(Final do Campeonato de Quadribol de 1999: Fidei X Nox)
O pomo estava logo a minha frente e eu já me preparava para fechar a mão em torno dele, quando um balaço a toda velocidade atingiu meu estômago e eu me senti cair da vassoura e atingir o gramado do campo com um baque surdo. Tudo ficou escuro por alguns segundos, e quando tornei a abrir os olhos, mesmo embaçados, pude contar um aglomerado de sete cabeças ao me redor.
- Você está bem? – o professor Henri era o dono da cabeça que estava mais próxima de mim, e perguntou preocupado.
- Sim. Eu acho. – respondi me sentando um pouco tonta ainda e massageando a cabeça. Observei Isa e os outros jogadores do time da Fidei embolados com sua torcida, comemorando a taça.
- Quantos dedos têm aqui? – novamente, o professor perguntou bem ao meu lado. Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguiria contar as riscas de seus olhos verdes. Ele estendeu três dedos na mão, sorrindo gentil. Ri também.
- Seis. – respondi divertida e ele fez uma careta.
- Quase isso. – ficamos em silêncio nos encarando e sorrindo ainda alguns segundos, quando Jean Savoy interrompeu.
- Mas ainda assim acho que é melhor levarmos ela até a enfermaria, professor. Madame Magali vai querer se certificar que Miyako não quebrou nenhuma costela... – ele falou sensato e o professor se levantou concordando com a cabeça.
- É, você tem razão. Me ajude a levá-la até lá?!
Eles me apoiaram até a enfermaria e o restante do time nos acompanhou. De fato, não tinha quebrado nada. Naquele momento, não saberia dizer se havia sido efeito da colisão na cabeça ou não, minha memória parecia deslumbrada com o brilho de dois olhos intensamente verdes.
ººººº
As férias de verão passaram com um “click”. Após o nascimento de Keiko e Hiro, as vidas de mamãe e Sergei estavam sendo regrada por eles. Nos primeiros dias eu estranhei ser acordada no meio da madrugada várias vezes, por choros distintos. Aprendi a fazer mamadeira, trocar fraldas, dar banho, colocar para dormir e até cantar canções de ninar. Apesar de trabalhoso, foram os dois meses de férias mais divertidos que tive. Quando chegou o momento de embarcar para Beauxbatons, para meu último ano escolar, um peso começou a cair em meu estômago. Gabriel e Ty também haviam voltado, o que já me deixava muito mais feliz (e nostálgica!).
Com o anúncio do Torneio Tribruxo e a expectativa de irmos terminar o ano letivo em Durmstrang, setembro e outubro pareceram nem existir. Partiríamos em apenas dois dias. Estava esvaziando meu armário e arrumando meu malão, quando Bridget bateu na porta e entrou logo em seguida.
- Oi, Mi. O Professor Henri convocou uma reunião com todos os jogadores de quadribol. Começa em 30 minutos. Tudo bem?
- O que será que ele quer? – perguntei curiosa, mas ela sacudiu os ombros. – Ok. Estarei lá.
O clima de suspense era geral. Quando cheguei ao campo e me sentei ao lado de Ty, Griffon e Gabriel, ambos pareciam tão curiosos quanto eu. Não haviam comunicado oficialmente, mas imaginávamos que, por causa do Torneio Tribruxo, o Campeonato de Quadribol seria cancelado este ano. Mas ao observarmos o professor se aproximar com um sorriso largo no rosto e uma prancheta na mão, imaginei que alguma coisa viria aí, e não deu outra.
- Boa noite! – ele cumprimentou empolgado e todos respondemos. – Bom, imagino que estejam se perguntando o motivo desta reunião de última instância, então não vou deixá-los curiosos por muito mais tempo. Chamei-os aqui para anunciar que este ano teremos outro torneio (além do Tribruxo, claro). O “Torneio Tribruxo ‘Entre - Casas’ de Quadribol”. – ele terminou de falar empolgado e nos entreolhamos sem entender. Passados alguns segundos, ele retomou a fala. – Vai funcionar da seguinte maneira: continuaremos com o Campeonato de Quadribol, normalmente, só que agora, ao invés dos competidores serem somente as quatro casas de Beauxbatons (Lux, Nox, Sapientai e Fidei), o Campeonato contará com DOZE times disputando a taça. As quatro casas de Beauxbatons, mais as quatro casas de Durmstrang (Mannaz, Ansuz, Othila e Berkana), e as quatro casas de Hogwarts (Corvinal, Lufa-lufa, Sonserina e Grifinória).
Se antes estávamos todos calados por não termos entendido, agora o falatório tomou conta do círculo. O clima de empolgação do professor havia contagiado a todos nós. Finalmente teríamos um campeonato de quadribol com cara de campeonato, de verdade! A bagunça tomou conta por mais alguns minutos, até que um assobio alto de Henri fez todos se calarem novamente.
- Eu sei que vocês ficaram tão empolgados como eu, mas ainda temos vários detalhes pra acertar e se eu deixar a conversa continuar, vamos acabar tendo que dormir aqui... – ele disse olhando pra todos nós. Meu coração acelerou um tanto, quando nos encaramos e ele sorriu. Logo em seguida, desviou o olhar e puxou a prancheta, consultando-a. – Bom, pelo que estou constatando aqui, a maioria de vocês ainda não está no sétimo ano e, portanto, não embarcará para Durmstrang. Porém, alguns vão... Lupin, McGregor, Chronos, Kinoshita... Certo. – ele ia falando baixo, mais para si mesmo do que para a turma. Ficamos em silêncio esperando que ele terminasse. Analisou os nomes na prancheta mais algum tempo, até se voltar novamente para nós. – Bom, imagino que estejam se perguntando como vamos treinar, já que alguns dos times vão ficar aqui, e alguns vão. Eu, Madame Hooch (a professora de vôo, e treinadora dos times de Hogwarts) e Viggo Volkov (treinador de Durmstrang) montamos criteriosamente um quadro de horários justo para todos os times. Cada casa terá duas horas de treinos por semana, sendo uma hora por dia, em dois dias alternados. Como eu e Madame Hooch temos horários como professores de vôo para cumprirmos em nossas respectivas escolas, e como os jogadores maiores de idade são a minoria nos times, em um dos treinos, vocês que vão para Durmstrang, irão pegar uma chave de portal e vir para cá, no horário de treino combinado para as casas de cada um. Porém, todos concordamos que também seria bom termos pelo menos um dos treinos em Durmstrang, já que todos os jogos vão acontecer lá. É bom que vocês todos se adaptem ao clima e ao campo do castelo. Portanto, no segundo treino da semana, de cada casa, eu vou acompanhar os jogadores que ficarem aqui, também com uma chave de portal, e treinaremos lá.
Ele parou um pouco e alguns alunos mais novos se mostraram eufóricos com a possibilidade de irem para Durmstrang uma vez por semana.
- Sei que a idéia parece um tanto excitante para vocês, mas quero deixar bem claro que daqui a algumas semanas isso vai ser bem cansativo. Um dia o treino aqui, outro dia o treino lá... Quero que fiquem preparados. E também não preciso falar que quando formos para Durmstrang, chegaremos com a chave de portal já dentro do estádio, não é? Nada de passeios pelos outros cantos do castelo. Nem vocês por Beauxbatons, por favor! – Ele se virou para nos encarar e concordamos com a cabeça. – Se um de nossos alunos menores de idade for pego vagando por Durmstrang quando deveria estar treinando quadribol, será imediatamente retirado do time e da competição. Se um de vocês, maiores de idade, que estão indo para Durmstrang, for pego vagando por Beauxbatons quando deveriam estar treinando quadribol, também será imediatamente retirado de seu time e da competição. Somos todos crescidos o suficiente para assumirmos responsabilidades por aqui, não é? Estamos combinados? – ele perguntou sorrindo gentil e todos nós sacudimos afirmativamente as cabeças. – Ótimo. Vou distribuir agora para vocês o quadro com os horários dos treinos das nossas quatro casas e a tabela dos jogos do campeonato, com os respectivos dias. Assim que pegarem, estão liberados. Qualquer dúvida, me procurem em minha sala. Muito obrigado pela atenção.
Nos levantamos e Gabriel, Griffon e Ty já conversavam animados sobre como iriam derrotar as casas de Hogwarts e Durmstrang. Estava alheia à conversa. Esperei um grupo de garotas receber seus horários e começar a voltar para o castelo, e tracei uma reta até o professor Henri. Quando me aproximei o suficiente, não contive um sorriso. Ele retribuiu.
- Então... Preparada para enfrentar o inverno de Durmstrang? – ele perguntou me entregando as tabelas.
- Na verdade, não. Quase morri congelada nas Olimpíadas. Os treinos e jogos lá vão ser insuportáveis...
- Não vão ser não. Faço questão de mantê-los bem aquecidos e ocupados. – ele deu uma piscadinha e abri um sorriso ainda maior. Griffon surgiu do meu lado.
- Vai uma Gemialidades aí, professor? – ele perguntou maroto e Henri riu alto.
- Hoje não, Sr. Chronos. Obrigado. Bom, então se me dão licença, vou para minha sala terminar de organizar alguns dados. Os vejo em breve. Boa viagem para Durmstrang.
Ele se despediu virando as costas. Griffon me puxou pelo braço para irmos para a direção contrária, rumo ao castelo. Eu ainda mantinha um sorrisinho besta no rosto. Caminhávamos em silêncio, lado a lado, eu com os pensamentos longes...
- Então você também está apaixonada por um professor? – Griffon perguntou sorrindo e me assustei.
- Hã? Eu? Apaixonada? Do que você está falando?
- Não adianta, Mi. Posso não ser um bom legilimente, mas esse seu sorriso besta denunciou tudo. Você está gostando do professor Henri!
- Você está delirando... – respondi um pouco corada e ele riu.
- Não sei se você se lembra, mas eu estou passando por uma situação bem parecida. Quer dizer, acho que o seu caso é menos complicado, já que ele não é ninguém tão amigo de sua família... Acho que sei reconhecer esses sintomas, sabe?
Ele perguntou sério, me encarando fundo nos olhos. Desviei. Havíamos chegado ao Saguão de Entrada.
- Não estou esperando que você me confesse nada, ok? Mas se gosta mesmo dele, corre atrás. Estamos no nosso último ano de escola. Não há nada mais que seja tão difícil, nem impossível... – ficamos em silêncio. Eu ainda encarando meus sapatos. – Bom, vou para o meu Salão Comunal. Se precisar de mim, já sabe onde estou. Boa noite, Mi.
Se despediu me dando um beijo na testa e sorrindo novamente. Quando ele sumiu no fim da escadaria, fiquei parada alguns segundos no Saguão, pensativa. Griffon estava certo: eu estava me apaixonando pelo professor de quadribol!
Someone to love, somebody new
Someone to love, someone like you
Love, love me do,
You know I love you
I’ll always be true
So please, love me do.
- The Beatles; Love me do
O pomo estava logo a minha frente e eu já me preparava para fechar a mão em torno dele, quando um balaço a toda velocidade atingiu meu estômago e eu me senti cair da vassoura e atingir o gramado do campo com um baque surdo. Tudo ficou escuro por alguns segundos, e quando tornei a abrir os olhos, mesmo embaçados, pude contar um aglomerado de sete cabeças ao me redor.
- Você está bem? – o professor Henri era o dono da cabeça que estava mais próxima de mim, e perguntou preocupado.
- Sim. Eu acho. – respondi me sentando um pouco tonta ainda e massageando a cabeça. Observei Isa e os outros jogadores do time da Fidei embolados com sua torcida, comemorando a taça.
- Quantos dedos têm aqui? – novamente, o professor perguntou bem ao meu lado. Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguiria contar as riscas de seus olhos verdes. Ele estendeu três dedos na mão, sorrindo gentil. Ri também.
- Seis. – respondi divertida e ele fez uma careta.
- Quase isso. – ficamos em silêncio nos encarando e sorrindo ainda alguns segundos, quando Jean Savoy interrompeu.
- Mas ainda assim acho que é melhor levarmos ela até a enfermaria, professor. Madame Magali vai querer se certificar que Miyako não quebrou nenhuma costela... – ele falou sensato e o professor se levantou concordando com a cabeça.
- É, você tem razão. Me ajude a levá-la até lá?!
Eles me apoiaram até a enfermaria e o restante do time nos acompanhou. De fato, não tinha quebrado nada. Naquele momento, não saberia dizer se havia sido efeito da colisão na cabeça ou não, minha memória parecia deslumbrada com o brilho de dois olhos intensamente verdes.
ººººº
As férias de verão passaram com um “click”. Após o nascimento de Keiko e Hiro, as vidas de mamãe e Sergei estavam sendo regrada por eles. Nos primeiros dias eu estranhei ser acordada no meio da madrugada várias vezes, por choros distintos. Aprendi a fazer mamadeira, trocar fraldas, dar banho, colocar para dormir e até cantar canções de ninar. Apesar de trabalhoso, foram os dois meses de férias mais divertidos que tive. Quando chegou o momento de embarcar para Beauxbatons, para meu último ano escolar, um peso começou a cair em meu estômago. Gabriel e Ty também haviam voltado, o que já me deixava muito mais feliz (e nostálgica!).
Com o anúncio do Torneio Tribruxo e a expectativa de irmos terminar o ano letivo em Durmstrang, setembro e outubro pareceram nem existir. Partiríamos em apenas dois dias. Estava esvaziando meu armário e arrumando meu malão, quando Bridget bateu na porta e entrou logo em seguida.
- Oi, Mi. O Professor Henri convocou uma reunião com todos os jogadores de quadribol. Começa em 30 minutos. Tudo bem?
- O que será que ele quer? – perguntei curiosa, mas ela sacudiu os ombros. – Ok. Estarei lá.
O clima de suspense era geral. Quando cheguei ao campo e me sentei ao lado de Ty, Griffon e Gabriel, ambos pareciam tão curiosos quanto eu. Não haviam comunicado oficialmente, mas imaginávamos que, por causa do Torneio Tribruxo, o Campeonato de Quadribol seria cancelado este ano. Mas ao observarmos o professor se aproximar com um sorriso largo no rosto e uma prancheta na mão, imaginei que alguma coisa viria aí, e não deu outra.
- Boa noite! – ele cumprimentou empolgado e todos respondemos. – Bom, imagino que estejam se perguntando o motivo desta reunião de última instância, então não vou deixá-los curiosos por muito mais tempo. Chamei-os aqui para anunciar que este ano teremos outro torneio (além do Tribruxo, claro). O “Torneio Tribruxo ‘Entre - Casas’ de Quadribol”. – ele terminou de falar empolgado e nos entreolhamos sem entender. Passados alguns segundos, ele retomou a fala. – Vai funcionar da seguinte maneira: continuaremos com o Campeonato de Quadribol, normalmente, só que agora, ao invés dos competidores serem somente as quatro casas de Beauxbatons (Lux, Nox, Sapientai e Fidei), o Campeonato contará com DOZE times disputando a taça. As quatro casas de Beauxbatons, mais as quatro casas de Durmstrang (Mannaz, Ansuz, Othila e Berkana), e as quatro casas de Hogwarts (Corvinal, Lufa-lufa, Sonserina e Grifinória).
Se antes estávamos todos calados por não termos entendido, agora o falatório tomou conta do círculo. O clima de empolgação do professor havia contagiado a todos nós. Finalmente teríamos um campeonato de quadribol com cara de campeonato, de verdade! A bagunça tomou conta por mais alguns minutos, até que um assobio alto de Henri fez todos se calarem novamente.
- Eu sei que vocês ficaram tão empolgados como eu, mas ainda temos vários detalhes pra acertar e se eu deixar a conversa continuar, vamos acabar tendo que dormir aqui... – ele disse olhando pra todos nós. Meu coração acelerou um tanto, quando nos encaramos e ele sorriu. Logo em seguida, desviou o olhar e puxou a prancheta, consultando-a. – Bom, pelo que estou constatando aqui, a maioria de vocês ainda não está no sétimo ano e, portanto, não embarcará para Durmstrang. Porém, alguns vão... Lupin, McGregor, Chronos, Kinoshita... Certo. – ele ia falando baixo, mais para si mesmo do que para a turma. Ficamos em silêncio esperando que ele terminasse. Analisou os nomes na prancheta mais algum tempo, até se voltar novamente para nós. – Bom, imagino que estejam se perguntando como vamos treinar, já que alguns dos times vão ficar aqui, e alguns vão. Eu, Madame Hooch (a professora de vôo, e treinadora dos times de Hogwarts) e Viggo Volkov (treinador de Durmstrang) montamos criteriosamente um quadro de horários justo para todos os times. Cada casa terá duas horas de treinos por semana, sendo uma hora por dia, em dois dias alternados. Como eu e Madame Hooch temos horários como professores de vôo para cumprirmos em nossas respectivas escolas, e como os jogadores maiores de idade são a minoria nos times, em um dos treinos, vocês que vão para Durmstrang, irão pegar uma chave de portal e vir para cá, no horário de treino combinado para as casas de cada um. Porém, todos concordamos que também seria bom termos pelo menos um dos treinos em Durmstrang, já que todos os jogos vão acontecer lá. É bom que vocês todos se adaptem ao clima e ao campo do castelo. Portanto, no segundo treino da semana, de cada casa, eu vou acompanhar os jogadores que ficarem aqui, também com uma chave de portal, e treinaremos lá.
Ele parou um pouco e alguns alunos mais novos se mostraram eufóricos com a possibilidade de irem para Durmstrang uma vez por semana.
- Sei que a idéia parece um tanto excitante para vocês, mas quero deixar bem claro que daqui a algumas semanas isso vai ser bem cansativo. Um dia o treino aqui, outro dia o treino lá... Quero que fiquem preparados. E também não preciso falar que quando formos para Durmstrang, chegaremos com a chave de portal já dentro do estádio, não é? Nada de passeios pelos outros cantos do castelo. Nem vocês por Beauxbatons, por favor! – Ele se virou para nos encarar e concordamos com a cabeça. – Se um de nossos alunos menores de idade for pego vagando por Durmstrang quando deveria estar treinando quadribol, será imediatamente retirado do time e da competição. Se um de vocês, maiores de idade, que estão indo para Durmstrang, for pego vagando por Beauxbatons quando deveriam estar treinando quadribol, também será imediatamente retirado de seu time e da competição. Somos todos crescidos o suficiente para assumirmos responsabilidades por aqui, não é? Estamos combinados? – ele perguntou sorrindo gentil e todos nós sacudimos afirmativamente as cabeças. – Ótimo. Vou distribuir agora para vocês o quadro com os horários dos treinos das nossas quatro casas e a tabela dos jogos do campeonato, com os respectivos dias. Assim que pegarem, estão liberados. Qualquer dúvida, me procurem em minha sala. Muito obrigado pela atenção.
Nos levantamos e Gabriel, Griffon e Ty já conversavam animados sobre como iriam derrotar as casas de Hogwarts e Durmstrang. Estava alheia à conversa. Esperei um grupo de garotas receber seus horários e começar a voltar para o castelo, e tracei uma reta até o professor Henri. Quando me aproximei o suficiente, não contive um sorriso. Ele retribuiu.
- Então... Preparada para enfrentar o inverno de Durmstrang? – ele perguntou me entregando as tabelas.
- Na verdade, não. Quase morri congelada nas Olimpíadas. Os treinos e jogos lá vão ser insuportáveis...
- Não vão ser não. Faço questão de mantê-los bem aquecidos e ocupados. – ele deu uma piscadinha e abri um sorriso ainda maior. Griffon surgiu do meu lado.
- Vai uma Gemialidades aí, professor? – ele perguntou maroto e Henri riu alto.
- Hoje não, Sr. Chronos. Obrigado. Bom, então se me dão licença, vou para minha sala terminar de organizar alguns dados. Os vejo em breve. Boa viagem para Durmstrang.
Ele se despediu virando as costas. Griffon me puxou pelo braço para irmos para a direção contrária, rumo ao castelo. Eu ainda mantinha um sorrisinho besta no rosto. Caminhávamos em silêncio, lado a lado, eu com os pensamentos longes...
- Então você também está apaixonada por um professor? – Griffon perguntou sorrindo e me assustei.
- Hã? Eu? Apaixonada? Do que você está falando?
- Não adianta, Mi. Posso não ser um bom legilimente, mas esse seu sorriso besta denunciou tudo. Você está gostando do professor Henri!
- Você está delirando... – respondi um pouco corada e ele riu.
- Não sei se você se lembra, mas eu estou passando por uma situação bem parecida. Quer dizer, acho que o seu caso é menos complicado, já que ele não é ninguém tão amigo de sua família... Acho que sei reconhecer esses sintomas, sabe?
Ele perguntou sério, me encarando fundo nos olhos. Desviei. Havíamos chegado ao Saguão de Entrada.
- Não estou esperando que você me confesse nada, ok? Mas se gosta mesmo dele, corre atrás. Estamos no nosso último ano de escola. Não há nada mais que seja tão difícil, nem impossível... – ficamos em silêncio. Eu ainda encarando meus sapatos. – Bom, vou para o meu Salão Comunal. Se precisar de mim, já sabe onde estou. Boa noite, Mi.
Se despediu me dando um beijo na testa e sorrindo novamente. Quando ele sumiu no fim da escadaria, fiquei parada alguns segundos no Saguão, pensativa. Griffon estava certo: eu estava me apaixonando pelo professor de quadribol!
Someone to love, somebody new
Someone to love, someone like you
Love, love me do,
You know I love you
I’ll always be true
So please, love me do.
- The Beatles; Love me do