ela levitou a caixa ate a mesa principal e quando a pousou olhou a sala toda dizendo:
- Bom dia classe! - e meio contrafeita acenou com a cabeça para o auror no fundo da sala. Laharl parecia entediado, porém a professora resolveu ignorá-lo e começou:
- Todos vocês leram a respeito de sexo, drogas, promiscuidade, bebedeiras que saiu no Profeta Diário. Acredito que algumas coisas sejam verdadeiras, e isso sinceramente não pode continuar sem alguma providencia a ser tomada...- e ela olhou para o auror que movimentou a cabeça como se estivesse aliviando uma dor no pescoço:
- Posso continuar senhor? Ou o Ministério vai interferir? Afinal não passei o meu plano de aula para o senhor antes.
- Continue senhora, nada mais agradável que falar de sexo, drogas e rock’n roll antes do jantar. E se isso mantiver os alunos em segurança, não vejo impedimento algum. Talvez para alguns isso seja o ápice de sua carreira estudantil.
A professora não esperava aquilo e o olhou mais atentamente e recomeçou:
- Conversei com o diretor e sugeri uma abordagem um pouco diferente deste assunto. Sabemos que vocês estão numa idade em que os hormônios exercem um grande poder sobre suas atitudes e podem tomar decisões erradas, sem analisar a longo prazo as conseqüências de seus atos. Não digo que vocês não devam ter uma vida de aventuras com uma vida sexual plena, saudável e... - Laharl pigarrreou, e ela apertou os olhos e continuou:
-...Mas desde de o façam com responsabilidade. Nós bruxos podemos nos contaminar com doenças tanto quando os trouxas, e se eles se previnem contra doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, devemos fazer o mesmo. E em muitos caso , 5 minutos de prazer, pode causar uma dor de cabeça para a vida toda. - rimos, olhei para os meninos e disse baixo:
- Nunca na minha vida esperei ter ‘a conversa’ com a professora Mira. Isso vai ser um pesadelo.
- Quero ver a cara do Laharl se ela resolver demonstrar como usar alguns métodos contraceptivos será, impagável. - murmurou Griff e rimos.
Então a professora Mira, com um gesto da varinha distribuiu um bebê para cada duas pessoas e nos olhávamos entre pasmos e divertidos.
- Acho que passamos da idade de brincar de boneca. - comentou Annia e Milla comentou baixinho:
- Mas já aprendeu a brincar de casinha... - seguramos o riso, enquanto ela ficava vermelha.
- Esta coisa táa chorando professora, e isso é água de verdade. - comentei afastando meus pergaminhos da mesa.
- Isso não é uma coisa McGregor, é um bebê. Acalme-o!- ela respondeu como se fosse óbvio.
Comecei a virar o bebê de todas a formas, sem nenhum cuidado. E a professora perguntou:
- O que você pensa estar fazendo?
- Procurando o manual de instruções, tem que ter algum não é? Isso é uma máquina, cadê o botão de liga e desliga?
E o pessoal riu quando a professora respirou fundo, pedindo paciência:
- Vocês não estão entendendo. Vou explicar novamente: cada um de vocês esta segurando um bebê, que eu enfeiticei com a ajuda do professor Lênin, então já sabem que é praticamente impossível serem modificados ou desligados. - disse olhando a todos, séria.
- Finjam que é um bebe de verdade, e é filho de vocês. Ele vai chorar de fome, de carência, quando estiver doente, enfim todas as necessidades de um bebê de verdade. Vou dividi-los em pares, e vocês agirão como se fossem pais deste bebê.
- A senhora está brincando não é? É uma pegadinha. - perguntou Wes e ela sorriu ante o assombro dos garotos.
- Isso vai fazer tudo que um bebê faz? - perguntou Nina.
- Sim, tudo que os bebês fazem, e vocês escreverão relatórios sobre as atividades. E o tratamento que vocês derem a ele, será registrado, e a nota de vocês será baseada em saber se vocês conseguem dar conta de uma responsabilidade adulta como, por exemplo: criar um filho.
Ela distribuiu as duplas e dando pequenos perfis falsos, quando disse:
- McGregor e Storm, casal bem sucedido, no ramo esportivo criando um menino...
- Professora, nós somos homens...- disse Gabriel e ela sorriu:
- Sim, eu sei. Vou formar casais diferentes, afinal o mundo está mudando, inclusive nos relacionamentos interpessoais. - quando ela disse isso, Griff começou a fazer um barulho parecido com uma tosse forte, mas eu sabia que ele estava se acabando de rir.
- A senhora quer que eu e Gabriel sejamos os pais deste bebê? Tipo...Um casal gay?
- Sim, eu quero. Alguma coisa contra relacionamentos ‘diferentes’?- olhei para Gabriel e ele depois de rolar os olhos, exasperado disse:
- Não senhora, não temos nenhum problema com isso. Vamos dar conta, e cuidar direito do bebê e ser bons pais. - e eu acenei positivamente, e Griff parou de disfarçar gargalhando alto, e ela olhou feio para ele que segurou o riso.
Alguns pares formados eram até engraçados, mas outros previsiveis: Milla faria par com Wes, Annia com Reno, e pensei ter visto Julianne olhar feio para ele, que olhou feio de volta quando ela fez dupla com Volkov, jogador de quadribol com mais músculos que cérebro. Chris ficou com a Gina, Evie ficou com Dario, Vina com Victor, Ricard ficou com Geórgia, E Griff ficou com Miyako, Nina com Chris Parker, e Michael teve a capacidade de pedir para a professora trocar pois Nina seria a parceira ideal para ele, e recebeu um sonoro não. Vimos quando Nina suspirou de alívio.
- Os bebês agirão como crianças de verdade, então para ser justa, durante as noites vocês se revezarão nos cuidados noturnos, uma noite ele dorme com o pai, e na outra com a mãe, isso não impede que um ajude ao outro nos cuidados, caso alguém fique doente. - olhamos para ela chocados e ela sorriu:
- Crianças ficam doentes, tomam vacinas, comem... Acho que vocês já foram crianças, então sabem do que estou falando. - e todos resmungavam baixo.
Quando a aula terminou saímos da sala com um bebe que não parava de chorar, e vários colegas tinham o mesmo problema. Gabriel me olhou e disse:
- Ty, o bebê está por sua conta, tenho ensaio no teatro.
- E eu vou ter que cuidar do bebê sozinho? A professora falou que somos um casal. - e meus colegas começaram a rir.
- Pára de dizer que somos um casal, Ty. Eu tenho que ir pro ensaio...
- Não corra da responsabilidade, Lobão, quando você voltar para casa, sua mala estará feita, vai ter que pagar terapia pro nosso filho. - falei sério e Gabriel após me olhar caímos na risada.
- Cara em que fomos nos meter...
- Bom, pelo menos temos bons exemplos a seguir não é?- e aqueles que não sabiam a que nos referíamos ficaram sem entender.
- É. E como somos um casal que trabalha e é bem sucedido, vou levar o bebe comigo e dar mamadeira para a coisa linda do papai. - disse segurando para o bebê em frente ao meu rosto. Devo ter sacudido demais, porque ele fez um barulho de arroto e vomitou em mim, um leite coalhado e com cheiro de azedo. Meus colegas se dobraram de rir e Laharl entre eles. Limpei o rosto com toda a dignidade que pude reunir e disse:
- Bem vindos ao maravilhoso mundo da paternidade, o dia de vocês chegará.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Grande Conselho – Parte III – Preparação

Saímos de dentro da penseira, todos com um semblante pesado, amedrontado e até mesmo desesperado. Para mim e Seth, que crescemos ameaçados por Hellion, não era nada novo, mas para os demais, ter a cabeça a prêmio era algo realmente desesperador. Reno era o que parecia pior deles, seus olhos estavam fixos no chão e segurava um pendente que levava no pescoço. Ele soava frio e seus olhos transmitiam o medo que sentia. Luna, a outra marcada para caça, olhava para o teto, como se nada disso importasse a ela, porém podia notar em seus olhos o medo. Seth a abraçava protetoramente, puxando-a totalmente para perto de seu corpo e eu sei que se algo acontecesse naquele instante, ele usaria o próprio corpo como escudo. Os olhos dele brilhavam, em desafio e em medo, não por ele, mas por ela, frágil e humana. Nunca em minha vida eu vi tanto medo nos olhos de meu irmão...E eu sabia que os meus olhos tinham o mesmo medo. Eles caçariam Emily!! O que me deixava mais calmo era que Emily era uma bruxa poderosa e ótima aurora, e tenho certeza que ela já estava sendo amparada pelos meus pais. Mas isso não impedia de meu medo surgir e crescer. Mas tinha que me acalmar.

“O Medo destrói a alma. Devo enfrentar o medo, e quando ele passar, olhar para os estragos que ele causou, mas saber que eu sobrevivi.”


- Estamos ferrados, não estamos? – Victor resumiu o que se passava na mente dos demais. Sua voz e seu corpo tremiam.
- Isso é sério? Griffon, não é mais uma das suas brincadeiras, é? Porque se for é de muito mau gosto! – Miyako falou séria, suas mãos tremendo levemente.
- Você acha que eu brincaria com algo desse tipo? – Falei sério também.
- E era uma lembrança verdadeira, querendo ou não, era verdadeira. – Reno comentou, os olhos ainda baixos, porém parecia haver o início de um brilho neles.
- Eles vão nos trucidar! Eles querem nos eliminar, e aquele vampiro sádico ordenou que dez vampiros cacem Reno e Luna e matem qualquer amigo de vocês! – Evie falou, agora não segurando o desespero.
- Nossa vida estava tão chata, não havia perigo de vida, agora temos vampiros nos caçando! – Annia falou, tentando esquecer um pouco o desespero.
- Mas pelo menos tem um lado bom, vimos que a maioria dos vampiros era contra a guerra, e os Anciões mais influentes eram a favor dos Chronos. – Dario lembrou esse fato importante.
- Sim, isso é verdade! O vampiro Derfel se mostrou extremamente contra a violência e disse que vai tentar nos ajudar! Isso é alguma esperança. – Vina emendou, fazendo surgir um pouco de esperança.
- Fora que o mais velho deles, Siegfried, certo? Ele me pareceu mais calmo que os demais e também não queria uma guerra, se ele nos apoiar, podemos ficar mais tranqüilos. – Nina falou enquanto respirava mais aliviada.
- O importante é não nos deixarmos ser destruídos pelo medo, não podemos nos render a isso! – Chris falou, com os olhos transmitindo mais energia.
- Devemos então reunir coragem para enfrentar todos esses problemas, os vampiros são o mais grave, mas não é impossível se nos mantermos calmo. – Wes completou o amigo.
- Falar é fácil, mas nós somos apenas bruxos contra uma horda de vampiros sedentos. Seth e Griffon sabem se virar, mas e nós? – Milla comentou, ainda com um pouco de medo.
- Milla, eu acho que o principal é mantermos a calma. Os Chronos e os aurores não deixariam vampiros andarem livremente pela escola. Os pais dos gêmeos já nos mostraram que mandaram aurores para vigiar a escola. – Ricard relembrou a todos de que meus pais não nos deixariam na mão.
- Isso é verdade, Tio Lu e Tia Mirian não nos deixariam em perigo, tenho certeza que nesse exato momento eles já estão aumentando as defesas da escola e devem haver vários membros do clã por aqui. – Lobão comentou mais aliviado.
- Flonne, Laharl e Plenair são apenas os primeiros, e eles em si já são uma forte ajuda, porque eles são muito bons. – Ty lembrou, dando uma piscadela para Flonne, que retribuiu com uma inclinação de cabeça.
- Vocês todos estão certos. Nós três somos apenas a vanguarda da força que os Chronos pretendem mandar para a escola. Nunca que os Senhores Alucard e Mirian deixariam os filhos e amigos em perigo. – Flonne falou, aliviando mais as preocupações.
- Uma coisa importante que precisamos mesmo, é nos manter calmos. Vampiros se alimentam do medo de suas vítimas. Eles sentem o cheiro do medo no ar e isso só os deixa mais felizes em caçar. Eu falo por experiência própria. – Seth falou sério, sem largar Luna. Eu tenho certeza que a partir de hoje, nada nem ninguém o impedirá de passar as noites na janela da Avalon vigiando Luna.
- Não é fácil suprimir o medo, mas todos nós devemos aprender a encara-lo, pois ele existe, isso não há como negar, mas devemos aprender a enfrenta-lo. – Completei meu irmão.
- Ta, Griffon, mas o mais importante: como faremos isso? Como sobreviveremos e nos manteremos calmos diante de um vampiro? – Wes perguntou sério, mas eu não soube como responder. Para mim e Seth, encarar e superar o medo era algo que fazíamos desde criança, mas era difícil passar para os demais.
- Isso é bem simples. – Luna falou pela primeira vez desde que voltamos da penseira e todos a olharam meio incrédulos. Todos haviam se acostumado ás excentricidades dela, mas dizer que era simples, era demais. – É bem simples aprendermos a enfrentar vampiros.
- Luna, desculpa, mas você está bem? A memória te fez algum mal? – Evie perguntou perplexa.
- Estou maravilhosamente bem, Evie, obrigada. Você sabe como se mata um vampiro?
- Não. Jogando-os ao sol? – Evie respondeu, dando de ombros, sem entender onde Luna queria chegar.
- Isso é uma maneira, mas é difícil você esperar até o amanhecer... – Luna falou, mas deixou o resto no ar e olho ao redor, como se visse todos pela primeira vez. – O que precisamos é aprender como nos defendermos de um vampiro.
- Sim, isso é óbvio, e como fazemos isso? – Milla perguntou.
- A resposta é mais óbvia ainda. – Luna falou sorrindo e dirigiu um olhar para Seth.
- Peraí, peraí! Você está pensando o que eu estou pensando?! – Gabriel falou rindo também.
- Depende, Biel, o que você pensa? Em usarmos o Seth como cobaia? Exatamente isso! – Luna falou rindo enquanto deitava a cabeça no ombro de Seth.
- Eu adorei a idéia! – Ty falou rindo. – Estou falando sério! Seth é um vampiro, ta bom meio-vampiro. Ele tem todas as habilidades que um vampiro comum tem, lê mentes, força e resistência enormes!
- E nós ainda podemos ensinar vocês como enfrentar um vampiro!! Luna você é um gênio! – Eu falei rindo também, pois era verdade.
- Ótimo....Eu já fui chamado de vampirão, de pavão e agora vou ser rato de laboratório! Mas concordo com vocês. – Seth falou com um sorriso no rosto e em seguida beijando Luna. – Flonne, você nos ajudaria?
- Com todo prazer, Senhor.
- Vamos precisar de ajuda mesmo, eu sinto mudanças para a escola, não muito boas. Vamos precisar da sua ajuda para que consigamos ter as aulas anti-vampiros, e você será uma ótima professora. – Seth falou sério para Flonne.
- Comunicarei aos seus pais que ajudarei o senhor e o Sr. Griffon nas aulas para seus amigos. Seus pais também sabem que podem ocorrer mudanças na escola, então pedirei autorização para modificar lugares e salas para vocês. – Flonne falou enquanto já fazia seu patrono, um gato, desaparecer no ar, indo informar meus pais.
- Perai, que mudanças são essas? – Miyako pescou no ar o que estávamos falando.
- Eu não sei lhe dizer ao certo, Mi, mas minha premonição diz que haverão mudanças sérias em Durmstrang... – Seth explicou e em seguida todos olharam para Flonne.
- Desculpem, mas não posso lhes contar sobre minhas suspeitas. Agora é a minha vez de falar, por favor prestem atenção. Vocês todos são bruxos de talento, mas falta-lhes ainda experiência. Nessa sala os únicos capazes de enfrentar um vampiro são eu, Seth, Griffon, Ty e Renomaru, pois já passamos por algum treinamento, fora que Griffon e Seth foram treinados para isso. Por isso eu lhes recomendo que a partir de hoje, nunca mais andem sozinhos. No mínimo em grupo de três, principalmente a noite. E asseguro-lhes, haverão 24 horas por dia aurores do clã protegendo vocês, mesmo que vocês não os vejam. Eu, Laharl e Plenair ficaremos na escola para proteger vocês. Se na pior das hipóteses forem atacados por um vampiro, nem pensem em enfrenta-los sozinhos! – Todos entenderam o recado dela e assentiram. – Todos possuem patronos corpóreos?
- Sim. – Responderam todos juntos.
- Quais de vocês sabem usar leglimência e oclumência? Poucos...Pois bem, os patronos podem ser usados para comunicação, em caso de perigo usem seus patronos para ganhar tempo até reforços chegarem. Seth, gostaria que você mantivesse contato mental com eles sempre que possível e em caso de perigo, repasse para nós, tudo bem?
- Pode deixar, Flonne.
- Bem, acho que por hoje essa reunião está boa. Novamente, precisamos ter cuidados...Não há como termos aula hoje, mas ao final do dia vamos nos reunir todos aqui novamente para começarmos algum treinamento básico. Se estressem bastante durante o dia! Vamos descontar tudo no Seth! – Eu falei rindo e todos riram, e começamos a sair do quarto para irmos para as atividades normais do dia. Flonne se reuniu com os outros dois novamente e passou a eles as decisões da reunião.
Seth saiu abraçado a Luna e eu podia notar que seus instintos e sentidos sondavam toda a escola, caçando algum perigo. Eu fiz um sinal para Ty e ele voltou da porta, ficando apenas eu e ele sozinhos.
- Complicado tudo isso não? Mas tenho certeza que Tio Lu e Tia Mirian farão de tudo para impedir problemas! – Ty comentou.
- Sim, disso eu tenho certeza. Já devem haver algumas dezenas de aurores nessa escola e nos arredores. Mas eu não acho que os vampiros ataquem já, eles não são idiotas, eles vão planejar muito bem.
- Eu concordo. Aquele Cadarn é nojento, mas é inteligente, assim como o tal Isaiah. Eles virão para um ataque rápido, e vão preparar tudo muito bem antes.
- Com certeza...Mas Ty, não é sobre isso que quero falar...É sobre a Emily...
- Eu imaginava. Vai ficar tudo bem, ela é minha irmã, sabe se virar!
- Eu sei que ela é uma bruxa excelente! Mas isso não me impede de ficar preocupado! E não posso sair daqui, preciso estar por perto caso o pior aconteça...Ty, por favor, faça uma projeção astral. Nessa hora ela ainda não está dando aula.
- Você decorou os horários dela?
- Mais ou menos...
- Tudo bem, eu faço, e também estou preocupado.
- Eu vou ajuda-lo. Ah Ty, diga que estou com saudades. – Dizendo isso, ele fechou os olhos sorrindo enquanto se sentava em uma cadeira e eu estendia as mãos sobre sua cabeça, transferindo minhas energias. Passados alguns minutos ele abriu os olhos e me sorriu.
- Ela está bem, Tia Mirian já a avisou dos problemas, ela não me disse como, mas sua mãe já enviou ajuda. – Eu respirei aliviado ao ouvir isso. – E ela disse que também está com saudades... De todas as pessoas que ela gosta!
Eu fiquei vermelho e dei um empurrão de leve nele que retribuiu, mas apesar do perigo iminente eu me sentia feliz.Por via das dúvidas, antes da primeira aula, eu enviei meu patrono para ela e minha águia prateada foi dizer-lhe que eu sentia saudades e que estava preocupado, e para me chamar a qualquer hora do dia caso precisasse.

Obs.: Trecho em itálico é uma adaptação do mantra Bene-Guesseriti sobre o medo do livro Duna, Frank Herbert.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

De quem é o poder?
Quem manda na minha vida?

Uns dizem que ele é de Deus
Outros, do guarda da esquina
Uns dizem que é do presidente
Outros, quem vem lá de cima

Cazuza – De quem é o poder?


Já haviam se passado alguns dias desde que Seth e Griffon nos acordaram no meio da madrugada para descobrirmos que o Conselho dos Vampiros havia se reunido e que o Profeta Diário da Bulgária havia noticiado o escandalo nas repúblicas da escola. Mas apesar de vários aurores do Clã Chronos estarem circulando pelo castelo e nos deixando mais seguros quanto ao ataque dos vampiros, o clima pelos corredores não era dos melhores. O diretor, furioso com o escândalo do jornal, invadiu as repúblicas com um exército de professores e vasculhou uma a uma, de cima a baixo. Confiscaram diversas coisas em algumas delas e deixou um professor responsável por cada república. Na Spartacus, estavamos sob a vigilância constante do professor de Feitiços, Nicolai Lênin. E a vida nela ficou mais complicada, pois ele fazia marcação cerrada e até uma respiração fora do comum era notada.

Era uma terça-feira, tinha reunião de pauta na redação do jornal, e uma movimentação estranha tomava conta do castelo. A aula de feitiços ainda acontecia, mas a minha atenção e a de outros alunos se perdeu no jardim. Esticavávamos o pescoço para ver direito da janela do segundo andar, e conseguíamos apenas perceber que muitos homens circulavam no andar de baixo. Pela aparência deles, eram homens do ministério da magia.

- Atenção cavalheiros! – o professor falou enérgico e olhamos para a frente – A aula está acontecendo aqui dentro, não lá fora. O que tanto prende a atenção de vocês?
- Tem uns homens do ministério andando lá fora, professor – Griffon levantou para ver melhor o jardim – Estão entrando no castelo.
- Homens do ministério? – o professor pareceu alarmado e caminhou até a janela

Bastou ele soar interessado que toda a turma levantou também, se esperemendo nas janelas para ver a movimentação. Eram muitos, e pude reconhecer o Ministro da Magia em pessoa liderando o cortejo, cercada por seguranças. O diretor saiu ao encontro deles e parte da comitiva ficou parada na entrada do castelo, enquanto o Ministro e mais alguns homens desapareceram no corredor que levava ao seu escritório.

- O que será que está acontecendo? – Gina perguntou confusa
- Aposto tudo que tenho que isso está relacionado a matéria do Profeta Diário – Miyako respondeu e muitos concordaram
- A aula terminou por hoje, estão liberados – o professor saiu da janela e caminhou até sua mesa, juntando todo o material com um aceno rápido da varinha – Continuamos amanhã – e saiu da sala apressado
- O professor Lênin nunca nos liberou cedo! – Chris olhou chocado pros amigos de Durmstrang – A coisa é séria...

Saímos da sala sem muita pressa e fomos direto para o salão principal esperar o jantar sair. Ainda nem tinhamos entrado e já notamos alguns dos homens na porta do salão, como caes de guarda. Começava a me sentir um prisioneiro, era como se aquelas pessoas estivessem observando cada passo nosso. E a situação não melhorou no clube de Trato de Criaturas Mágicas. Durante toda a reunião, que era liderada pela Milla, funcionários do ministério passavam de um lado para o outro, e dois deles assistiram as atividades do clube.

- Não estou gostando nada dessa movimentação – Ty comentou quando saimos de perto do grupo, ao fim da reuniao do clube – Estou com um pressentimento de que as coisas vão feder.
- Também não me agrada esses homens andando de um lado pro outro, mas o que podemos fazer? – Miyako encarou um deles quando passou e o homem a encarou de volta, com uma expressão séria – Biel, temos reunião de pauta hoje, melhor irmos andando.

Nos separamos do Ty e seguimos para o 4º andar, onde ficava a redação do jornal. E mal entramos, fomos sugados para dentro de uma roda de discussão sobre a atmosfera carregada que pairava sobre o castelo. Georgia foi à última a chegar e já entrou na sala agitada, distribuindo papéis sobre a mesa de reunião. Tomamos nossos lugares e ela ia começar a falar, mas a porta se abriu e um homem e uma mulher entraram. Ficamos todos mudos, encarando os dois, e Georgia levantou.

- Posso ajudá-los? – perguntou com sua voz forçando simpatia
- Façam de conta que não estamos aqui – a mulher respondeu no mesmo tom – Estamos apenas observando.
- Desculpe, mas a reunião é fechada apenas para a staff do jornal – Georgia insistiu, e dava pra perceber que ela queria voar no pescoço da mulher
- Se tem algum problema com a nossa presença, sugiro que apresente uma queixa formal ao Ministro da Magia – o homem respondeu mais ríspido que a mulher e Georgia sentou, acuada
- Er, bem, vamos começar a reunião – ela estava visivelmente balançada, mas ignorava a presença dos dois e nos encarava, firme – Temos uma matéria sobre o consumo de drogas nas festas que aconteciam nas repúblicas, quem quer ficar com essa?
- Hem-hem – a mulher pigarreou e todos olhamos pra ela – Desculpe, mas talvez você queira repensar sobre essa matéria
- E por que eu faria isso? – Georgia respondeu sem paciência
- O Ministro nao quer que os assuntos revelados na matéria do Profeta Diário tomem mais repercussão – o homem respondeu por ela
- Na verdade, a partir de agora, todas as matérias que vocês escreverem para o jornal deverão passar pela nossa aprovação, antes de serem impressas – a mulher tornou a falar, se adiantando e estentendo a mão para Georgia – Para nos poupar tempo hoje, por que não me dá essa lista, garotinha?
- Garotinha? – Georgia sussurou entregando o pergaminho a ela, irritada, encarando Evie.

A mulher recolheu a lista de matérias da mão dela e se sentou em uma das nossas mesas, de frente para o homem. Observamos sem qualquer tipo de reação eles riscarem todo o pergaminho. Levantaram depois de um bom tempo e devolveram ele a Georgia. Ela passou os olhos pela lista e encarou a mulher.

- Vocês riscaram tudo! – disse indignada
- Nao diga bobagens, deixamos alguns tópicos para serem desenvolvidos – ela respondeu sorrindo
- A falta de aquecimento em algumas repúblicas? – Miyako leu um dos itens que sobrou na lista – Como vamos fazer disso uma matéria de capa?
- Se a staff desse jornal não tem competência para escrever sobre qualquer assunto, talvez esteja na hora de uma reformulada – a mulher respondeu grossa e Georgia se levantou, mas puxei ela de volta pra cadeira – Se não estão satisfeitos, sugiro que saiam agora. Mudanças estão acontecendo nessa escola e aqueles que não se adaptarem, terão um semestre dificil.

A mulher terminou de falar em um tom grosseiro, mas abriu um sorriso falso em seguida e deu alguns passos para trás, encostando na parede ao lado do homem. A mesa ficou em silêncio por longos minutos, nos encaravamos perplexos, até que Georgia resolveu encarar o desafio e distribuiu as matérias que sobraram. Foi a reunião mais curta da história de um jornal, sequer discutimos o nível de importância do que seria escrito e fomos liberados. A época da ditadura havia voltado, e chegado a Durmstrang. E o jornal parecia ter sofrido o primeiro baque de muitos que ainda estava por vir. Estávamos sofrendo censura, e havíamos acabado de perder a nossa liberdade de expressão.

O Grande Conselho – Parte II – Palco de Sangue

Memórias de Caleb Monaghan Langston

Eles se reuniram.
Havia séculos que eles não se reuniam. Talvez um milênio tenha se passado desde a última grande reunião.
Todos haviam sido chamados, e todos sabiam da obrigação em participar da reunião, pois decidiria o futuro de todos eles.
Eles não possuíam uma família reinante, ou um rei supremo. A maioria vivia sozinho, ou no máximo em clãs de três ou quatro, com um líder. Quando havia necessidade de cooperação, eram esses líderes que faziam todas as negociações, e todos os líderes mantinham algum contato.
Era o Grande Conselho.
Este Conselho era liderado pelos mais antigos e poderosos, os Anciões. Os Anciões tinham mais de 500 anos, eram poderosos e temidos.
Era o Conselho dos Vampiros. Todos os vampiros do mundo haviam sido convocados. Totalizavam alguns milhares, e uma boa aproximação seria de 2000 vampiros, alguns com apenas algumas décadas de existência, jovens comparados aos ancestrais Anciões. Eles haviam se reunido em um imenso anfiteatro em ruínas, o local da reunião de vampiros desde que foi iniciada. O anfiteatro era conhecido por eles como o Palco de Sangue, e sua localização não era exata, pois a cada reunião, os vampiros o mudavam de local, mas sempre em locais escuros e cercados por vegetação densa.
Hellion havia feito parte dos Anciões, por ser um dos mais antigos, e era por sua causa que eles se reuniam novamente, após séculos. Pois com 2050 anos ele fora destruído. A balburdia era enorme no salão. Apesar de todos poderem ouvir qualquer sussurro facilmente, a exaltação os fazia falar alto, e às vezes até gritar.
- Isso é um absurdo! Passa de um insulto, isso foi uma declaração de guerra! Eles devem ser exterminados! – Saul falou exaltado, fazendo os demais vampiros se calarem. Ele era um dos Anciões, apesar de o mais novo deles, com apenas 600 anos e aparentava 18 anos.
- Acalme-se, Saul! Nós temos vivido há séculos com a comunidade bruxa, muitos de nós são bruxos. Se declararmos guerra a eles, a comunidade bruxa os apoiará! Devemos agir com cautela! – Lizandra respondeu, era uma vampira que aparentava 20 anos, porém ela já possuía 750 anos de existência.
- Cautela?! Cuidado?! Lizandra, eles mataram um dos vampiros mais antigos que existia! E também um dos mais poderosos, sabe o perigo que eles representam?! – Cassandra, uma vampira de 700 anos, porém com a aparência de uma jovem de 15 anos, falou enraivecida, apoiando Saul.
- Então, isso não passa de revanchismo idiota?! – Caleb não agüentou mais e apesar de não fazer parte do Conselho, levantou-se exaltado. Sua esposa, Megan, estava ao seu lado olhando tudo com cautela e curiosidade.
- Calado, Caleb, você também é um dos assuntos dessa reunião, e você os apóia, sua opinião é conhecida de todos. – Isaiah olhou com calma para Caleb, mas seu olhar transmitia comando. Isaiah aparentava seus 40 anos, porém já vivera há 9 séculos.
- Caleb tem o meu apoio! –Derfel falou, controlado, mas também com poder na voz. Ele já vivera por 2300 anos, porém sua aparência mantinha o poder e a força de seus 30 anos. – O que vocês querem é um motivo para erradicar um possível rival! Se declararem guerra, vocês terão que enfrentar a minha fúria, Saul, Isaiah e Cassandra! Assim como qualquer outro que for imbecil o bastante para segui-los!
O pronunciamento exaltado de Derfel fez os vampiros entrarem em discussão novamente. Isaiah considerou que Derfel o havia provocado e mostrava as pressas e os olhos vermelhos para o outro Ancião. Outros vampiros também mostravam os dentes e preparavam-se para lutar, o que não seria nada incomum, pois em todos os poucos Conselhos que ocorreram, houve luta entre vampiros. Porém, quando estava a beira de uma luta, o mais velho dos vampiros bateu com força em uma das paredes do Palco. A parede foi feita em migalhas e todos os vampiros ficaram calados, sentando-se novamente.
- Já basta! Derfel, meça suas palavras, e Isaiah peça perdão a Derfel, ele é seu superior. Eu estou ordenando! – Siegfried ordenou, seus olhos brilhavam e ninguém poderia desobedecer ao seu comando.
Não se conhece a verdadeira idade de Siegfried, mas ele possui facilmente mais de 3000 anos. Ele não aceitava o poder de rei supremo, mas todos os vampiros obedeciam aos seus comandos. Ele gostava da estrutura de Conselho e ele foi o fundador de tal estrutura, por isso nunca deixava a opinião ser tomada apenas por ele. Ele mexeu os dedos da mão e pedaços de pó da parede caíram de suas mãos, enquanto ele as cruzava diante de si, pensando. Ele aparentava 30 anos, e seus olhos eram uma mistura de vermelho e dourados intensos, olhos estes ainda claros e poderosos. A única coisa que indicava sua idade avançada era a pele, mais pálida que a dos demais, porém igualmente resistente.
- Siegfried, eu devo concordar com Isaiah, Saul e Cassandra! NÓS DEVEMOS ELIMINAR OS CHRONOS! – Cadarn gritou as últimas palavras, completamente exaltado. Alguns vampiros urraram em concordância sentindo cheiro de sangue.
- Os Chronos são um perigo para todos nós! Apenas duas crianças deles destruíram Hellion, o que o clã inteiro não pode fazer?! E agora eles têm o controle de Azkabhan!! Azkabhan deveria ser nossa! – Gustav completou, também exaltado.
- Por que Azkabhan deveria ser nossa?! Só porque ela foi um antro de maldade por décadas? Os Chronos não devem ser tocados! – Miko falou enraivecida.
- Gustav, Azkabhan não é o tópico e todos sabemos que você queria controla-la. – Siegfried falou dando por encerrado o assunto.
- Os tópicos são os Chronos e Caleb. Chega de ficar mudando de assunto. – Lilith completou o marido, seus olhos fazendo os demais vampiros se calarem.
- Comecemos pelo tópico mais simples da reunião. Caleb e Megan, de pé os dois. – Gisela falou, dando início ao julgamento. O casal ficou de pé e andou para próximo ao Palco – Caleb você é acusado de ter transformado a humana Megan em vampira, colocando a identidade dos vampiros em perigo.
- Mais ainda, vocês são acusados de criar um híbrido, contrária a todas as leis da Magia e nossas também, criando um ser novo, que recebeu o nome de Edward. – Derfel continuou o anúncio das acusações. – As acusações são feitas por Cadarn e Gustav.
- E a defesa é feita por Cewyn e Deoris. – Cewyn, esposa de Derfel completou.
- Muito bem, o que você tem a dizer Cadarn? – Gisela perguntou.
- Esses dois criaram uma abominação! – Ao ouvir isso, Megan mostrou as pressas e ameaçou Cadarn, porém Caleb a segurava sem alterar o seu semblante. – Esse ser é um perigo para nós! Não sabemos o que ele pode fazer, ele pode colocar em risco toda nossa comunidade!
- Pedimos a destruição da abominação e da nova vampira. Para Caleb o castigo de arder ao sol por cinco minutos. – Gustav completou a acusação, recebendo vários silvos de reprovação por parte de alguns Anciões e de outros vampiros. Caleb se mantinha calado, mas seus olhos transmitiam medo e ao seu lado, Megan parecia a ponto de pular para atacar Cadarn e Gustav.
- Acusações recebidas. O que você tem a dizer em sua defesa, Caleb? – Derfel perguntou.
- Megan está sob proteção. Não há leis que impedem que criemos novos vampiros e não coloquei nossa segurança em risco, pois graças aos esforços dos Chronos, – Caleb frisou as palavras – Evitamos um escândalo. Quanto a Edward, ele é fruto de nosso amor, e garanto que ele é inofensivo, e que cuidaremos para que ele saiba das leis dos vampiros.
- Edward é inofensivo, já o estudamos e vimos que ele tem desenvolvimento acelerado e entende que deve proteger os vampiros e respeitar nossas leis. – Deoris defendeu Caleb e Megan.
- Estou me lembrando de mais uma acusação...Alexandra Mcgregor. Você conhece, Caleb? – Gustav perguntou, olhando com força para Caleb.
- Ela é nossa amiga – Megan respondeu ao ouvir o nome de Alex.
- Calada, vampira. A pergunta não foi dirigida a você. – Gustav falou com amargura.
- Calado você, Gustav. Eu ordeno que haja cortesia com os acusados, entendeu? – Cewyn comandou, seus olhos brilhando e Gustav sentiu como se levasse um soco.
- Respondendo sua pergunta, Gustav. Sim, eu conheço Alexandra Mcgregor, ela é minha amiga.
- E você nega que se alimentou dela? Bebeu de seu sangue? Mas não a transformou em vampira? Por que? – Gustav continuou com as acusações.
- Não, não nego. Mas o que isso tem a ver? A um momento me acusava por ter transformado Megan em vampira...
- É contra nossa natureza! Você sabe que essa Mcgregor agora está ligada a nós? Que ela pode ver sua mente, conhecer seus pensamentos? E um dos Chronos, Alucard, também se alimentou dela! Devemos todos nos alimentar dela? Um banquete! Vejam, a humana se oferece para nós! – Cadarn falou ácido. Caleb e Megan ficaram furiosos e mostraram suas pressas para Cadarn que saltou para cima da mesa pronto para lutar. Porém Cewyn acertou um soco em sua barriga, jogando-o ao chão.
- Você será perfurado por 50 estacas, Cadarn!! Eu ordenei cortesia! E não aceitarei que insulte uma humana! Agora cale-se ou eu mesma o destruirei.
- Como se você conseguisse, sua idiota! – Cadarn falou com um silvo. Derfel agarrou seu pescoço e o prendeu ao chão. Vários vampiros já lutavam. Novamente Siegfried urrou e todos ficaram quietos, porém Cewyn e Derfel ainda mantinham Cadarn preso.
- Solte-o, Cewyn e Derfel. Cadarn, Cewyn ordenou cortesia e você insultou sua superiora, além das 50 estacas ordenadas por ela, Derfel terá autorização para perfurar seu peito. E se insultar um humano novamente ou desobedecer a uma ordem, você será jogado ao sol. – Siegfried ordenou, fazendo Cadarn se calar. – Já ouvimos as acusações. Vamos a votação. Aqueles que consideram Caleb culpado levantem a mão. – Alguns vampiros levantaram a mão, como Cadarn, Gustav, Isaiah, Saul e Cassandra. – Agora aqueles que o acham inocente levantem a mão. – Muitos levantaram a mão, sendo Siegfried e Lilith os últimos. – Muito bem. Com uma votação de 1800 contra 200, Caleb e Megan, vocês são considerados inocentes, podem se sentar.
Caleb soltou ar dos pulmões, aliviado, enquanto Megan piscava os olhos também aliviada, apesar de não entender completamente o que significaria a acusação de culpados. Eles se sentaram novamente, de mãos dadas e sorrindo, pois agora seu filho estava protegido, uma vez que Siegfried considera alguém inocente, nenhum vampiro pode toca-lo. Os vampiros começaram a se agitar novamente, mas mantinham-se calados, porém seus olhos brilhavam e seu sorriso ficava mais intenso. Eles sentiam que o verdadeiro motivo do Conselho estaria para começar: a destruição dos Chronos.
- Próximo tópico: Chronos. – Gisela iniciou, olhando os demais vampiros.
- Correção, próximo tópico: Destruição dos Chronos! – Isaiah corrigiu, maliciosamente, porém sendo ignorado por Gisela.
- Diga as acusações, Joseph. – Lilith pediu, sabendo que Joseph seria imparcial.
- Com todo prazer, minha dama. – Joseph colocou-se de pé e dirigiu-se para diante da grande mesa semicircular dos Anciões, ficando no meio do Palco. – Irei enunciar as acusações dos Chronos, até elas terminaram, peço que se faça silêncio. – Os demais vampiros obedeceriam, pois apesar de Joseph ser relativamente novo, ele era carismático e todos os respeitavam. Ele deu uma piscadela para Caleb antes de pigarrear e começar a enumerar as acusações:
1ª) Extermínio do vampiro Hellion, executado pelos gêmeos Seth e Griffon Chronos.
2ª) Tomada do sangue da humana Alexandra Mcgregor, por parte de Alucard Chronos, sem transforma-la em vampiro, criando uma ligação entre a humana e os vampiros.
3ª) Controle de Azkabhan, dada a eles pelo Ministério da Magia Inglês.
4ª) Destruição de vários vampiros menores.
5ª) Auxílio a Caleb e Megan, ignorando as Leis Vampíricas.
6ª) Surgimento de uma nova raça de vampiros, representada por Alucard e Seth Chronos, que não se sabe o que podem fazer para a sociedade vampírica.
7ª) Treinamento de aurores para destruir vampiros e outros seres.
8ª) Exposição da Sociedade Vampírica.
9ª)União entre espécies diferentes, entre “meio-vampiros” e humanos, executada por Alucard Chronos e Mirian Capter e Seth Chronos e Luna Lovegood.
Joseph terminou as acusações e voltou a seu lugar, e novamente dirigiu um olhar a Caleb, dessa vez mais demorado, como se transmitisse algo. Os demais vampiros começaram a conversar sobre as acusações, mas a principal e mais ameaçadora era a destruição de Hellion. Hellion era odiado por muitos vampiros, mas ele era extremamente poderoso, um invocador perfeito, lorde de milhares de servos, que sabia usar as trevas como poucos. Porém ele foi destruído por duas crianças. E isso fazia os vampiros sentirem algo que não estavam acostumados: medo.
- Daremos início ao debate. – Siegfried falou, e todos os Anciões colocaram-se de pé.
- Como Joseph bem mostrou, as acusações provam que os Chronos são um perigo para nós! Eles têm um poderio enorme, posto que o Clã é poderoso e bem treinado. – Cadarn começou.
- Sem falar que a cúpula do Clã é poderosíssima. Alucard é um meio-vampiro, “herdeiro” de Hellion, o que o torna mestre de milhares de servos e das trevas! Celas é uma bruxa habilidosa e alquimista incrível, suas poções são capazes de nos queimar e até destruir! Mas talvez o maior perigo dos três seja, Mirian Chronos, o ser humano que Hellion mais temia! – Gustav deu continuidade, e notou-se pela sua fala que ele temia Mirian.
- Ela é descendente dos Capter, uma família antiga que domina os poderes do Sol! Ela pode matar a todos nós sozinha se desejar! – Saul falou, também amedrontado.
- E não podemos esquecer os gêmeos, a criança recém-nascida e a filha de Celas! Griffon herdou os poderes da mãe, enquanto Seth é “herdeiro” de Hellion. Os dois foram capazes, de sozinho, destruir Hellion completamente!! As duas crianças fêmeas tem potencial e Hellion foi atacado por uma delas quando tentou mata-las! – Casssandra completou, exaltada.
- Eu peço que destruamos os Chronos completamente! Um ataque de todos os vampiros seria o suficiente para extermina-los! – Cadarn falou, elevando a voz e balançando um punho no ar.
- MORTE AOS CHRONOS! – Isaiah gritou e muitos vampiros o imitaram, e o grito ecoava pelo Palco.
- Morte a todos ligados aos Chronos! A seus amigos, a seus amores! Devemos extermina-los da Terra imediatamente! – Saul gritou, com os olhos brilhando.
- CALADOS!!! – Derfel urrou, a fúria clara em seus olhos brilhantes. – Vejam o que vocês estão falando! Vocês querem destruir pessoas inocentes? Caso a destruição dos Chronos seja votada, APENAS OS CHRONOS DEVEM SER ATACADOS! Não permitirei que inocentes sofram!
- Mas eu quero ver os Chronos sofrerem! Quero ver seus entes queridos serem assassinados, torturados diante de seus olhos, quero ver o olhar dos Chronos enquanto bebemos o sangue de seus amados! – Cadarn falou gargalhando, seus olhos rubros brilhavam malignamente.
- Antes que você faça isso, verme imundo, eu arrancarei a sua cabeça e beberei seu sangue nojento. – Derfel falou com raiva.
- Derfel, cuidado com ameaças que não pode cumprir, sou eu que beberei do seu sangue e de sua linda princesinha. – Cadarn sorriu malignamente, mas seu sorriso virou um grasnar de medo, pois Lilith estava ao seu lado, os olhos brilhando com raiva.
- Você não ouviu sua ordem anterior?! Insultou Cewyn e Derfel novamente. Pois será punido agora! – Com rapidez e força que não pareciam ser possíveis para seu corpo pequeno, Lilith agarrou o pescoço de Cadarn e o jogou ao chão. Ela levantou a mão e no ar surgiram 50 estacas de pedra. Ela baixou a mão e todas perfuraram o corpo de Cadarn, que soltou um grito abafado. Em seguida Derfel e Cewyn estavam em cima dele e cada um perfurou um lado do peito de Cadarn. Os três Anciões deram-se por satisfeitos e voltaram aos seus lugares, deixando Cadarn humilhado e caído no chão, tentando se levantar. Ele olhou furioso para os três enquanto tirava uma garrafa do bolso, uma garrafa cheia de um líquido vermelho, sangue. Ele a bebeu de um gole só para acelerar sua cicatrização, voltando ao seu lugar em seguida. A raiva que sentia por Derfel e Cewyn aumentava ainda mais, mas não havia nada que pudesse fazer.
- Você nunca aprende, não é Cadarn? Continua sendo o mesmo imbecil de 1700 anos. – Sophy riu enquanto olhava para Cadarn.
- Calada! – Cadarn ordenou, a humilhação queimando seu ser.
- Eu não acho que os Chronos são uma ameaça a nós vampiros. Enquanto nós mantivermos certo cuidado nas caçadas e não causarmos danos demais ao mundo humano, eles não nos atacaram diretamente. – Alexandra comentou, ignorando Cadarn.
- Eu concordo com Alexandra. Eles destruíram Hellion, pois Hellions destruiu sua família, atacou seus amigos e familiares. Eles estavam apenas se defendendo. – Esmeralda completou.
- Eles apoiaram Caleb e Megan, dando apoio a eles e impedindo que o Ministério tentasse destruir a eles e a seu filho, e mais importante, eles impediram que o caso de Caleb tomasse o conhecimento público, poupando a sociedade vampírica de tal problema. – Cewyn defendeu os Chronos.
- Mas devemos lembrar que foram os Chronos que há alguns anos vem matando e destruindo vários de nossos irmãos!! Desde Rigel Chronos, centenas, talvez um milhar de vampiros foram destruídos pelos Chronos!! Vários de nossos irmãos foram mortos por eles! – Gustav falou, tentando se controlar.
- Sim, não podemos negar este fato, e devemos levar em consideração para a votação. Mas não devemos nos guiar apenas pela raiva e vingança. Os Chronos fazem isso para defender os humanos, é algo natural! – Miko rebateu. – Do mesmo jeito que você os quer destruídos por terem matado um de nós.
- Eu considero o maior perigo aquilo que eles ainda podem fazer!! Os gêmeos Chronos mostraram que são poderosos, que podem destruir-nos facilmente! Não podemos deixar um perigo em potencial livre! – Saul falou exaltado.
- Nós temos todo o tempo do mundo para atacar. Não podemos nos guiar apenas por revanchismo! Devemos ser sensatos! Devemos saber o que implica uma guerra contra os Chronos. Implica em uma guerra entre humanos e vampiros! Toda a comunidade bruxa irá apóia-los, lutar ao lado deles. E ao final, podemos apenas aumentar o poder deles! – Lizandra explicou os problemas de declarar guerra.
- Eles já declararam guerra!! Eles destruíram Hellion, isso foi uma declaração de guerra e devem ser destruídos!! GUERRA AOS CHRONOS!! – Cadarn gritou novamente, recomposto dos ferimentos. Os vampiros urraram novamente e as lutas recomeçaram, entre partidários de Cadarn, que queriam uma orgia de sangue e partidários de Derfel, que defendiam os Chronos. Era uma luta sangrenta, pois vampiros mordiam vampiros e tentavam arrancar membros. Alguns vampiros já caiam feridos, outros estavam com perfurações pelo corpo. Caleb mantinha-se afastado das lutas, segurando Megan pelo braço, próximos ao Palco. Pela terceira vez, Siegfried urrou, dessa vez, Gisela e Lilith urraram juntos, aumentando o poder do urro. Os vampiros foram obrigados a parar e encarar os anciões.
- JÁ CHEGA!! – Siegfried falou furioso e os vampiros engoliram em seco. - Muito bem, passemos para a votação. Todos nós conhecemos as acusações aos Chronos, convivemos séculos com esta família, com seus princípios e sabemos o poder que possuem. Aqueles que votam pela destruição dos Chronos levantem as mãos....Os contrários à guerra, levantem as mãos...
A votação foi acirrada...Muitos vampiros compartilhavam o desejo de sangue de Cadarn e queriam apenas uma desculpa para atacar humanos à vontade. Outros eram mais cuidados e sabiam o perigo que representaria para eles uma guerra com o mundo humano...Cadarn foi o primeiro a votar pela guerra, seguido por Gustav, Cassandra, Isaiah e Saul. Porém, Derfel, Cewyn, Gisela, Deoris, Joseph, Lizandra, Alexandra, Esmeralda, Sophy, Miko, Lilith e Siegfried votaram contra. Mesmo assim a votação foi complicada....No final aproximadamente 900 vampiros foram a favor da guerra, porém 1100 foram contra.
- Não declararemos guerra aos Chronos. Mas devido aos números da votação, nos reuniremos novamente em outro momento para uma nova votação. Dou por encerrado o Grande Conselho – Siegfried falou, levantando a mão e depois deixando-a cair lentamente. Então, todo o Palco de Sangue começou a se desfazer em areia negra e voar para a mão de Siegfried que apertou a bola de areia negra, fazendo-a desaparecer. Os vampiros começaram a se encaminhar para a floresta para irem embora, quando Cadarn os chamou.
- Irmãos, aqueles que desejarem, preparei um banquete para todos. – Ele sorriu malignamente e apontou para uma lona no meio da floresta, onde ouviam-se risos e música de humanos. Cadarn havia convidado humanos para uma festa enfeitiçada, de onde não poderiam sair. – Há pelo menos 1 humano para cada um de vocês. Divirtam-se.
Ele falou com um sorriso no rosto, os olhos rubros brilhando. Os vampiros imitaram seu sorriso e foram para o banquete. A maioria dos Anciões virou o rosto e saiu da floresta imediatamente, eles gostavam de sangue humano, mas não um sangue dessa forma nojenta como Cadarn gostava de se divertir. Saul, Cassandra, Isaiah e Gustav porém sorriam e se dirigiam para a lona, quando Cadarn os chamou.
Caleb virava o rosto com nojo e tentava sair o mais rápido daquela floresta, antes de ouvir os gritos das pessoas, mas já era tarde e os primeiros gritos começavam. Megan sentia nojo e seus olhos pareciam à beira de lágrimas. Os dois começaram a correr, quando Caleb notou Cadarn conversando com os outros quatro Anciões. Ele decidiu ouvir o que era, e se escondeu com Megan.
- Siegfried é um idiota! Os Chronos são um perigo e devíamos destruí-los! – Cadarn falou enfurecido, enquanto massageava o peito.
- Eu concordo com você, devíamos destruir os Chronos. – Gustav completou, mas tomando cuidado para não falar mal de Siegfried.
- E ainda podemos...Lentamente, mas podemos... – Cadarn sorriu maliciosamente e os outros se interessaram. – Devemos atacar seus amigos. Principalmente aqueles que eles amam. Seth e Griffon possuem namoradas, devemos caça-las, e mata-las diante deles. Isaiah, você iria a Durmstrang atacar a jovem namorada de Seth?
- Com todo prazer, Cadarn. – Isaiah sorriu maliciosamente. A imagem de uma jovem que pudesse beber o sangue o fazia querer isso a qualquer custo.
- Leve, contando com você, dez vampiros. Tenho outra missão para você. Em Durmstrang também estão os últimos Flamel, eles com certeza devem ter uma Pedra ainda! Traga-os para mim. – Cadarn falou, depois dirigiu-se a Saul e Cassandra. – Quero que vocês dois vão para Beauxbatons, cacem Emily Mcgregor, ela é filha do maldito Kyle Mcgregor e namorada de Griffon. Tragam-na para mim, quero eu mesmo mata-la.
- Sim, senhor. – Os dois responderam, com o sorriso maquiavélico em seu rosto.
- Eliminem todos os amigos dos Chronos que vocês encontrarem no caminho. Durmstrang está cheia deles. Mas tomem cuidado, é lá que está ocorrendo o Torneio Tribruxo, deve ter mais segurança. Divirtam-se! – Gustav falou gargalhando.
- Mas antes, vamos nos divertir antes que acabe toda a comida. – Cadarn falou sorrindo, e suas pressas à mostra. Os cinco correram para a lona, onde ainda ouviam-se os gritos...Assim que eles estavam longe, Megan começou a chorar e a tremer.
- Eles vão exterminar os Chronos! Eles vão trucida-los! Precisamos avisa-los, Caleb, não podemos deixar nossos amigos sozinhos!!
- Eu vou avisa-los!! E não subestime os Chronos, você os conhece pouco e não conheceu Hellion. Seth e Griffon mataram sozinhos Hellion, são capazes de enfrentar Isaiah, Saul e Cassandra...Vamos precisamos ser rápidos! – Eles começaram a correr para aparatar, quando Derfel e Cewyn apareceram diante deles.
- Você dará sua lembrança aos Chronos, não dará? – Cewyn perguntou.
- Darei, senhora. E me desculpem, mesmo que me ordenem que não, não poderei obedece-los, eles são meus amigos!
- Não queremos que não os avise. Pelo contrário, você deve avisa-los! Ficaremos de olho em Cadarn e sabemos o que ele planeja, mas tentaremos evitar. Porém avise os Chronos. Esse também é o desejo dos demais Anciões e de Siegfried. Vá, Caleb e Megan, rápido, avisem os Chronos o mais rápido possível!! – Derfel falou e terminou as ultimas palavras enquanto Caleb e Megan corriam pela floresta aparatando imediatamente.
Assim que chegaram em casa, Caleb e Megan abraçaram com força o filho que parecia aliviado também. Caleb tocou o crânio com a varinha e tirou um longo fio azul-prateado de sua cabeça, colocando em um frasco que lacrou magicamente. Ele correu para os Chronos, e no final da madrugada, entregou a eles as suas memórias...
 

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