quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Pode-se enganar a todos por pouco tempo, pode-se enganar alguns o tempo todo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo”. John F. Kennedy

Depois da escolha dos campeões, o ano letivo realmente começou. Eu já estava acostumado com o ritmo e o frio de Durmstrang, mas meus amigos estavam sofrendo um pouco.
- Já estou usando tudo que posso, e ainda estou com frio. Ainda estamos no verão não é?- resmungava Miyako, enquanto Gabriel batia os pés para mantê-los aquecidos, durante o café da manhã no salão.
- O que temos hoje?- perguntei enquanto pegava um pãozinho frio da cesta e enchia com tudo que estava disponível na mesa.
- Poções. - responderam Vina e Miyako ao mesmo tempo e depois de se encararem desviaram os olhos; ambas respirando fundo. Seguramos o riso.
Todos os amigos que fiz aqui, nos receberam bem, a única que tinha alguma restrição era Lavínia, pois ela e Miyako não se entendiam bem, por conta de uns poucos socos trocados durante as Olimpíadas, onde Vina levou a pior, mas em nome da harmonia do Torneio, todas estavam se esforçando para conviver bem. Nossa mesa era bem barulhenta, com todos falando ao mesmo tempo.
- Porque aquela garota esquisita não tira os olhos daqui?- perguntou Miyako e olhamos para onde o queixo dela apontava, Milla bufou:
- Aquela é a Inês Molotov, e só podia estar com sua irmã perdida Savie.
- Ela queria que Gina dormisse no quarto dela. Dá status, dividir o dormitório com a namorada de Harry Potter. - disse Luna e Gina revirou os olhos quando a zoamos um pouco.
- Inês é a que ganhou o quarto de vocês??- perguntei e Evie resmungou:
- Roubou, você quer dizer, mas por pouco tempo, Ty. Ela vai se arrepender de ter nos tirado de lá. - e Micah disse orgulhoso:
- Que frieza. Parece um general preparando uma invasão. Não tenho razão em estar apaixonado? - e rimos mais um pouco.
- Bom, então vamos logo, senão ficaremos nas piores bancadas. - respondeu Annia, saindo na frente seguida por nós.

Algum tempo depois

Estávamos picando os ingredientes que seriam utilizados na Poção Polissuco e todos estavam animados. O professor Klasnic havia solicitado aos alunos do Clube Avançado de Poções que colhessem a descuraima na lua cheia, e deixassem separadas para nós, para a aula de hoje. A turma estava empolgada, quando a poção ficasse pronta iríamos testá-las uns nos outros e mudar de identidade por uma hora. Eu estava na fase de picar as sanguessugas e jogar no caldeirão quando ouvimos uma voz conhecida:
- Professor não estou passando bem...- era Savie com cara esverdeada, correndo com a mão na boca e deixando a todos surpresos, afinal aquelas coisas não cheiravam tão mal assim a ponto de fazer alguém vomitar. Como a aula tinha que continuar, o professor pediu que Annia, a mais adiantada em sua poção, levasse Savannah até a enfermaria. Algum tempo depois ela voltou, e nem nos lembramos mais do ocorrido.

Havíamos terminado de jantar e estávamos combinando em qual república nos reuniríamos para fazer os deveres do dia quando, senti um cutucão no ombro.
- Ty, posso falar com você?- Era Savannah e estava com os olhos vermelhos.
- Oi Savie, claro que pode. O que é?
Ela olhou para meus amigos e disse:
- É importante... É particular. - olhei para meus amigos e disse:
- Podem ir, daqui a pouco alcanço vocês.
Caminhei com ela até uma sala que estava vazia e ela perguntou à queima roupa:
- Ty, o que você acha de mim?
- Como assim?- olhei bem para ela e notei que ela estava pálida, e parecia mais magra.
- Você gosta de mim? Nós ficamos juntos no casamento da Irina e me pareceu que você gostava de mim, tanto quanto eu gosto de você.
- Savie, quando ficamos juntos, era pra curtir o momento, não quero me prender a ninguém, embora você seja uma garota adorável. - (Ok, eu menti quando disse isso, mas você não pode dizer a uma garota que você só ficou com ela para zoar o babaca do Luka, tenho amor pela minha vida).
- Ty, aquela vez... Droga! Não tem jeito de dizer isso... Estou grávida, e antes que você diga algo de que se arrependa, sim, o filho é seu.
Até pensei em rir, mas quando vi que ela falava sério, fiquei parado olhando para ela e flashes daquela noite começaram a ir e vir na minha cabeça. Lembrei da hora que dançamos, de beber muito com meus amigos, e de quando ela deixou Luka sozinho, e veio em minha direção com uma taça de bebida de cor verde, beijos... No dia seguinte, acordei na hospedaria do vilarejo com ela do meu lado...
- Você tem certeza Savannah? Porque eu me preveni, tenho certeza disso. - perguntei sério e ela começou a chorar dizendo:
- Sim, a enfermeira da escola fez os testes e disse que nenhum método é 100% garantido.
- Deve haver algum erro Savannah. Costumo ser responsável, pelo menos nessa parte.
- O que você quer dizer? Que eu dormi com outro e estou jogando a culpa em você? Típico de quem quer fugir da responsabilidade.
- Não estou fugindo de nada, só estou dizendo que eu me cuidei, e achei que você também fizesse isso.
- Ótimo, agora você me chama de promíscua? O método falhou, e você não quer acreditar que o filho é seu... - e começou a chorar de forma tão desesperada e disse entre lágrimas.
- Desculpe...Não sei o que vou fazer, meu pai vai me matar, não quero te obrigar a nada, mas você tem noção do que será enfrentar isso sozinha? Eu nunca dormi com ninguém antes de você... E você sabe disso. - pior que eu me lembrava deste detalhe chocante daquela noite.
Burro! Burro!Burro! - martelava na minha cabeça
Senti-me um idiota, e acabei me aproximando dela e meio sem jeito, a deixei chorar no meu ombro, mas as palavras dela martelavam na minha cabeça e acabei dizendo o que eu achava que era o certo.
- Você não vai estar sozinha, estarei ao seu lado. - ela fungou na minha camisa e disse entre soluços:
- Eu gosto de você Ty, muito... Mas não posso ter este bebê... Não quero ter um filho chamado de bastardo...
- Savie, podemos não estar apaixonados, mas somos amigos certo? Não vou te deixar sozinha com a criança. Posso ajudar...
- Mas sua mãe não vai permitir...E vamos viver de que? Dependemos de nossos pais...- mais soluços desesperados.
- Não quero ser mãe solteira, serei banida da família. Tive uma idéia... Se for o caso, podemos até nos casar e depois de algum tempo nos separamos...Ora, o que estou dizendo, você nem gosta de mim, como vai assumir um erro? É tudo minha culpa...- e ela chorou mais alto.
- Minha mãe vai se assustar, mas vai me apoiar e quanto à parte financeira não se preocupe, sou independente. Agora pare de chorar, você sabe que isso não faz bem para o seu estado. Vou cuidar de vocês dois, e mesmo que tenhamos que sei lá... Casar; faremos isso. Pelo menos temos que tentar não é?
Ela pareceu se acalmar e me olhou enxugando as lágrimas:
- Vou ser uma boa esposa para você Ty. - respirei fundo tentando assimilar aquelas palavras e perguntei de forma mais natural que consegui:
- Você vai querer uma grande festa Savannah? Quer dizer...De casamento. - engoli seco quando disse as palavras.
- Não precisa ser grande, mas luxuosa. Não é todo dia que eu entro para a família McGregor. Ah! E a propósito, seria bom, você providenciar um anel, acho que a mãe do seu filho merece algo grande e bem bonito. - deu-me um beijo e foi embora.
Eu fiquei ainda mais um tempo, tentando não me atirar da torre pensando na besteira que fiz com a garota errada, depois de uma noite de bebedeira, mas agora não tinha mais volta. Pisei na bola e eu teria que arcar com as conseqüências: um filho não planejado.
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