OBS: Os acontecimentos desse texto ocorrem na mesma noite do ataque a Durmstrang. Devo advertir sobre o grau de violência deste texto.
Das lembranças de Seth K. C. Chronos
Don't fear the eyes of the dark lord
Morgoth I cried
All hope is gone but I swear revenge
Aquele maldito iria me pagar.
Mata-lo? Não...
Eu o farei sofrer antes de exterminá-lo, e ele pagará por tudo que fez.
Quero sentir o medo correndo pelo seu corpo enquanto eu me aproximo.
Quero ver os olhos dele implorando por misericórdia.
Quero ver todos os seus séculos de existência reduzirem-se a um minuto de puro pavor.
Pela primeira vez em toda a minha vida, eu seria cruel, faria minha vingança ser a pior coisa que tenha lhe acontecido.
Ele vai desejar arder ao sol, ter o coração arrancado a me enfrentar.
Eu deixaria meu lado vampírico livre.
Esse lado vampírico que sempre esteve sob controle facilmente, hoje seria liberado, para usar toda a sua raiva, todo o seu poder...
I am the bone of my sword
Steel is my body
And fire is my blood
Eu ainda podia sentir o gosto do sangue de Luna em minha boca, me fazendo sentir nojo e desgosto de mim mesmo. Não apenas por ter sugado o sangue da pessoa que eu amo, mas por saber que um lado de mim desejava esse sangue...O cheiro dela, a presença dela, e agora seu sangue, eram as coisas mais deliciosas desse mundo, sensações únicas, que apenas ela possui e apenas ela causa em mim. Desde que descobri que a amava, eu sabia que no fundo do meu ser, algo desejava seu sangue, e tê-lo conseguido essa noite me serviu para deixar isso claro. Apesar do nojo que eu sentia, esse sangue me era caro e importante, justamente por ser dela. Sentir o gosto dela em meus lábios, correndo pelas minhas veias, me fazia ficar cada vez com mais raiva, alimentando meus poderes e minha ira. Eu sabia que dificilmente algo me faria parar, nem mesmo Luna conseguiria impedir a minha fúria, e essa noite eu iria me vingar.
Eu sentia que mamãe, Tia Celas e um grupo de aurores do clã me seguiam, eles totalizavam um grupo de 22 pessoas, apesar de estarem muito afastados de mim. Eu podia sentir suas presenças, sentir seus cheiros e ouvir seu coração batendo, mas nenhum deles chegaria perto de Isaiah enquanto eu não tivesse acabado com ele. E há como eu acabarei com ele...O Inferno irá parecer o Paraíso para ele essa noite. Em certo ponto, deixei para trás um patrono meu, e o pequeno coelho prateado estaria aguardando a chegada de mamãe, pedindo que não interferisse, pois se alguém interferir, minha fúria poderá atingir outros. E ela seria direcionada apenas para ele.
- Tenho algo a lhe pedir. Quero seu poder.
- Eu nunca pedi nada, nunca desejei nada, sempre estive sob seu controle.
- Quero sua raiva, seu ódio, sua crueldade...
- Você quer meu poder, minha ira, minha destruição, minha danação...
- Quero ser a morte, quero ser a praga que destruirá aquele verme.
- E assim você será.
Taken the long way
Dark realms I went through
I arrived
My vision's so clear
In anger and pain
I left deep wounds behind
But I arrived
Truth might be changed by victory
Beyond the void but deep within me
A swamp of filth exists
A lake it was of crystal beauty
But Arda's spring went by
I've heard the warning
Well curse my name
I'll keep on laughing
No regret
No regret
Don't fear the eyes of the dark lord
Morgoth I cried
All hope is gone but I swear revenge
Hear my oath
I will take part in your damned fate
Meu lado vampírico, um ser da mais pura trevas, me encarava. Ele não sorria, ele não se divertia, ele apenas me encarava. Assim como eu, o que ele queria era a vingança e a morte, ele queria apenas a destruição completa. E nós faríamos isso juntos, em uma noite de destruição e raiva. Seríamos um pela primeira vez, completamente movidos por raiva, dor, ira e ódio. Nós dois nos aproximamos lentamente, passo a passo, cada vez mais próximos. Eu usava minha foice negra, e ele usava uma foice idêntica, porém branca. Nós nos fundimos em um só, as foices virando uma única foice. Ao nosso redor, uma planície castigada pelo vento e completamente vazia, as trevas tomaram todo o lugar e apenas meus olhos vermelhos brilhavam.
I have created over a thousand blades
Unknown to death, nor known to life
Have withstood pain to create many weapons
Yet, those hands will never hold anything
And so as I pray
For the Unlimited Blade Works
Eu o perseguia pela Bulgária, nos afastando de Durmstrang e do Mar do Norte, e eu sabia que ele estava me levando para uma armadilha, o que me fazia correr ainda mais. Eu estou muito próximo dele, podendo sentir o cheiro nojento dele. As trevas me seguiam e onde quer que eu passasse a noite ficava mais escura, as estrelas se apagavam, tudo sucumbia às trevas. Passamos por vilarejos e cidades, e em todos eles, os moradores pareciam sentir algo maligno, pois fugiam e trancavam-se em suas casas, orando para que a noite acabasse logo. Mas essa noite duraria uma eternidade.
Pain inside is rising
I am the fallen one
a figure in an old game
no Joker's on my side
I plunged into misery
I'll turn off the light
and murder the dawn
turn off the light
and murder the dawn
Ele finalmente parou, e em questão de segundos eu já estava diante dele, encarando-o com meus olhos cheios de raiva, encarando o sorriso maligno dele. Estávamos em algum lugar do norte da Bulgária, próximos ao Danúbio, em uma floresta afastados de vilas ou cidades. Assim que paramos, a minha aura negra começou a espalhar-se pela região, tornando a noite ainda mais escura, e nesse momento a armadilha preparada por ele aconteceu, e vampiros saltaram das sombras, para me atacar. Eu não sei quantos eram, só sei que todos foram destruídos antes de chegarem próximos a mim. Do chão, os lobos tomaram forma e com uma única mordida agarravam e destruíam vampiros com facilidade, ou então as trevas que me envolviam tomavam a forma de estacas e perfuravam os corpos de meus oponentes. Em todos os casos, os vampiros viraram pó rapidamente, tendo seu sangue absorvida pela minha aura negra. Isaiah pareceu se surpreender, na verdade se assustar, e seu sorriso diminuiu um pouco, enquanto ele se preparava para lutar, andando lentamente. Eu o seguia, os olhos presos nos dele, enquanto as trevas rodopiavam até minha mão direita e tomavam a forma da minha foice negra, Messori Muramasa, e eu a segurava enquanto me preparava para lutar. Eu senti então diversas presenças, todas muito afastadas. Reconheci mamãe e os outros, na entrada da floresta, assim como outros vampiros no alto das montanhas próximas. Isaiah parecia ignora-los ou não ter detecta-los.
- Mãe, por favor, não interfiram. Esse verme é meu. – Meu patrono falou, desaparecendo no ar. Tia Celas olhou para mamãe, enquanto alguns aurores tentaram avançar, sendo impedidos por mamãe.
- Não...Não devemos interferir. Essa é a luta dele, e se interferirmos corremos o risco de sermos atacados também.
- Se ele precisar, nós ajudaremos. – Tia Celas completou e mamãe assentiu. Nesse momento, todos sentiram as energias se confrontando, começávamos a duelar.
- Não dêem mais um passo. – Cewyn ordenou, parando completamente. Os demais vampiros, os Executores, a obedeceram imediatamente e ela aproximou-se da borda de um penhasco, olhando na direção da luta, de onde vinham duas energias poderosas e sedentas de sangue. – Não devemos interferir, isso se tornou um Duelo entre vampiros. Ele foi mais rápido que nós. Caso ele seja destruído, nós eliminamos Isaiah.
Nós saltamos juntos para o ar, os dois com os olhos brilhando e as presas à mostra, urrando de ódio e de raiva, sedentos por sangue e por destruição. Nós colidimos no ar, trocando uma quantidade enorme de golpes, enquanto eu mantinha a foice para trás. Ele acertou diversos socos em mim, porém eu os ignorei enquanto desferia socos com a mão esquerda em seu peito, finalizando com um golpe poderoso da parte cega da foice. Isaiah foi jogado ao chão com um baque alto, abrindo uma cratera no chão e fazendo diversas árvores caírem. Porém ele saltou rapidamente, acertando um chute em minha barriga quando eu descia com a foice para cortá-lo. Ele pegou uma das árvores com facilidade e a jogou contra mim, tentando me acertar. Eu já estava de pé novamente, e com um movimento rápido da foice, cortei a árvore ao meio, revelando o verdadeiro ataque de Isaiah que pulara contra mim junto da árvore. Eu bloqueei o golpe com o cabo da foice, porém Isaiah saltou por sobre ela, me acertando um soco no rosto e em seguida perfurando meu ombro com as suas garras.
Ele era poderoso, um lutador experiente e perigoso e a todo momento eu devia tomar cuidado, porém eu também era habilidoso e estava preparado para destruí-lo a qualquer custo. Comparado a Hellion, Isaiah era fraco, pois o primeiro tinha séculos a mais do que Isaiah, séculos em que ele absorveu centenas de vidas e dezenas de vampiros aumentando o seu poder. Isaiah não era capaz de convocar servos como eu, meu pai e Hellion, por isso a luta era um contra um.
Porém, em suas habilidades de ilusão, ele era poderosíssimo. Após perfurar meu ombro com suas garras, eu girei a foice com rapidez, cortando-o na altura do peito, mas ele conseguiu escapar do golpe letal. Ele então gargalhou e mordeu o próprio pulso, jogando as gotas ao chão. Quando as gotas caíram no chão, elas começaram a borbulhar e pouco depois duas imagens idênticas do vampiro estavam de pé ao seu lado, gargalhando também. Os três vampiros saltaram para mim e me vi atacado por todos os lados por três vampiros, sem saber qual era o verdadeiro. As duas ilusões conseguiam me machucar e eu me vi perfurado em diversos lugares do corpo, sendo obrigado a gritar e urrar, enquanto os três Isaiah gargalhavam e me provocavam, dizendo que iriam voltar para beber todo o sangue de minha Luna.
Meus olhos brilharam em raiva e eu sorri, pois estava apenas começando. Meu lado vampírico foi totalmente liberado, e fiquei mais rápido e mais forte, e meus ferimentos fecharam com rapidez. Eu agarrei o pescoço de um dos vampiros e com ferocidade mordi sua garganta, desfazendo a ilusão em pó, absorvendo parte do sangue que dera origem a ela. As outras duas ainda dançavam ao meu redor, perfurando e golpeando, mas agora eu acompanhava seu movimento, bloqueando os golpes e corríamos pela floresta, cada soco que errava o alvo jogava ao chão uma árvore. Eu desviei de uma mordida de um dos vampiros e pulei para o alto, caindo por sobre o vampiro, jogando-o ao chão. Messori desceu veloz, cortando o ar com um silvo alto, decapitando o vampiro, que se desfez em uma ilusão. O sangue usado para tal ilusão foi absorvido pela foice...Eu encarei Isaiah, que tinha os olhos fixos em mim, e me encaminhei para ele. Outras duas ilusões tentaram pular para cima de mim, mas foram perfuradas pela minha aura negra e eu continuei andando, os olhos frios e fixos em Isaiah, que parecia paralisado.
- Não caiu mais no mesmo truque idiota.
Isaiah esboçou um sorriso e urrou correndo em minha direção também. Eu urrei de raiva e prendi Messori no chão, correndo para lutar com Isaiah. Dessa vez a luta foi inclinada para mim, pois eu ativava todos meus poderes e instintos e respondia aos ataques de Isaiah lendo sua mente e movimentos com facilidade. Eu desferi centenas de golpes seguidos, socando e perfurando o corpo de Isaiah sem dó, enquanto minha aura negra também o perfurava absorvendo seu sangue. Isaiah começou a recuar, soltando alguns urros de dor, mas sem tentar fugir, tentando a qualquer custo reverter a situação, porém era impossível. Ele estocou com as garras na direção da minha barriga, e soltou um silvo achando que havia me atingindo, porém minha imagem se desfez diante dele, e eu surgi por trás dele, mordendo seu pescoço. Eu mordi com força e raiva, e senti quando minhas presas esmagaram sua traquéia, atingindo sua veia vital, sugando seu sangue nojento com crueldade, e caso ele fosse humano estaria morto no mesmo momento. Ele tentou lutar, debatendo-se, mas eu perfurei suas costas com minhas garras e o segurei, mordendo com mais força e ouvi o som de seu pescoço quebrando, arrancando um forte grito de dor dele.
Luck. Runs. Out.
Crawl from the wreckage one more time.
Horrific memory twists the mind.
Dark, rutted, cold and hard to turn.
Path of destruction feel it burn.
Isaiah, porém, era um Ancião e seus séculos de existência o tornavam mais resistente e poderoso. Mesmo com o pescoço quebrado, ele debateu-se novamente e conseguiu atingir um poderoso chute em meu rosto, obrigando-me a largá-lo. Ele saltou para longe de mim e colocou a mão na barriga, contendo o sangue que caia pela minha perfuração. Ele me encarava com raiva, tendo dificuldades em respirar, enquanto mexia o pescoço, colocando-o de volta no lugar. Eu o encarava friamente, apenas raiva no olhar, e sede de destruição, isso ele podia ver. Seus olhos começaram a demonstrar medo quando eu me aproximei lentamente dele, pegando Messori no caminho, fazendo a minha aura negra expandir, tornando tudo trevas. Ele tentou saltar novamente, porém trevas saíram do chão, prendendo seus pés e mãos, puxando-o de volta ao chão, arrancando um grito de dor. As trevas começaram a envolvê-lo, apertando-o como o abraço de uma cobra, absorvendo lentamente seu sangue, mantendo-o preso até eu estar próximo a ele. Ele olhou para mim, seus olhos brilhando de ódio, mas cheios de pavor e medo, enquanto os meus mostravam apenas ódio, nem mesmo felicidade por vê-lo com tanto medo. Eu me apoiei em Messori e me abaixei de modo que meus olhos ficassem no nível dos dele, e com um movimento rápido perfurei sua barriga novamente, vendo o medo espalhar-se pelos seus olhos.
- Não pense que você morrerá rapidamente, Isaiah. Você invadiu uma escola, atacou alunos inocentes e cometeu o maior erro de toda sua vida: atacou alguém que eu amo. A morte é a última coisa que você receberá.
Cause we...Hunt you down without mercy
Hunt you down all nightmare long
Feel us breathe upon your face
Feel us shift, every move we trace
Hunt you down without mercy
Hunt you down all nightmare long
Dizendo isso eu perfurei sua barriga novamente e me coloquei de pé, lambendo as garras, absorvendo seu sangue. Ele tentava se soltar, debatendo-se de medo, tentando fugir. Porém, minhas trevas o apertavam cada vez mais, penetrando nas feridas abertas por mim, impedindo-as de cicatrizarem, aumentando a dor do vampiro, que urrava de dor e medo. Minha aura negra cresceu ao meu redor, deixando apenas meus olhos vermelhos brilhando, e então tomou a forma de tentáculos pontiagudos e afiados. Eu desci a mão rapidamente e todos esses tentáculos de trevas perfuraram o corpo de Isaiah em diversos pontos, e cada golpe sugava mais o seu sangue. Isaiah gritou de dor para o céu, e eu soquei seu rosto, fazendo os tentáculos perfurarem mais uma vez, e quando esses saíram, sangue escorria por suas feridas e era absorvido pela minha foice. Isaiah mordia o próprio lábio para evitar de gritar e tentava continuar me encarando, apesar do medo que sentia, enquanto eu só deixava meu desprezo e raiva em meus olhos.
- Posso ver em seus olhos, ler em sua mente... Está com medo, com tanto medo que preferia ser queimado pelo Sol, estou certo? Não adianta mentir, eu sei...
Dessa vez eu apertei sua garganta com minha mão, até quebrar seu pescoço novamente e quando o ouvi engasgando, saquei Messori rapidamente, levantando-a ao ar para que ele pudesse ver a lâmina. Eu a desci com velocidade, cortando o peito de Isaiah verticalmente, fazendo-o urrar novamente, para em seguida fazer outro corte vertical, também no peito, enquanto minhas trevas apertavam seu corpo. Por último eu ergui a foice novamente e cortei horizontalmente, decapitando o vampiro finalmente, ao mesmo tempo em que minhas trevas esmagavam seu corpo com força, absorvendo o resto de sangue que ele possuía. Sua cabeça não chegou a atingir o chão, pois antes disso havia virado pó.
Então eu notei que chovia, e aliviado pela vingança, pisquei para o céu, deixando-me lavar pela chuva, prendendo Messori Muramasa no chão, e ela se desfez em sombras. Queria lavar minha raiva, que agora começava a diminuir, assim como meu lado vampírico que voltava a descansar. Eu me sentia leve novamente, e novamente me veio o medo de perder Luna, me fazendo querer voltar para ela. Mamãe, Tia Celas e os aurores do clã chegaram nesse momento, sabendo que a luta havia terminado, e minha mãe correu para mim, me abraçando, apesar de eu estar totalmente encharcado pelo meu sangue e pelo sangue de Isaiah. Os aurores pareciam estupefatos pela destruição causada pela luta e alguns pareciam assustados comigo, que agora abraçava minha mãe deixando-me chorar finalmente.
E eu senti uma dor.
Eu me curvei com a dor, me agarrando ao abraço de mamãe que gritava para saber o que eu sentia, pois seus poderes podiam ver que eu sofria e sentia uma dor enorme.
Meu sangue parecia ferver e senti como se ele queimasse minha pele.
Imagens surgiam em minha mente.
Rostos vinham a minha mente.
E eu sentia novos poderes em mim.
- Seth, o que aconteceu?! – Tia Celas correu para mim, tentando pegar meu pulso e ver meus olhos, enquanto mamãe tentava conter a dor que eu sentia com seus poderes.
- Ele está bem, está passando pelo que chamamos de “Herança”. – Uma voz falou das sombras e imediatamente todos apontaram as varinhas naquela direção, com mamãe e Tia Celas saltando para se colocarem diante de mim.
Uma das flechas de luz da minha mãe estava parada a centímetros do rosto de uma mulher linda, talvez uma das mais belas que eu já vi. Ela sequer se mexeu com o ataque das flechas, e encarava a ponta da flecha de luz, totalmente curiosa. Outros 4 vampiros estavam atrás dela, todos igualmente parados, porém eu não conseguia perceber muito, pois meus olhos estavam turvos.
- Viemos em paz, ou melhor, viemos para exterminar, mas ele já fez o serviço por nós. Você é Mirian Chronos certo? E você Celas Chronos?
- Somos nós sim. Você é Cewyn Star, não é? – Mamãe falou abaixando a varinha, e imediatamente a flecha se desfez em luz. – O que você falou sobre isso que meu filho está sentindo?
- Eu falei que chamamos de “Herança”. Seu filho enfrentou e matou um vampiro em um Duelo, absorvendo seu sangue, quando isso ocorre, o vampiro vencedor não absorve apenas o sangue do perdedor. Ele absorve os seus poderes, suas lembranças, suas memórias, seus servos, seus subordinados. Seu filho tornou-se o “Herdeiro” de Isaiah.
Ela explicou calmamente, enquanto meus sentidos voltavam ao normal e realmente eu sentia tudo isso que ela dizia. Caso eu quisesse, eu tinha acesso a todas as memórias de Isaiah, e adquiri todas suas habilidades, sendo agora um ilusionista perfeito. Isso me fez ter uma idéia, pois dessa forma, eu teria que ser considerado um Ancião também. Eu olhei para Cewyn e reparei direito nela, notando que ela vestia uma armadura completa, inclusive um elmo, enfeitado com asas laterais, que agora ela segurava embaixo do braço enquanto falava, além de uma espada longa e de cabo gravado com pedras e caracteres gregos. A armadura era toda feita com placas douradas e eu sabia que era pesada, porém extremamente poderosa. Notei que todos os outros vampiros também vestiam armaduras, estas porém prateadas, e as lembranças de Isaiah me mostraram que este era o “uniforme” dos Executores.
Cewyn era um dos Anciões mais antigos e poderosos, e apesar da aparente fragilidade de seus 22 anos, ela já vivera por 2300 anos. Era uma mulher linda, cabelos castanhos escuros trançados, olhos que misturavam azul com vermelho, e tão alta quanto minha mãe. Devo confessar que ela figura entre as mulheres mais belas que eu conheço, incluindo minha mãe e Luna. Ela e seu marido, Derfel, são os líderes dos Executores, um grupo de vampiro que tem como missão vigiar o mundo vampírico, eliminando vampiros perigosos e ameaças. Ela pareceu captar meu olhar e meus pensamentos e sorriu para mim.
- Não é apenas você que é excelente leitor de mentes, Seth. Agradeço o elogio, mas agora é minha vez de elogia-los. Mirian, seus filhos são poderosos, Seth já possui pelo menos 3000 anos de conhecimento devido ao sangue que ele adquiriu durante a vida.
- Obrigada pelo elogio, eles forem bem criados. Fico honrada por ter conhecido você, Cewyn.
- E eu honrada por conhecer as duas poderosas Senhoras Chronos. Já que meu dever aqui foi resolvido, devo voltar. Gostaria de pedir que tomem cuidado, eu e meu marido apoiamos vocês e iremos defende-los se necessário, mas há muitos outros vampiros que irão querer a cabeça de vocês. Em breve, poderá que um outro Conselho seja convocado.
- Lady Cewyn, eu estou com uma curiosidade...
- Sim, Seth. Você está certo, e eu terei o prazer de apoiá-lo. – Cewyn falou sorrindo, lendo minha mente e recolocando o elmo, que encaixou-se perfeitamente ao seu rosto. Ela fez uma pequena reverência para minha mãe, minha tia e para mim, sendo imitada pelos outros vampiros, e desapareceu no ar rapidamente.
- Do que ela estava falando Seth? Gostei dela. – Tia Celas comentou, quando ela e mamãe relaxaram completamente, voltando novamente a atenção para mim.
- Uma idéia que surgiu em minha mente...
Eu contei a elas sobre o que havia pensado, e elas mesclavam uma mistura de surpresa com entendimento e concordaram com a idéia. Elas e os aurores limparam a bagunça que eu causei e mamãe conjurou uma chave de portal para nós, que retornamos para Durmstrang no meio da noite. A maioria já dormia, e apenas funcionários, professores, aurores do clã, estavam acordados, além de papai e Isaac que aguardavam informações. Assim que nos viram, eles correram para mim, me abraçando e querendo saber o que tinha acontecido. Eu, porém, corri para Luna e vi que ela estava realmente bem, agora completamente aliviado por ela ter sobrevivido. Vi também que meus amigos estavam bem, e me aproximei de cada um deles, colocando minha mão sobre suas testas ou apertando as mãos deles. Depois voltei para Luna, sentando-me ao seu lado, apertando sua mão com força e beijei sua testa, enquanto contava para eles tudo que tinha acontecido, assim como a idéia que eu tive. Papai concordou e ao se concentrar um pouco, viu que compartilhava o mesmo que eu, e gostou da minha idéia. Decidimos que a colocaríamos em prática assim que houve a chance, mas antes prepararíamos toda uma estrutura para evitar o pior. A batalha havia terminado, mas a guerra estava longe do fim.
N.A.: All Nightmare Long, Metallica.
N.A.: Mordred’s Song, The Curse of Fëanor, todas por Blind Guardian.
N.A.: Unlimited Blade Works, do anime/jogo Fate/Stay Night, mais exatamente, é a fala do Servant Archer.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
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