quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

‘O que você está fazendo aqui?’

‘Você precisa me escutar. Eu posso explicar tudo’

‘Eu vi. Não precisa dizer mais nada. Vai embora daqui! É o meu local de trabalho e eu tenho uma aula para dar agora’

‘Eu não vou sair daqui enquanto você não ouvir o que tenho para dizer. Se precisar, vou dormir neste banco. E se você continuar evitando, eu faço um escândalo na frente dos seus alunos!’

Henri encarou Sophie nervoso, mas ela parecia decidida. Ouviu um estalo no campo de quadribol e deu uma espiada pela porta. Os jogadores do time da Nox, que estavam hospedados em Durmstrang, haviam chegado para o treino.

‘Ok. Podemos conversar depois da minha aula então. Fique aqui na minha sala e quando eles forem embora, resolvemos de uma vez por todas esse assunto. Não saia daqui’ ele repetiu enfático e ela concordou com a cabeça.

O treino correu bem. Apesar de termos só 60 minutos por semana, treinar no castelo de Beauxbatons parecia renovar nossos ânimos aos termos de voltar para a geleira. Quando o professor Henri apitou e sinalizou para que descêssemos, as sete vassouras se inclinaram para o chão.

- Muito bem, time. Vocês foram ótimos! Simone, Edith, parabéns pela sintonia. A dupla de batedores tem que jogar sempre junta, e vocês parecem sincronizadas! Excelente! Augustin, Jean e Eugene, vocês também estão muito bem. Mas aconselho cobrirem todo o campo de quadribol, mesmo quando um de vocês estiver com a posse da goles avançando contra o gol adversário. É importante que pelo menos um de vocês fique na retaguarda para um possível contra-ataque. Charles, cuidado com seu aro da esquerda. Ele ficou muito tempo sozinho enquanto você pendia para o da direita. E Miyako... – ele tirou os olhos da prancheta de anotações, me encarando impressionado – Perfeita captura! Você demorou um pouco para achar o pomo, ele passou perto mais de uma vez, mas quando o visualizou, foi certeira. Seus reflexos para fugir dos balaços também estão bons... Então, acho que não tenho mais nada a acrescentar. O próximo jogo de vocês é na semana logo após as férias de Natal, contra a Lufa-lufa de Hogwarts. Teremos um treino antes, não se preocupem. Ainda não entramos na fase eliminiatória, mas é importante ganharem para fecharem como líderes de sua chave. Se jogarem como hoje, vão ganhar, com certeza! – ele completou animado e os meninos se agitaram. - Alguma pergunta? – como ninguém disse nada, ele sorriu. – Estão dispensados, então. Nos vemos em janeiro.

Simone, Edith, Eugene e Jean se despediram de nós e saíram juntos do campo, de volta para Beauxbatons. Eu, Augustin e Charles tínhamos de esperar mais dez minutos, até nossa chave de portal nos levar diretamente a Durmstrang. Henri terminava de guardar as bolas na caixa e fui ajudá-lo a prender um balaço revoltoso.

- Obrigado. – ele respondeu ofegante quando finalmente conseguimos acorrentá-lo. Sorri sacudindo os ombros. – Então... boas férias. – ele disse sorrindo abertamente. Seus olhos, de um intenso verde, brilharam. Me senti corar. Queria responder alguma coisa descontraída (como sempre), mas não saiu nada além de um aceno com a cabeça e um projeto de sorriso. Ele pegou a caixa e já ameaçava ir para sua sala.
- Você não vai ao Baile amanhã...professor? – Perguntei antes que pudesse segurar.
- Não sei. Fui convidado, mas ainda tenho uns negócios para resolver. Se der, vou.

Nos encaramos mais uns segundos e concordei com a cabeça. Ele se virou e sumiu atrás da porta, alguns segundos depois. Conformada, fui me sentar com os meninos, que comentavam sobre as partidas do torneio e dos diversos jogadores das escolas. Não estava prestando atenção. Ainda faltavam oito minutos, até que nossa chave saísse...

- Olhem! O professor deixou o apito cair. – Charles disse de repente, apontando um apito dourado na grama e se levantando para apanhá-lo. – Ainda temos tempo? Vou lá devolver...
- Deixa que faço isso. Não estava prestando atenção na conversa mesmo. – tomei o apito de sua mão, me levantando de um pulo. Ele me olhou um tanto desconfiado, mas já sai caminhando em direção à sala do professor, no fim do campo.

Já estava com a mão estendida para girar a maçaneta quando ouvi uma voz feminina dentro da sala. Do ponto onde estava não dava para ver Augustin e Charles, então, silenciosamente, me encostei contra a porta para tentar escutar mais alguma coisa.

‘Foi um erro. Ele me beijou e eu me deixei levar. Mas não temos mais nada em comum, só o passado. Acredite em mim. Eu gosto de você!’ a mulher parecia um tanto desesperada quando falou.

‘Desculpe, Sophie. Eu não confio mais em você. Da última vez, também foi assim. Você já me decepcionou o suficiente’ a voz de Henri respondeu, parecendo vacilante.

‘Você não pode terminar tudo comigo. Nós íamos nos casar!’

‘Por isso mesmo. Vamos terminar essa farsa agora, antes que cometamos esse erro. Você não me ama de verdade, e o meu amor por você acabou depois de tantas traições. Vamos terminar por aqui, antes que acabemos por inimigos’ eles ficaram em silêncio alguns segundos e quando Henri recomeçou a falar, parecia decidido ‘Vai embora, por favor? E não volte a me procurar. Muito menos nos meus locais de trabalho...’

‘Não faz isso. Eu...eu te amo. Nunca mais vai acontecer, eu prometo’

‘Sophie, por favor?! Me solta. Sophie...’

Consultei o relógio. Em menos de dois minutos a chave de portal seria ativada. Sem bater, abri a porta de uma vez. Henri tentava se soltar das mãos de uma jovem (que aparentava ter a mesma idade que ele), bem bonita. Os cabelos longos e loiros lhe caíam sobre os ombros, e os olhos azuis estavam avermelhados e molhados de lágrimas. Assustados com minha chegada, Sophie saltou pra trás se virando de costas para mim e Henri parecia pálido.

- Desculpe, professor, mas... você esqueceu seu apito no campo. Vim devolver.
- Miyako, eu...nós...você está aí há muito tempo? O que? Obrigado. – ele ia dizendo aturdido e apanhou o apito de minha mão, se me encarar.
- Tenho que ir. A chave de portal vai sair em 40 segundos...- disse apressada.
- Não, espere, eu...
- Tudo bem, professor. Tenho mesmo que ir! Tchau.

Sem mais uma palavra, corri desabalada de volta ao gramado, onde Augustin e Charles já seguravam uma garrafa vazia e gritavam para me apressar. Quando toquei o dedo na garrafa, senti um puxão de gancho no umbigo e o campo de quadribol sumiu de vista, dando lugar a uma profusão de cores e formas distintas. Não saberia dizer se era o efeito da chave de portal, ou meus pensamentos, mas quando chegamos a Durmstrang, estava tonta.

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O Baile de Inverno já estava correndo há algumas horas. A decoração estava linda e o show das Esquisitonas fazia encher de alunos a pista de dança. Senti meus pés arderem e deixei um pouco a confusão, para descansar na mesa, porém, mal tinha me sentado e Ricard passou como um foguete por mim, agarrando meu braço com força e me arrastando para os jardins. Quando finalmente paramos de correr, ele olhou para os dois lados, tenso, e me encarou ansioso, em seguida.

- Você...precisa...me...ajudar. – ele disse soando desesperado.
- Espero que tenha um bom motivo para ter arrancado quase metade do meu braço. – respondi com rispidez puxando meu braço de suas mãos e massageando. – O que aconteceu?
- Inês! Ela está me perseguindo! Ficou uma hora me enchendo o saco por causa da minha gravata, “que está horrorosa e torta”! Aproveitei que ela foi ao banheiro e fugi, mas ela vai me achar daqui a pouco... Sério, me ajuda a me livrar dela?! Eu estou enlouquecendo! – ri debochada e abri a boca para dizer um “eu te avisei”, mas ele me cortou antes, impaciente. – Já sei, você me avisou. Você e metade de Durmstrang. Eu que sou um burro mesmo... Vai me ajudar ou não?
- Ajudar você como, pode dizer? Quer que eu fale pra ela que está de saco cheio? Quer que eu bata nela?
- Me beija! – ele disse rápido me puxando pra mais perto.
- O quê???
- Agora. Ela está saindo. – estávamos muito próximos e os olhos dele me imploravam. Olhei pra trás, Inês vinha saindo do castelo, procurando Ricard.
- Você me deve essa, escutou? – foi a única coisa que disse antes de puxá-lo pelo pescoço e dar-lhe um beijo longo.

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- Eu nunca vou poder te agradecer o suficiente, Mi. – ele disse aliviado, afrouxando a gravata. Ri.
- Daqui pra frente, só garotas “normais”. Combinado?
- Feito. – ele sorriu. – Bom, agora vou para a Spartacus. Toda essa fuga me deu sono... Se você já quiser voltar para a Avalon, te acompanho.
- Não, vou ficar aqui mais um tempo. Boa noite.
- Boa noite. – ele me deu um beijo no rosto, agradecido, e foi sozinho em direção às Repúblicas.

Pensei em voltar para o Salão Principal e aproveitar o restante do show mas, quando virei as costas, meu coração deu um solavanco. Parado atrás de mim, parecendo apreensivo, estava o professor Henri.

- Podemos conversar, Miyako? – ele perguntou sem rodeios e concordei com a cabeça. Caminhamos em silêncio até o lago. – Sobre ontem...
- Não precisa se explicar. Eu garanto que por mim, ninguém vai ficar sabendo do que aconteceu. – disse séria o encarando e ele pareceu se relaxar um pouco.
- Obrigado. Mas mesmo assim, eu acho que ainda te devo explicações... Aquela é Sophie, minha ex-noiva. Ela não aceita o fim do relacionamento e foi a Beauxbatons ontem, pedindo que eu reconsiderasse. Eu posso garantir que não vai acontecer novamente. – ele frisou cada palavra.
- Professor... é sério. Eu já até esqueci o que aconteceu.
- Henri. – ele disse enérgico. – Me chame de Henri, pelo menos quando eu não estiver te dando aulas... Ou Tiago, se preferir.
- Tiago? – perguntei esquecendo todo o assunto anterior e me divertindo internamente.
- É o meu primeiro nome. Só me conhecem como Henri, por causa do time... Parecia mais “francês”, entende? Por que está rindo? – ele perguntou sorrindo também, curioso.
- Nada... é só que... parece que eu já li essa história uma vez. – comentei mais para mim mesma e ele pareceu ainda mais confuso. Ao longe, vi Inês saindo de mãos dadas com Derek, parecendo se divertir. Balancei a cabeça, rindo. – Esquece, ok? Estou pensando alto. Quanto à Sophie e à conversa, esquece isso também. Quero dizer, espero que vocês tenham se acertado e...
- Não. Acabou. Tudo o que mais quero é apagar tudo o que aconteceu. Só que fiquei preocupado, afinal, aquele é o meu local de trabalho. Não queria que você pensasse que estava confundindo as coisas.
- Não pensei nada disso, não precisa se preocupar. – apressei em dizer, me sentindo tão leve que poderia voar. - Se para nós dois esse assunto está morto, então vamos enterrá-lo e conversarmos sobre outras coisas. – sugeri depressa e ele concordou, animando-se.
- Gelado aqui, não é? – comentou e rimos, nos acomodando em um banco.

Aos poucos, eu me sentia mais à vontade e ficamos conversando na beira do lago até uma multidão de estudantes sair do castelo comentando animadamente sobre o Baile de Inverno. Baile este, que eu nunca mais me esqueceria...

With each word your tenderness grows
Tearing my fear apart
And that laugh, wrinkles your nose
Touches my foolish heart

Lovely!
Never ever change
Keep that breathless charm
Won’t you please arrange it, cause I love you
Just the way you look tonight

Frank Sinatra – The way you look tonight

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Uma semana antes do Baile de Inverno

- Aquelas garotas estão olhando para cá, Kam. – Luna falou enquanto andávamos de mãos dadas. Nós estávamos voltando para as repúblicas ao final de mais um dia de aula.

- Que garotas?

- Você sabe de quais eu estou falando. – Ela me lançou um olhar risonho, mas severo. – Não só elas, outras também já ficaram nos encarando o tempo todo. Desde que foi anunciado o baile. Acho que todas as garotas já nos olharam, para ser mais exata.

- Deixa elas, devem estar apenas comentando que já somos um par. – Falei sorrindo, dando de ombros, tentando mudar o assunto.

- Elas estão cochichando. E sempre estão cochichando...Kam, me responde com sinceridade?

- Sim, pode perguntar.

- Você pode ouvi-las, certo?

- Sim... – Respondi cauteloso, enquanto beijava sua testa. – Por que?

- O que elas estão falando? – Ela perguntou, inquisitiva, e eu engoli em seco.

- Sobre as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Não adianta tentar mentir pra mim, Kam, você não consegue. – Ela sorriu e o sorriso derrubou minhas defesas.

- Elas estão falando coisas...

- Que coisas? – Ela perguntou, me fazendo parar ao lado de uma árvore. A Luna sabe ser inquisitiva e persuasiva quando quer, e no momento estava usando toda sua habilidade. Eu me recostei na árvore, enquanto ela se abraçava a mim e me olhava nos olhos.

- Ah, coisas...

- Quais? Me diga, por favor, Kam.

- São coisas comuns, banais.

- É sobre a gente, não? Me conta. – Ela falou me dirigindo um olhar calmo e sereno, derrubando minhas últimas defesas. Era incrível como um bruxo adulto não conseguiria me derrubar, mas uma garota que batia em meus ombros conseguia...

- São idiotices, você não precisa ouvir.

- Eu quero ouvir. – Ela comandou.

- Você não vai gostar...

- Eu agüento...Vamos me conta? – Ela pediu enquanto ficava na ponta dos pés para me beijar. Eu suspirei e olhei para as garotas, depois olhando de volta para Luna. Eram três garotas e elas falavam de nós, eu podia ouvir com perfeição. Eu suspirei novamente e olhei para o chão, enquanto repetia o elas diziam.

“Olha só, é um dos Chronos, aquele é o Seth não é? Ele é lindo!!”

“Um gato. Os dois são, e a família deles é poderosa, são um ótimo partido.”

“Só não entendo porque ele está com aquela garota. Ela é esquisita, estranha. Ele devia estar com uma garota à altura”.– Direcionei um olhar rápido para Luna, já com raiva, porém ela não reagiu de forma alguma.

“Se eu tivesse um minuto com ele mostrava o que era uma garota de verdade”.

“Tenta convidar ele pro baile? Vai que ele aceita?”

“Melhor, vai que no baile ele a larga e vem ficar com uma de nós.”

- Já chega. – Foi minha vez de comandar. Luna olhou pra mim e sorriu.

- Viu, não agüentei?

- Não sei como você consegue. Eu queria voar nelas.

- Não precisa, meu querido, confio em você. Vamos então? – Ela falou me puxando pela mão, eu suspirei aliviado e a beijei antes de sairmos da árvore. Porém, assim que contornamos a árvore e ficamos escondidos por ela, Luna sacou minha varinha mais rápido do que eu podia notar e apontou para as três garotas. Ela desferiu feitiços rápidos, todos ilusórios e estuporantes. As três garotas pararam de falar imediatamente e encaravam o nada, quando de repente saíram correndo, como se tivessem visto um fantasma, desmaiando no meio do caminho. Eu fiquei boquiaberto, enquanto Luna sorria, me dava um beijo nos lábios e devolvia a minha varinha.

- É muito bom ter um namorado auror, ele pode usar magia sem se preocupar com represaria, é muito útil. Vamos, Kam? – Ela falou sorrindo, me puxando novamente pela mão. Eu ri e a abracei.

- Você é única. Às vezes acho que deveria ter medo de você me atacar.

- Não precisa. Você não. Agora os outros precisam ter sim. Até parece que vou deixar alguém tocar em meu Kam.

Nós fomos para as Repúblicas e eu ouvia as conversas das pessoas. Parece que as garotas juravam ter visto um trasgo no meio dos jardins, e por isso tentaram correr com medo, mas no meio da fuga, um bando de fadas as atacou, fazendo-as dormir. Eu realmente acho que as pessoas tem que tomar cuidado com a Luna...

Durante o resto da semana, eu tomei o cuidado de evitar que Luna percebesse garotas me olhando, mas sabia que ela notava, então tomava cuidado para que elas não as enfeitiçasse, mas surgiu uma síndrome na escola: diversas garotas iam à ala hospitalar com sintomas de alucinações, seguidas de desmaios. Não tinha como provar, mas achava que era a vingança da Luna...

Baile de Inverno

No dia do baile, algumas garotas um pouco mais desesperadas e corajosas, vieram falar comigo no final das aulas, perguntando se eu iria com elas ao baile. Eu dizia que já tinha namorada e depois passei apenas a ignora-las. Algumas também tentavam com o Griffon, mas ele as recusava também, brincando e desconversando. O pior era quando andávamos eu, ele, Biel e Ty. Biel era o Campeão de Beauxbatons, Ty um imã de garotas e nós os gêmeos favoritos das três escolas, nós quatro atraímos garotas, como doces atraem diabretes, e cabia ao Ty e ao Griffon expulsa-las, pois eu e Biel ficávamos sem graça demais e tentávamos ignorar.

Na noite do baile, combinei de buscar a Luna em sua república, e enquanto aguardava a hora marcada, eu, Griffon, Micah, Ty e Gabriel nos arrumávamos, colocando as roupas formais para o baile. Biel estava nervoso por precisar abrir o baile, e nós não ajudávamos, implicando cada vez mais com ele. Na hora de sairmos, ele já estava vermelho.

- E então, Griff, você vai com quem ao baile? Você se esquivou de todas as garotas possíveis. – Micah perguntou, enquanto ajeitava a gravata de seu irmão Wes.

- Eu vou com a Beatrice, uma das primas do Ty. Já havia combinado com ela.

- Ele ta é fugindo das garotas porque deixou a Emily em Beauxbatons, se não ele tava indo com ela. – Biel devolveu todas as implicâncias de Griffon, deixando-o vermelho.

- Você por acaso pediu a autorização do irmão dela para PENSAR em ir com ela ao baile? – Ty perguntou brincando com ele também.

- Ah entendi porque vai com a Bea, ela sabe que você é comprometido com a Emily! – Falei enquanto ria.

- Ah não encham! – Griffon falou tacando um par de meias em cada um. Todos caíram na gargalhada, até mesmo Griffon, totalmente vermelho.

- Está na hora, vamos todos juntos? – Micah perguntou rindo.

- Tem certeza?! Não tem como adiar não? Não quero abrir aquele baile! – Biel falou, deixando transparecer muito nervosismo na voz.

- Lobão, ninguém vai te morder. No máximo querer pular em você e rir muito caso você tropece no vestido da Mi e caia no chão. E no máximo isso só vai durar por uns 100 anos: o Campeão que caiu na frente de todos no baile! – Griffon falou rindo.

- Muito obrigado, Griffon, me ajudou tanto! – Biel bufou olhando-o azedo.

- Não se preocupe, Lobão, em ultimo caso a gente apaga as luzes! Então ta certo o plano B né? Se Lobão pagar mico nó apagamos todas as luzes! – Ty falou enquanto colocava a mão no ar, para que todos colocassem juntos. Biel foi o ultimo a colocar, ainda meio nervoso. – Um por todos, todos por um! Sempre quis dizer isso! – Ty falou rindo e saímos juntos da República, cada um indo pegar o seu par.

Ty iria buscar a Savanah e Griffon a Beatrice. Eu, Biel, Micah e Wes fomos juntos para Avalon buscar a Luna, Miyako, Evie e Geórgia, pois elas estavam na mesma república e quando chegamos lá, Reno já esperava a Annia, que desceu rapidamente. Reno parecia ainda mais nervoso que o Biel, pois é muito mais tímido e fechado que ele. Evie e Geórgia chegaram logo em seguida e os dois pares foram indo para o castelo, enquanto eu e Biel esperamos por apenas alguns instantes Miyako e Luna estarem prontas, e quando chegaram, nós dois assoviamos baixinho.

Miyako estava maravilhosa e fiz uma reverência para ela, ganhando um sorriso e um tapa leve no braço, mas também um beijo no rosto. Fiz outra reverência diante de Luna, com um sorriso bobo e apaixonado, e beijei sua mão. Ela estava maravilhosa em um vestido longo azul de alças finas, e seus cabelos brilhavam. Ela não usava nenhum amuleto ou coisa do gênero, apenas a meia-lua em seu pescoço, o pingente gêmeo do meu. Ela sorriu para mim e me beijou levemente nos lábios, dando o braço para que eu a levasse. Nós quatro fomos para o castelo juntos, conversando e tentando acalmar o Biel que a cada passo ficava mais roxo. Quando finalmente chegamos ao castelo ele parecia que ia explodir de tão roxo que estava, e piorou quando o diretor chamou ele e Miyako para darem início ao baile.

Eu e Luna procuramos então a mesa onde estavam nossos amigos e a encontramos muito próxima da pista de dança, para ter uma ótima visão de tudo. Rumamos para lá enquanto eu notava algo muito indesejado: os olhares dos garotos. A Luna sempre é belíssima, magnífica, porém em dias comuns os demais parecem não notar isso, e eu nunca havia passado por isso. Porém hoje ela estava deslumbrante, e algo em mim dizia que era uma forma de fazer as outras garotas calarem a boca, o que aconteceu, pois diversas estavam de queixo caído. Os olhares nos acompanhavam e ouvi alguns comentários maldosos de alguns garotos, que foram silenciados ao receber um único olhar meu. Ninguém, ninguém naquela escola, falaria algo indecente de minha namorada, e se pensasse em tentar algo com ela, eu cuidaria para que fosse a última coisa que pensassem. Fui ficando de mau humor a cada passo, pois cada vez mais garotos dirigiam os olhares para Luna, e é claro, diversas garotas brigavam com seus pares.

- Uau!! Luna, você está linda! – Ty comentou, enquanto soltava um assobio baixo e sorria para ela. Ele sorriu para mim também, e quase caiu na gargalhada ao perceber o meu humor. Savanah estava com os olhos arregalados e encarava Luna como se nunca a tivesse visto. Deixei Ty ler minha mente, pedindo nomes de todos aqueles garotos. – Ta bem Seth, eu te dou nome, endereço e ano dos garotos, agora vira esse olhar assassino para longe de mim!

- Vocês atraíram o olhar de metade do baile, a outra metade que não olhou é porque ainda não chegou. – Micah falou rindo, ignorando meu sorriso mortífero.

- Di-Lua, tenho que admitir, você está linda! Parece alguém normal! – Griffon brincou, ao dar a mão para Luna se sentar enquanto eu puxava a cadeira para ela. Eu sentei ao seu lado e lancei um olhar azedo para Griffon.

- Você fica estranho nessas roupas, Griffon. Parece um pingüim! – Luna falou rindo e o som de seu sorriso serviu para me acalmar um pouco.

- Um lindo pingüim, isso com certeza, né meu queridinho? – Beatrice falou enquanto apertava as bochechas de Griffon. – Você atraiu mais gente que o normal, Seth, daqui a pouco o diretor vai pedir para você se retirar, para que as pessoas possam ouvir o que ele tem a dizer.

- Obrigado pelos elogios, Bea. Mas trocaria tudo por menos olhares em NÓS. – Eu falei com entonação a palavra “nós” e todos riram. Luna se inclinou para mim e me beijou por um longo tempo.

- Não se preocupe querido, não troco você por nada. Não precisa ter ciúmes.

- Eu sei que não. Mas é maravilhoso ver os olhos dos outros em você, e praticamente ouvir o que eles estão pensando. – Falei rabugento, lançando um olhar assassino para um garoto que ousou passar perto demais de nós, fazendo-o correr olhando para o teto.

- Bem feito! Quem manda ser bom leglimente?! – Ty brincou comigo, enquanto pegava a mão de Luna. – Senhorita, tem certeza que não troca o vampirão ai por esse escocês lindo?

- Obrigada, Sr. Escocês. Mas meu vampirão é mais bonito. – Luna sorriu e Ty deu de ombros, aceitando a derrota.

Paramos de conversar na hora da ceia, e provei apenas um pouco da comida, pois apesar dela estar muito boa, eu não sinto muita fome. E depois para assistirmos os campeões dançarem. Biel e Annia evitavam a qualquer custo nos olhar, e nós nos segurávamos para não rir, em respeito a eles. Apesar de todo o nervosismo, eles dançarem muito bem, e após os seis terem dançado sozinhos por um tempo, os demais casais levantaram-se e se juntaram a eles. Eu tomei a mão de Luna e a levei para a pista de dança, onde dançamos juntos lentamente. Ela descansou a cabeça em meu ombro e eu mergulhei meu rosto em seus cabelos, suspirando com seu perfume.

- Eu não culpo todos esses garotos, pois você está magnífica, Luna. Mais linda do que o normal.

- E você está muito lindo, Kam. Essas roupas formais caem muito bem em você. E eu te amo, querido.

- Eu também amo você. – Nós terminamos o resto da música lenta nos beijando por um longo tempo, para só depois voltarmos para nossa mesa, onde poucos ainda estavam, pois a maioria ainda estava na pista de dança, agora que As Esquisitonas começaram a tocar músicas mais agitadas.

Eu e Luna fomos para os jardins e nos sentamos em um banco perto de uma roseira, sendo iluminados por fadas vivas. Uma delas pousou em minhas mãos e a entreguei para Luna, que sorriu e a deixou voar novamente. Ficamos um tempo ali namorando e conversando, quando decidi que já era uma boa hora para entregar o presente dela.

- Quero lhe mostrar um lugar especial. Vem comigo.

Ela me deu a mão e a levei para dentro dos jardins, na direção das paredes dos castelos. Quando chegamos onde eu queria, eu a peguei rapidamente no colo e em um único salto alcancei o quarto andar, e continuei pegando impulso, chegando ao local onde eu passava as noite olhando as estrelas. Eu segurei Luna com uma mão só, enquanto com a outra me segurava em uma beirada.

- Feche os olhos. – Eu falei e quando ela o fez, beijei seus olhos e saltei o parapeito, chegando na pequena varanda secreta. – Pode abri-los.

Eu a coloquei no chão, enquanto ela abria os olhos e sorria maravilhada. Eu havia encantado flores para flutuarem pelo local e para que piscassem em dourado. Pendurei azevinhos e outras plantas, formando uma espécie de decoração de natal, havendo inclusive uma pequena árvore iluminada de natal, e ao pé desta, havia um pequeno pacote, que eu me apressei em pegar.

- É para você. – Eu falei sorrindo, e ela pegou o embrulho, notando que era mais pesado do que esperava. Ela o abriu com facilidade e pegou um grosso livro, enquanto um pequeno objeto caia no chão. Ela apanhou o objeto e me olhou sem entender, e eu fiquei um pouco vermelho.

- Eu achei esse livro na biblioteca do clã e quis lhe dar, é um livro muito completo sobre criaturas e plantas antigas e exóticas, há um grande catálogo de plantas que acreditam-se estarem extintas...O que me fez querer dar a você era porque nesse livro há diversos animais e plantas que você conhece, mas todos acreditam ser invenção.

- Obrigada, Kam. E essa chave? – Ela falou, balançando uma chave no ar.

- É para você, se você quiser.

- É óbvio que eu quero, mas é uma chave para o que?

- É para uma casa que eu comprei. – Eu fiquei vermelho e olhava para o chão. – Fica em Devonshire, próximo a antiga casa de minha mãe. É para se um dia você quiser ir morar lá comigo.

- E é claro que eu quero. Quero conhecer esta casa logo! Eu adorei os presentes meu querido. – Ela falou sorrindo, e havia lágrimas em seus olhos, pois eu sabia que ela desejava uma família, não agora, mas desejava. Ela me abraçou com força e me beijou. – Agora o seu presente.

Ela falou enquanto abria sua bolsa, e de lá tirava um grande pacote embrulhado em um papel multi-colorido, com desenhos de diabretes. Eu ri e peguei o pacote, abrindo-o em seguida. Lágrimas vieram aos meus olhos, pois eram fotos nossas, organizadas em um álbum. Em cada foto havia a data e o local, assim como uma pequena anotação. Havia fotos de nós dois quando estudávamos em Hogwarts, quando começamos a namorar, no Egito...Uma foto do sorriso dela, que eu adorava...E por ultimo vinha uma pintura feita por ela, de nós dois abraçados, com a lua em nossas costas. Eu deixei as lágrimas saírem a vontade e a puxei para um beijo demorado.

- E isso, é chave para meu coração. – Eu falei mostrando o álbum, beijando-a novamente. – E ele é somente seu.

- Meu coração também é seu, Kam, sempre foi. Olha os azevinhos estão se movendo! Isso é um bom sinal. – Ela falou apontando o azevinho sob nossas cabeças e se pendurando em meu pescoço.

Havia comida naquela pequena varanda, pois eu pretendia que fosse um picnic a luz das estrelas, mas logo esquecemos disso, pois nos deitamos no chão, olhando as estrelas. Ela deitou em meu braço, próximo a mim, e o controle que eu treinei por anos me salvou de não querer ataca-la, ali. Ela parecia saber disso, e se debruçou sobre mim, deitando a cabeça em meu peito, soltando minha gravata. Eu suspirei, e não agüentei mais, puxando-a para cima de mim, enquanto me sentava com ela em meu colo. Ela sorriu ingenuamente enquanto me beijava e acariciava meu pescoço.

- Eu amo você, Luna Lovegood, e quero passar toda minha vida com você.

- E eu te amo, Seth Kamui Capter Chronos, e quero ficar ao seu lado sempre. Vou te ajudar em tudo que precisar, e juntos lutaremos contra qualquer diabrete. – Ela sorriu pra mim, como se para apagar minhas ultimas preocupações. Ela me deitou novamente, e pela primeira vez, sob a luz das estrelas, fomos um só.orrendo, como se tivessem visto um fantasma, desmaiando no meio do caminho, chamando a atenç.

sábado, 20 de dezembro de 2008

O baile de inverno rolava animado e foi muito legal ver Reno, Gabriel e Gina junto com seus pares sendo o centro das atenções na hora de abrir o baile. Annia que era o par do Reno queria sumir num buraco no chão e Gabriel cavaria o buraco rapidamente e iria junto se tivesse chance rsrs.
John chegou atrasado e depois de se desculpar com Julianne, ele sinalizou que queria conversar comigo em particular. Nos afastamos por alguns minutos e ele me explicou o motivo do atraso e isso me deixou surpreso e depois irritado. Mas eu não iria fazer nada que atrapalhasse a festa, afinal era um baile de um Torneio Tribruxo, quem estragaria isso?

O conhecimento te traz poder... E o poder te ajuda a decidir entre o certo e o errado para a sua vida com responsabilidade...

Lembrava das palavras de tio Lu, durante o treinamento das férias, enquanto dançava com Martina e Kay, logo Griffon e Batrice se juntaram a nós no salão. Griffon era meu parceiro no treinamento para auror e inominável, e conseguíamos nos comunicar através da Legilimência. Ele percebeu que havia algo me preocupando e abri minha mente para que ele lesse os meus pensamentos, enquanto riamos para as garotas sem perder o ritmo:

- O que aconteceu?
- Savie mentiu sobre o bebê!
- HÁ! Sabia que tinha coisa estranha nisso. Tem certeza?
- A poção que tomo para dormir impede que eu engravide alguém. John me contou.
- Criação do Riven?
- Sim.
- Huh! Ele é bom. O que vai fazer?
- Abrir o jogo e ser livre
. - e perdemos o contato visual por uns segundos enquanto girávamos as garotas. Quando nos encaramos novamente, ele disse:
- Fico aliviado Ty.- e Griff sorriu.
- Eu também!

No final da dança, as pessoas bateram palmas e Savannah marchou até a pista e me puxou pelo braço, me afastei jogando beijos para Martina e Kay. Como era o final da festa, começamos a voltar para as repúblicas. Ela bufava e eu a olhava friamente.
- O que você achou que fazia lá Ty? Queria me humilhar na frente de todo mundo?
- Como é sensação de se sentir enganado Savie?- perguntei devagar.
- Como?
- Eu sei de tudo. Só quero entender porque você fez isso.
- O que foi que eu fiz?
- Esta gravidez...Porque fez isso comigo?
- Como assim? Nós ficamos juntos e eu acabei ficando grávida.
- Porque você disse que o filho era meu?
- Porque é seu, Ty. Já conversamos sobre isso.
- Este filho não é meu Savannah.
- Claro, que é. Você acha que eu me enganaria com uma coisa destas??
- Não pode ser meu, porque eu tomo precauções extras.
- Você está mentindo para me irritar...
- Não estou. Sem saber eu tomo uma poção contraceptiva. Portanto este filho não é meu.
- Eu juro que ele é seu Ty...- notei o pânico em sua voz, e ali eu tive total certeza de que ela mentia.
- Jura? Então vou te perguntar uma coisa: Você já olhou para as minhas costas?
- Sim, claro. Isso não é importante...
- Eu que decido isso. O que você viu Savie?
- Vi que você tem algumas cicatrizes, você disse que era de umas quedas que teve quando pequeno.
- Nem todas são. Lembra de uma mancha irregular? Parece um mapa.
- Sim, o que isso tem a ver conosco?
- Sabe... Todos os McGregor tem uma mancha daquelas quando nascem, e é igual em todos nós. É a nossa marca de família. O bebê que você espera vai ter a marca também?- ela começou a ficar pálida e disse:
- Não sei o que andaram falando a você, mas o bebê é seu...
- Pare de mentir Savannah. Olha bem para mim e fale a verdade, pelo menos uma vez: este filho é meu?
- Eu te amo Ty. - e ela tentou me abraçar e eu segurei seus braços e a afastei.
- Nunca mais ouse me tocar, se você me vir numa calçada, desvie, não tente se aproximar de mim ou de qualquer um da minha família. Eu estaria no meu direito de fazer um escândalo, mas não vou fazer isso. Vou escrever ao seu pai avisando que nosso noivado acabou.
- Você não pode terminar comigo. Meu pai vai me matar...
- Isso não é problema meu. Só queria entender porque você fez isso.- Porque eu te amo, nós temos que ficar juntos. Meu pai vai me expulsar...
- Procure o pai do seu filho, faça-o assumir a responsabilidade.
- Ty eu te amo, faço o que você quiser, você pode me bater para aplacar sua raiva, mas não me abandone...- disse puxando minha camisa.
- Saia da minha frente e me esquece. - comecei a me virar quando lembrei de uma coisa.
- O anel. - e estiquei a mão, esperando.
- Este anel é meu, você me deu...- disse derramando lágrimas que não me comoviam mais.
- Dei, porque você ia ter o ‘meu’ filho. Tenha um pouco de dignidade e o devolva, como já disse antes: dinheiro não nasce em árvores. - e ela tirou o anel do dedo entregando-o a mim. Coloquei-o no bolso e fui para a Spartacus, ficar com meus amigos.
Durante o caminho eu sentia o cheiro limpo da neve e o achava maravilhoso. Eu estava livre.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ENSAIO PARA A ABERTURA DO BAILE DE INVERNO
Os campeões do Torneio Tribruxo, acompanhados de seus pares, deverão comparecer ao teatro da escola as terças e quartas, 20hs, em virtude dos ensaios para a abertura do Baile de Inverno. Qualquer aula nesse horário está temporariamente suspensa aos campeões e seus pares.

Igor Ivanovich
Diretor



O sinal já tinha tocado e a maioria da turma já saia da sala de DCAT, mas eu continuei parado em frente ao mural de recados. Os ensaios começariam naquela noite e ainda não tinha um par. Era uma tarefa simples para os meus amigos, mas pra mim era mais complicada do que aparentava. Não havia ninguém em mente que quisesse convidar e nem sabia como faria, caso surgisse alguém. Talvez fosse sozinho para o ensaio e um milagre acontecesse.

Resolvi deixar o aviso para trás e ir almoçar, afinal, ainda tinha uma tarde inteira e talvez achasse a solução. E fiquei muito satisfeito em saber que não era o único desconfortável com aquela situação. Gina, mesmo tendo namorado, não estava nem um pouco animada com a perspectiva de ensaiar passos de dança com o Harry. Chegou irritada no salão principal quando ele já estava quase vazio e abriu espaço entre eu e uma garota de Durmstrang que não conhecia, sem nem pedir licença. A menina olhou irritada para ela e saiu. Miyako riu do meu lado.

- Problemas? – perguntei tentando não rir, pois já sabia o motivo do mau humor
- Harry me escreveu de volta – disse amassando um pedaço de pergaminho e queimando com a varinha – Usou apenas três palavras: Eu não danço.
- E o que vai fazer? Deixar ele de fora do baile?
- Respondi que então ia convidar outro garoto, têm muitos aqui doidos para acompanhar a campeã de Hogwarts.
- E quem você vai convidar?
- Ninguém, ele vai estar aqui às 20h hoje, quer apostar?
- Não posso perder galeões, obrigado.
- E você? Já tem par? – perguntou enquanto se servia
- Claro que não! – Miyako respondeu por mim – E acho que você espantou a última que estava tentando ser convidada – e as duas riram
- Eu não ia convidar aquela menina, nem sei quem ela é! – me defendi
- Ele é muito medroso pra convidar alguém – Miyako completou
- Obrigado – respondi azedo e elas riram – Não é tão simples assim, ok? Elas ficam me cercando e eu não gosto disso. Não quero escolher ninguém porque estou sendo pressionado.
- Gabriel, você tinha uma namorada! – Miyako falou indignada – Como pode ter namorado e ainda não saber chegar numa garota? Como você arrumou uma namorada então?
- Eu sei lá, só meio que aconteceu! – disse desesperado e elas caíram para trás no banco, rindo – Isso, podem rir, eu mereço.
- É um caso perdido – Gina balançou a cabeça e elas riram mais ainda
- Se você quiser, eu vou com você, Biel – Miyako parou de rir e sentou direito outra vez.
- Não precisa, não quero atrapalhar você com ninguém.
- Me atrapalhar com quem? Um pingüim? – disse rindo – Os garotos legais daqui são comprometidos, só sobraram os chatos, o que explica não terem namorada...
- Tem certeza que não se importa em me acompanhar?
- Claro que não! Vou adorar ver a cara azeda das meninas se perguntando o que eu tenho que elas não têm – disse convencida e rimos
- Ok então, você é meu par pro baile – estendi a mão e ela apertou – 20hs hoje no teatro, temos um ensaio.
- E que comece o mico de natal! – Gina disse animada e continuamos almoçando, sem tocar mais no assunto de baile.

ººº

Às 20hs em ponto Gina, Miyako e eu já estávamos no corredor que dava acesso ao teatro, e não foi surpresa nenhuma nos depararmos com Harry em pé na porta, esperando a namorada chegar. Ela olhou pra mim rindo e foi ao encontro dele. Logo depois Reno apareceu com Annia do lado e o professor de artes e a de Literatura chegaram, abrindo a porta e mandando que entrássemos. Era unânime o clima de desconforto que pairava no ar. Vi uma vitrola velha em cima de uma mesa e o palco estava todo limpo, com espaço de sobra para nos movimentarmos. Ele pegou um disco e colocou na vitrola, indicando o palco para subirmos.

- Muito bem, vamos começar com algumas informações – o professor subiu no palco com a outra professora e parou na nossa frente – Primeiro: de nada vai adiantar vocês reclamarem que a música é antiquada e a dança é “pagação de mico”, pois é essa música e essa dança que são tradição do Torneio Tribruxo e são elas que vocês terão que dançar. – nos olhamos já preocupados, mas ele nem deixou que interrompêssemos – Segundo: Vocês seis irão abrir o baile sozinhos. Quando der a hora, as portas do salão se abrirão e vocês entrarão com seus pares em frente a toda a escola sim. O campeão de Durmstrang, por ser o anfitrião, irá à frente. Depois Hogwarts e Beauxbatons. – suspirei aliviado do lado da Miyako e ela riu – E terceiro e último: não faltem a nenhuma aula, pois se na hora não souberem os passos, aí sim vai ser uma “pagação de mico geral”. – e acabamos rindo da entonação dele, tentando nos imitar. – Agora vamos começar! Vou soltar a música e vocês façam o que eu e Mira fizermos, ok?

Assentimos com a cabeça e nos posicionamos no palco, cada um com seu par. Ele ligou a vitrola e juro que saiu poeira da letra da música. Começamos a rir na mesma hora, mas ele olhou sério e paramos, tentando acompanhar os passos que eles faziam. Lembrei na hora dos filmes que tio Scott gosta de assistir de vez em quando, de séculos passados. Estava me sentindo, além de um idiota, um idiota com roupa de babado dançando na frente da corte em um baile no palácio real. Mas ao menos estava conseguindo acompanhar um pouco melhor que os outros, e Miyako também, o que facilitou bastante. Reno estava indo rápido demais e Annia ficava dando bronca para ele diminuir o ritmo e Harry pisava no pé da Gina o tempo todo, pedindo desculpa de 5 em 5 segundos.

Já era quase 21hs quando ele nos liberou, lembrando que deveríamos voltar no dia seguinte, e caminhamos de volta para as repúblicas enquanto Gina acompanhava Harry até o portão para que ele desaparatasse. Ficamos do lado de fora das republicas um tempo ainda, comentando do ensaio e rindo da dança da época das nossas bisavós. Não tinha jeito, íamos ter que dançar aquilo na frente da escola inteira, mas ao menos uma coisa ninguém pode negar: mesmo rindo das nossas caras, todos queriam estar no nosso lugar, abrindo o baile como um dos campeões do Torneio Tribruxo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

-...Meu pai não ficou contente com este seu casamento. - Luka disse baixo, para Savie, estavam num beco escuro próximo das repúblicas.
- Não daria certo entre nós Luka, eu gosto do Ty.
- O que te levou a ele? O dinheiro?
- Não seja grosseiro...
- Savannah, sou eu. Não sou como aquele otário, não precisa fingir. Aliás, ele sabe que você me procurou alguns dias depois do casamento da Irina??
- Como ousa?
- Ele não sabe sobre nós? Não é? Bem... Acho que vou dividir segredos com ele...
- Você não pode falar nada sobre o que aconteceu...Você tem mais a perder do que eu.
- Não posso? Porque você acha isso??- ele perguntou presunçoso.
- Porque não sou eu que tenho usado Amortentia, quando quero segurar a Ludmilla ao meu lado.
- Você é louca...- ele disse tentando rir e ela respondeu:
- Pode ser, mas se você disser alguma coisa ao Ty, pode pegar seu ursinho para ir dormir em Azkaban com sua irmãzinha. Ou você acha que eu não percebi que ela também usou uma poção proibida com o marido? Tsc, tsc... Aqueles irmãos devem ter mel, para vocês se arriscarem tanto assim.
- Não sei porque meu pai queria que eu me casasse com você...
- Talvez porque eu seja mais inteligente do que pareço, e já que eu sou, tome cuidado com o que fala Luka. Não tente me prejudicar se quiser continuar a viver livre neste fim de mundo.
- Sabe...Eu te odeio garota, você não vale nada.
- Acho o mesmo de você. E uma observação: você é péssimo. Devia pegar algumas dicas com o Ty, ele sabe como tratar uma garota, talvez Ludmilla se apaixonasse por você de verdade.
E ela o deixou lá sozinho, com tanto ódio que ele queria bater em alguma coisa, talvez ele encontrasse alguém para descarregar a raiva
.


Com tudo que estava acontecendo na escola e na minha vida nas últimas semanas, era de se estranhar que eu ainda soubesse o meu nome sem vacilar.
Todos os dias da semana eram ocupados por aulas extras, treinos de quadribol, pois teríamos um campeonato intereescolar e cada jogador queria mostrar seu potencial, e como se eu não tivesse quase nada para fazer, eu acabei pedindo para o professor de Artes me deixar voltar a ser baterista da banda da escola. E mesmo com todas a atividades, ainda havia tempo para saber das novidades que rolavam na geleira. E no meu caso eu acabava ouvindo as coisas com duas versões: a versão de Savie e suas amigas Inês e Hannah, bem tendenciosa, diga-se de passagem, e a versão real na voz dos meus amigos. Com o anúncio do baile de Inverno, mais um drama havia sido acrescentado à nossa rotina: os que estavam sozinhos iriam com quem?? Claro, que eu já sabia todas as cores de prováveis vestidos que Savie poderia usar e a óbvia mudança de planos. Toda vez que ela falava alguma coisa envolvendo roupas, eu me desligava e só balançava a cabeça concordando. Reno tinha seus problemas também, porque toda vez que uma garota tentava se aproximar, ele olhava feio, e algumas até saiam ofendidas com o jeito ríspido dele. Gina tinha namorado, era mais fácil e Gabriel...Bem o Lobão, embora o segundo mais rápido na realização da tarefa tinha algumas limitações. Ele era tímido.
Eu e Micah até oferecemos de ajudar Gabriel com o seu par. Faríamos um leilão, e ele iria com quem pagasse mais pelo privilégio de ir ao baile com o campeão de Beauxbatons, simples assim, mas ele não achou isso muito engraçado, então nos divertíamos vendo-o sendo abordado pelos tipos mais estranhos. E olha que eu achei que já tinha visto de tudo. Só faltou algum garoto convidá-lo para ser seu par, mas se isso tivesse ocorrido, Gabriel seria desclassificado do torneio, porque teria havido morte. Pelo menos até o baile, este problema seria resolvido enquanto outros...

-o-o-o-o-

- 400pessoas, Savannah?? O que é isso? Copa Mundial e eu num tô sabendo?
- Não precisa gritar Ty...
- Não estou gritando. Você disse que nosso casamento seria uma festa íntima...
- Mas papai tem muitos convidados...
- Não se trata do que o seu pai quer. O casamento é nosso e eu digo que esta lista vai ser reduzida. Somente a família e amigos próximos...
- Mas você quer convidar as pessoas daqui...E tem os esquisitos...Não fica bem convidar um lobisomem para um casamento...E os vampiros?? Vou ter que colocar no convite: protejam seus pescoços para não virarem aperitivo?
- São amigos de minha família e eles não gostam de sangue ralo, que é o que muito convidados seus tem. E Gabriel é um dos meus padrinhos, aceite isso.
E quem é este Rosmanov? E este LeFevre??
- Rosmanov, Ministro da Transilvânia, Inês diz que ele é muito importante. E LeFevre, é o mais cotado para a presidência da Suprema Corte bruxa...
- Não quero saber dos amigos desta Inês. Não conheço este cara, não me interessa se ele vai ganhar na loteria. SE não sei quem é, está fora.
- Não precisa falar assim Ty. Vou rever a lista e cortar algumas pessoas...
- Me dá isso aqui...- peguei a lista e comecei a riscar tudo, deixando apenas os parentes e amigos muito próximos.
- Pronto! Esta é a lista, não coloque mais ninguém sem minha aprovação...
- Você disse que eu podia cuidar do casamento...
- Isso foi antes de você querer tornar este casamento um espetáculo, e isso às custas de minha família...
- Mas você é rico, e nosso casamento é uma ocasião feliz...
- Dinheiro não dá em arvores, nós trabalhamos para tê-lo, e o fato de eu ter recebido uma herança, não me isenta de ter que trabalhar.
Ela fez beicinho e queria chorar, e eu não estava com muita paciência e soltei logo:
- Pára de chorar, você vai ficar com a cara inchada e de pálpebras caídas. - e ela prendeu o choro. Que bom que cresci numa casa cheia de mulheres e aprendi alguns truques.
Acho que Savie percebeu que eu não estava de muito bom humor e deixou o assunto morrer. Passei o resto da noite ouvindo-a falar do enxoval que os pais dela estavam fazendo para ela. Em dado momento, deitei no colo dela e enquanto ela falava e passava a mão nos meus cabelos, eu adormeci. Finalmente algum tempo de silêncio.

-o-o-o-o-o

- Annia porque você terminou com o John? O que foi que ele fez?- perguntou Vina, durante o café da manhã e enquanto eu me sentava na mesa, e puxava uns pães frios pro meu lado e esperava a resposta da Annia.
- Terminei porque ele não me entende, oras. - ela respondeu evasiva.
- Annia acha que o John devia falar mal da namorada do papai tigrão, e ele se recusa a isso. - respondi e Annia rosnou.
- Aquela mulher não serve para o meu pai. É uma aventureira...E John ficou todo alegrinho em ficar perto dela, então que ele fique com ela, já que a acha tão legal.
- Você terminou com ele só por isso? E o baile? Quer dizer, você corre o risco de ser convidada por algum bobão. - disse Milla e Evie completou:
- E se o seu pai resolveu namorar isso é um problema dele, você não devia descontar no John. Porque acho que tem mais coisa ai? - e vi os olhos de Annia se estreitarem, ela estava de mau humor.
Antes que eu comentasse mais alguma coisa, senti dois pares de mãos, cobrirem meus olhos e vozes conhecidas falarem no meu ouvido:
- Olá bonitão! Sentiu saudades nossas?- gargalhei reconhecendo as vozes e meus olhos foram descobertos:
- O que vocês fazem aqui, garotas? - perguntei para as gêmeas Julianne e Beatrice Sheridan, sobrinhas de meu padrasto e o motivo de deixar as garotas de Durmstrang com o pé atrás, depois que elas olharam para os garotos da mesa e exibiram sorrisos de aprovação, em reconhecer alguns dos meus amigos. Gina e Miyako acenaram para elas alegremente e Ricard já tinha as orelhas vermelhas, que Vina estava prestes a torcer.
- Mamãe nos transferiu para cá, porque precisávamos de disciplina. - respondeu J. e B. completou:
- Na verdade, nós queríamos estar perto da agitação que é o torneio Tribruxo, e como fomos expulsas da outra escola, ela achou que nos mandando para cá estaria nos punindo.
- Vocês foram expulsas porque?- quis saber Ricard doido para receber atenção delas.
- Coisinha à toa. Só explodimos um armário de vassouras...- disse Beatrice e Julianne completou:
- Com o zelador dentro é claro. - e exibiram sorrisos marotos e rimos com elas.
- Realmente é um castigo enorme, estudar aqui. Notou que aqui não tem nem shopping? Como as pessoas daqui se divertem? Pescam em buracos no chão, como os esquimós??- perguntou Julianne.
Eu e os garotos rimos e Evie, Vina, Annia, Nina e Milla, ficaram com caras sérias, prontas pra responder de forma não muito educada, quando Geórgia passou e acenou para elas, rindo de forma meio alucinada, que retribuíram:
- Vejo vocês depois na república, queridas.
- Pode contar conosco Geógie parceira...- respondeu Julianne sorridente.
- Como assim se vêem na república?? Na nossa república??? - perguntou Nina assustada e Beatrice respondeu:
- Sim, vamos ficar na Avalon, não é demais? Temos boas lembranças de lá...
- E chegamos em boa hora, viram que Geórgie anda errando a mão nos estimulantes?? Ela deve ter um fornecedor ruim...Precisamos apresentar o nosso para ela. - disse Julianne e isso bastou para fazer as meninas da Avalon se levantarem e marcharem para fora do salão irritadas. Olhei sério para as duas disse:
- Vocês não deviam provocar assim...
- Mas elas ficam tão engraçadas quando estão nervosas...Nem pensam em filtrar a realidade da zoação. - e riram junto com Miyako e Gina, e se sentaram do meu lado. Não demorou muito tempo, Savie saiu da mesa dela e logo estava perto de nós.
-Ho-ho...Isso vai ficar bom. - disse Griff e as gêmeas olharam para os lados de Savie e a ignoraram.
- Ty preciso falar com você.
- Só um minuto, Savie ainda estou tomando café, o dia vai ser longo. - respondi e Julianne colocou um pedaço de torrada na minha boca para provocar. Savie empinou o queixo e me chamou novamente de forma mais estridente e Julianne disse:
- Vá logo Ty, senão a Miss Coalhada vira queijo. - Savie bufou e antes que começasse uma briga, eu me levantei para sair com ela. Beatrice não deixou de provocar:
- Nos vemos depois TJ querido.- piscaram para mim e logo começaram a conversar com os garotos na mesa. Pelo jeito, as gêmeas Sheridan chegaram pra trazer confusão, só espero sobreviver a isto.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ter me tornado campeão de Beauxbatons fez com que pessoas que eu nem conhecia passassem a me cumprimentar pelos corredores, mas ter sobrevivido à 1ª tarefa tornava tudo muito maior e mais maluco. Agora além de me cumprimentarem por todo canto, alguns mais empolgados me paravam para perguntar sobre a prova, queriam discutir meu desempenho e o dos outros campeões, e chegar no horário para as aulas começava a se tornar uma missão impossível.

Os professores eram muito diferentes dos de Beauxbatons. Faziam uma verdadeira manobra para conseguir que alunos de três nacionalidades diferentes compreendessem o que estava sendo ensinado, o que acabava deixando as aulas divertidas. Mas nem todas, claro. Transfiguração e Feitiços, matérias que sempre gostei, tornaram-se torturas semanais. Os professores eram os mais rigorosos da escola e não davam moleza. De uma hora pra outra, Minerva McGonagall transformou-se em uma verdadeira fada dando aula. Que saudades dela...

Mas apesar das novidades, tentava me adaptar ao máximo a Durmstrang e não mudar minha rotina. Mesmo competindo no Torneio iria participar do campeonato de quadribol entre as 12 casas, tinha me inscrito na Oficina de Artes para continuar com o teatro e havia conseguido uma vaga de fotógrafo no jornal da escola, depois que a editora-chefe dele, Georgia Yelchin, fez com que o antigo se demitisse. Ela era mandona, tinha uns surtos do nada e gritava com o primeiro que passasse, mas Evie conseguia controlar a maluca e estabelecer a paz. Durmstrang também tinha clubes de todos os tipos, mas não me inscrevi em nenhum além da Oficina de Artes e no Jornal. Seria impossível freqüentar todos, assistir as aulas, comer e dormir. O horário deles era insano e os créditos do jornal e do teatro eram suficientes para passar.

Já havíamos entrado em Dezembro e o frio que já era castigante agora se tornou insuportável. O castelo era muito mal aquecido e mesmo as aulas sendo dentro dele, continuava sentindo frio. Já estávamos no fim de uma aula de Transfiguração e estava sentado no fundo da sala com Ty, Miyako, Griff e Gina. A professora falava muito rápido em búlgaro e só Ty entendia o que ela dizia, nos traduzindo uma coisa ou outra mais importante. O sinal tocou e nos levantamos para sair, mas ela ergueu a mão e todos sentaram outra vez. Ninguém ousava desobedecer àquela mulher, só o olhar dela já seria capaz de nos assassinar.

- Tenho um aviso para passar para a turma e vou dizer uma vez só, em inglês. Quem não entender, peça para algum colega explicar – começou falando em tom enérgico e em inglês, o que agradeci – O Baile de Inverno é uma tradição do Torneio Tribruxo e uma oportunidade para convivermos socialmente com os nossos hóspedes estrangeiros – e indicou os alunos de Beauxbatons e Hogwarts com a mão – O baile só será franqueado aos alunos do quarto ano em diante, embora vocês possam convidar um aluno mais novo se quiserem. O traje é a rigor – continuou a professora – e o baile, no Salão Principal, começará às oito horas e terminará a meia-noite, no dia 23 de Dezembro.

Ela fez uma pausa, tempo necessário para a turma se agitar com conversas sobre o baile, e com um único aceno fez todos se calarem outra vez.

- Tradicionalmente, os campeões abrem o baile com os seus pares.
- Ah droga, tinha esquecido dessa parte – falei abaixando a cabeça
- Eu tinha deletado essa parte da minha mente – Gina gemeu do meu lado
- Ao menos você ainda tem namorado, não precisa procurar um par – resmunguei de volta
- Você não viu o Harry dançando, não é? – ela escorregou na cadeira desanimada. Ri.
- Portanto – ela pigarreou alto, provavelmente por ter nos ouvido falando – aproveitando que temos a ilustre presença de nossos três campeões em sala hoje, os senhores já podem providenciar seus pares. Os ensaios para os campeões e seus acompanhantes começarão duas semanas antes do baile com o professor Ivo. Classe dispensada.

Ela estalou os dedos desviando a atenção para seus livros e a turma inteira levantou. As meninas já estavam animadas pro baile e alguns garotos até já discutiam sobre quem iriam convidar, mas a alegria coletiva não me contagiou. Agora que não tinha mais namorada, não tinha par.

- E ai, lobão? Qual vai ser? – Ty e Griff me cercaram no corredor, apontando para algumas meninas que passavam – Você é o campeão, cara! É só escolher que elas caem no seu colo na hora.
- Não faço a menor idéia – respondi desanimado – Mas uma semana pra conseguir um par é sacanagem. Não devia ter terminado com a Mad...
- Não mesmo, ela era gostosa, cara! – Griff falou indignado e olhei atravessado – O que foi? Era mesmo, não era, Ty?
- Eu não sei de nada... Mas que era, era – Ty respondeu cínico e balancei a cabeça, largando os dois pra trás.

Eles me alcançaram e continuaram falando um monte de bobagens, dando nota para as meninas que cruzavam nosso caminho, aprovando e reprovando algumas para a minha lista de candidatas. Mas embora a narração deles estivesse divertida e até tenha dado risada em alguns momentos, a tarefa seria mais complicada do que já parecia. Acho que estou sentindo falta das criaturas da 1ª tarefa...
 

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