domingo, 23 de novembro de 2008

Viver no Texas, foi uma decisão acertada para minha vida. Não só porque minha mãe não estava atrás de mim ou de meus irmãos, mas porque aqui aprendi a dar mais valor às pequenas coisas, como tirar uma soneca à tarde rsrs.
Com o nascimento de Julian em março, tive que fazer muitos deveres atrasados enquanto o amamentava, mas consegui me sair bem, porque Jaeda, Brian, Angelique e Lucien me apoiaram muito e na época das provas, não foi tão estranho, entrar na sala para fazer provas levando um carrinho comigo.
Alguns examinadores me olharam esquisito e alguns alunos também, mas como Julian era um bebê tranqüilo quando estava seco e de barriga cheia, consegui fazer minhas provas e quando o fim do ano letivo chegou, viajei com ele para Paris e fiquei na fazenda com meu pai e meus irmãos, e mesmo com noites mal dormidas, choro de criança e ter aprendido várias técnicas de como limpar cocô e manter minhas roupas longe do cheiro de leite azedo, as férias foram boas.
Julian estava crescendo com uma rapidez espantosa, e por mais que eu houvesse lido sobre o desenvolvimento de bebês não deixava de me surpreender quando o via sentado sem apoio balbuciando umas coisas estranhas, ou fazendo força para ficar de pé, quando o segurava pelas mãozinhas rechonchudas. E Lucien começou a brincar com ele de ‘esconder’, tampando o rosto com as mãos e depois se mostrando, Julian dava gargalhadas lindas, e exibia os dentinhos de cima e de baixo, ficando com uma cara engraçada.
Agora eu começaria meu ultimo ano e além de me tornar uma bruxa formada, eu tinha um filho de 7 meses para criar e várias decisões a tomar. Meu pai queria que eu voltasse a Paris e vivesse com ele, pois ficaria mais fácil criar o Julian lá, mas eu não concordava com isso.
Porque eu havia recebido propostas de emprego, e principalmente porque eu queria um oceano de distancia da possibilidade de minha mãe olhar para o rosto do meu filho e descobrir que ele é um McGregor. E se ela visse isso, ele correria perigo. Além dos perigos normais que ele já corria por estar descobrindo o mundo, pois agora ele já engatinha, e não posso mais deixar os armários abertos, pois ele agora puxa tudo para fora e fica dando gritinhos felizes. E quando está comendo ele puxa a colher afinal aquilo é uma coisa mágica, ele sabe que ali tem a sua papinha favorita de frutas, ele é comilão.
O pediatra diz que ele é muito inteligente e grande para idade e quando ele me olha serio após receber um não, fica muito mais parecido com o pai. Acho que Jaeda sabe quem é o pai, mas como eu me esquivo do assunto, ela não força para saber a verdade. Mas ela e Angelique são muito amigas, e acho que minha irmã deve ter dito algo, pois no Halloween, ela recebeu a visita de um amigo de Durmstrang, Iago Karkaroff, e ela não mostrou a ele as fotos de meu garoto, coisa que faz toda coruja. Bem, enquanto ela não perguntar diretamente, não preciso me preocupar com isso.

o-o-o-o-o-

Danielle estava passando um fim de semana comigo, e estava hospedada em meu dormitório, afinal ela queria apertar Julian e tínhamos muito assunto para por em dia. Ela me contou sobre o torneio Tribruxo e como o Gabriel Lupin, campeão de Beauxbatons havia se saído bem, que ele tinha uma torcida enorme, mesmo entre alunos de Durmstrang e que eu adoraria estar lá para ver tudo. Como a conhecia bem, após colocar Julian para dormir, olhei para ela e perguntei:
- Vai pode falar o que está te preocupando realmente, Danielle.
Ela me olhou fazendo um ar confuso, mas como eu a olhava firme, ela tentou ser evasiva.
-Rory quis ver vocês, estava com saudades...
- Sempre escrevemos uma à outra. E você fica me olhando como se quisesse me contar alguma coisa, então conte.
- É impressão sua, não posso sentir saudades???
- Danielle, você não deixaria de ir ver o Went se não fosse sério...- e ela suspirou resignada e se rendeu.
- Bom... Você ia ficar sabendo de qualquer jeito, mas achei melhor te contar pessoalmente, antes que você visse alguma coisa no jornal.
- Você esta me assustando...
- É sobre o Ty...
- O que aconteceu com ele? Ele ta machucado? Está doente? O que houve com ele? Diz logo Danielle. - perguntei aflita e minha amiga me olhou com algo parecido com pena e aquela sensação de medo se intensificou.
- Ele vai se casar...
- Fala sério, como assim casar? Ele só tem 17 anos...
- Não estou brincando, ele vai se casar com a Savannah.- e uma irritação começou a tomar o lugar do medo.
- Ele e Savannah sempre tiveram uma forte ‘ligação’, afinal ela sempre andou atrás dele, são do mesmo nível social. - disse imitando a voz esnobe de Savie.
- Não é isso...Ele vai casar com ela porque ela esta grávida e disse que o filho é dele.
- Viu? A conexão sempre esteve lá...
- Não seja tonta. Você devia contar a ele do Julian, e impedir este golpe, é claro que é um golpe e...
- E o que Danielle?
- Ele só esta se casando com ela por causa da criança Rory, então se você falasse a ele do Julian...
- Certo vou falar assim: 'Ty, sabe aquela vez que eu disse que não estava grávida?? Pois eu me enganei, eu estava grávida e tive o Julian. Então isso me torna uma forte candidata para ser sua esposa, afinal o meu bebê nasceu primeiro e ele já tem dentinhos,devo ganhar uns 10 pontos de bônus'?? - falei sarcástica.
- Sim...Não...Quer dizer, ele deveria saber...
- Não vou impor um filho a ele. E Ty já me esqueceu.
- Ele não se esqueceu Rory, e até veio atrás de você.
- Veio aqui? Quando?
- Não sei quando exatamente, mas veio.
- Ele deve ter dito isso para que você não o achasse insensível Dani.
- Ele disse que veio atrás de você, e que você estava seguindo em frente com seu namorado.
- Agora ele aprendeu a ser mentiroso. Nunca namorei ninguém depois dele, eu estava ocupada, grávida.
- Mas você não viu o jeito que ele falou Rory, ele tava zangado, parecia enciumado sabe?
- Não delira Danielle. O que eu tive com o Ty acabou e não é porque eu tenho um filho dele, que ele vai querer me ver.
- Mas a Savie...
- Não foi a mãe da Savie que matou o pai dele Daniele e isso aconteceu porque eu não contei a ele sobre as intenções dela, eu traí o Ty. Acha que ele vai me receber de braços abertos? Não Dani, não vou fazer nada para tentar impedir este casamento, ainda mais se é uma decisão dele, ele não faria nada que não quisesse.
- Então vai desejar que ele seja feliz com ela? E diz que você não sente nada mais por ele
- Eu amei ao Ty, muito, mas depois que Julian nasceu descobri que ele é a pessoa mais importante da minha vida, e eu só posso agradecer ao Ty por isso. E se isso significa deixá-lo em paz para se casar com Savannah, que seja.
- Você esta sendo covarde, escondendo a cabeça no buraco e deixando as coisas acontecerem.
Olhei para ela e suspirei cansada:
- Pode ser, Danielle, suporto tudo que surge em meu caminho, mas não vou suportar ser rejeitada pelo Ty novamente. Você não viu o olhar de ódio dele para mim, então não sabe que aquilo ainda me machuca muito mais, do que saber que ele vai se casar com Savannah Bouvier.
- Mas Julian tem direitos, pode ter uma vida melhor...
- Não preciso ser sustentada pelo Ty para dar uma boa vida ao meu filho. Agora além do jornal da escola, escrevo para Witchteen, e depois da escola posso arrumar mais um emprego num jornal, vamos ficar bem. Entenda Danielle, no momento o homem mais importante da minha tem 8 kilos e dorme naquele berço. Não me interessa o que o Ty vai fazer da vida dele, especialmente com a Savannah ok? - falei firme e acho que isso convenceu Danielle de que eu não iria atrás do Ty, e acabamos mudando de assunto.
Mais tarde quando percebi que ela dormia profundamente e que Julian não iria acordar, fui tomar um banho. Lá sozinha, com a água morna escorrendo pelo meu rosto, pude chorar tudo o que estava me consumindo.
Ty iria se casar...
Ty teria um filho e não seria comigo...
Que droga Ty!

I'll never let you see
The way my broken heart is hurting in me
I've got my pride and I know how to hide
All my sorrow and pain
I'll do my crying in the rain

If I wait for stormy skies
You won't know the rain from the tears in my eyes
You'll never know that I still love you so
Only heartaches remain
I'll do my crying in the rain

N.Autora: Crying in the rain, do grupo A-Ha
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