Algumas memórias de Rory Montpellier, Final de julho de 2011
Após o nosso casamento, Ty e eu viajamos por um fim de semana para Londres, para uma ‘lua de mel’. Claro que quando chegamos no hotel trouxa cinco estrelas, ficamos em quartos separados, conversávamos o estritamente necessário e se encontrássemos pessoas conhecidas ele fazia questão de bancar o marido apaixonado. Tentei por algumas vezes conversar com ele sobre o passado, sobre minha mãe, mas Ty sempre inventava desculpas, e depois de um tempo eu não insisti mais.
Quando voltamos ao rancho, estávamos muito acostumados com a máscara de casal feliz e as pessoas pareciam acreditar nisso. Julian se distraia pelo rancho, já que Justin havia ido embora com seu pai, Haley estava de castigo então não poderia viajar com os amigos, e Olívia havia passado uns dias com os pais de Jolie, e havia voltado muito mimada, e acabou levando algumas broncas do pai, e ela me olhava ressentida. Eu vivia tentando agradá-la, mas como me ignorava, passei a ficar no meu canto.
Como a vid continua e cada um tinha suas próprias coisas para fazer, eu voltei a trabalhar no jornal e Ty voltou animado para sua rotina de treinos, preparando-se para a nova temporada do campeonato mundial.
Uma semana após nosso casamento, acordei com gritos desesperados e levantei rápido, encontrando os outros no corredor. Haley, é quem havia gritado, parecia ter sido um pesadelo. Como ela soava desesperada, pensei que ela poderia estar tendo uma crise nervosa por causa do pesadelo com os Chronos, mas quando ouvi o tom de voz dela, percebi que era uma coisa seria e Alex após usar a Legilimência acreditou que a filha falava a sério. Na hora Ty mandou seu patrono aos Chronos, e nos mandou ficar ali com Julian e Olívia, e logo saía junto com os outros para aparatar na casa dos amigos. Pelo que entendi um grande perigo se aproximava.
Graças ao aviso do espírito protetor de Ártemis, o ataque aos Chronos foi evitado e alguns de seus inimigos foram eliminados. Depois disso, as coisas começaram a voltar ao normal, e um dia Ty pediu que eu, levasse Julian, Haley e Olívia para vê-lo num jogo eliminatório. E para minha alegria encontrei por lá Ludmilla, esposa de Karkaroff , que levava seus filhos e sua sobrinha Elena, e ficamos todos juntos. Após o jogo vencido pelos Abutres, fomos todos jantar na casa de Ludmilla. Nestas ocasiões ele era o Ty que eu havia conhecido em Beauxbatons. Conversava, fazia brincadeiras, segurando minha mão, e várias vezes me dando olhares intensos, que me deixavam ansiosa, porém não passava disso. Ao ver o jeito que Iago agia com a Milla, eu sentia um pouco de inveja. Sabia que ali não havia fingimento algum. Então eu repetia em minha cabeça ‘por um ano’, como se fosse um mantra, especialmente quando ele e eu discutíamos por algum assunto relativo ás crianças. No final acabávamos pedindo desculpas um ao outro, mas o clima entre nós, continuava tenso. Era cansativo.
Quando setembro chegou as coisas estavam mais calmas, Julian e Haley voltaram para Hogwarts e Olívia voltou para a escola fundamental. Alex e Logan aproveitaram para sair em uma viagem e várias vezes Ty avisava que não dormiria em casa, pois estava envolvido em alguma coisa com os Chronos, eu ficava sozinha em meu quarto com muito tempo para pensar. Olívia quando descobria que estava sozinha comigo se refugiava em seu quarto. Eu sempre ia até lá dar uma olhada em como ela estava e tentava conversar mas era em vão. Só havia algum interesse quando o pai ou os avós estavam em casa, pois nestas ocasiões ela sempre se lembrava de alguma coisa que haviam feito quando sua mãe estava viva. Era a forma de ela mostrar que eu estava sobrando ali. Comecei a ignorá-la e isso a incomodou, pois depois de algum tempo ela começou a pelo menos manter uma conversa educada comigo.
Os dias passavam rápido e logo estávamos nos preparando para as festas de final de ano. Eu havia comprado presentes para todos e os escondi em meu quarto e alguns na minha sala no jornal. Nas vésperas de Julian e Haley voltarem de Hogwarts e irmos todos para a Escócia passar o Natal com a avó do Ty, Brian apareceu no jornal para me ver. O abracei feliz e ele me convidou para tomar um café e colocarmos o papo em dia, peguei meu casaco e fomos para um restaurante próximo ao jornal. Brian segurou minha mão quando começamos a rir de um comentário sobre um amigo em comum quando ouvi uma voz séria às minhas costas.
- Atrapalho alguma coisa?
Olhei para trás e Ty estava parado a pouca distância e tinha um ar carrancudo no rosto.
- Ty...O que você faz aqui?- perguntei soando defensiva e ele estreitou mais os olhos, enquanto via que eu retirava minha mão da mão de Brian.:
- Vim buscar minha esposa par irmos para casa. Mas vejo que ela está ocupada.
- Sente-se conosco. Este é um grande amigo, Brian quero que conheça o pai do Julian, Ty McGregor.
Eles apertaram-se as mãos, de forma fria, e Ty disse que não poderia ficar já que algumas pessoas do restaurante começaram a querer cumprimentá-lo. Como já estava tarde, Brian e eu nos despedimos, e eu voltei ao jornal com Ty, para pegar minhas coisas e irmos embora. Durante todo o caminho Ty ficou calado e quando chegamos em casa, ele foi grosseiro ao sugerir que eu estava toda animada, mas deeria segurr a minha onda, afinal logo, logo eu poderia voltar para o meu jogador de basquete. Não fiquei calada, e respondi irritada.
Ele como atleta tinha a obrigação de respeitar a carreira do Brian, e me respeitar porque eu não estava fazendo anda de errado e estava conversando com um amigo. Ele riu zombeteiro e me deixou falando sozinha. Que raiva!
A casa da avó do Ty ficava na região do Lago Ness e como era inverno e o lago estava congelado, eu quis tirar algumas fotos para mandar ao jornal, e como os outro estavam ocupados com a preparação das festas, pedi a Ethan que me levasse até lá, quando voltei, Ty estava irritado.
- Onde você estava?
- Fui tirar algumas fotos para o jornal do lago Ness...Ethan estava comigo e...
- Ele sempre está com você, será que é porque eu nunca desconfiaria dele???
- O que você está insinuando?
- Há algo para insinuar? Porque para mim esta claro que você quer atenção e escolheu o Ethan.
- Você não pode ser tão baixo a ponto de pensar isso de seu irmão.
- Porque não? Ele é um homem.
- Que você me despreze, eu posso suportar, mas não ouse pensar isso do Ethan, ele é seu irmão e meu amigo. E mesmo que você não acredite, nenhum de nós dois seria capaz de trair você.
- Meu irmão não me trairia, mas você já o fez, e mais de uma vez...- ele jogou na minha cara a história com minha mãe e não ter contado sobre o Julian.
- Você nunca vai esquecer, não é?- senti meus olhos ardendo e me recusei a chorar na frente dele. Ergui o queixo e fui para o meu quarto, e por sorte não encontrei ninguém no caminho ou eu desmoronaria. Mal fechei a porta e as lágrimas começaram a sair sem controle. Ouvi o barulho de porta se abrindo, e antes que eu me ajeitasse, Julian entrou. Olhei para ele tentando disfarçar, mas ele sabia que eu e seu pai, havíamos brigado e não sei como, sabia a verdade sobre o meu casamento. Meu filho me abraçou para me acalmar, e disse que devíamos ir embora, não pensei duas vezes e concordei com ele. Ele saiu para arrumar suas coisas, e eu comecei a arrumar minhas coisas.
Eu estava colocando um suéter dobrado na mala, quando Ty entrou no quarto. Notei que ele tinha os cabelos bagunçados, como se houvesse passado a mão por eles, impaciente e eu disse:
- Veio me ofender mais um pouco Ty?
- Nós precisamos conversar...
- Agora? Eu estive disposta a conversar desde quando nos casamos, e agora que eu estou indo embora você quer conversar? Agora você percebeu que existo?
- Eu sei que você existe, sei até demais, será que não entende?- disse frustrado.
- Não, eu não te entendo...- continuei a pegar as roupas para colocar dentro da mala, mas me virei para ele e perguntei:
- Porque você se casou comigo? Seja sincero por favor. - ele me encarou sério e disse:
- Foi para atrair a sua mãe. Queria uma forma de localizá-la, para colocá-la na cadeia, e casar com você me pareceu o método mais rápido, já que você já foi cúmplice dela. E quando consultei Viera e ele me orientou sobre a lei de sucessão, me deu os motivos para te convencer, sem levantar suas suspeitas. - Absorvi suas palavras e disse cansada:
- Agora que esclarecemos isso, você pode me dar licença? Preciso pedir uma chave de portal ao Ministério.
- Não vá embora Rory...- pediu.
- Porque? Porque meu filho vai comigo? Já disse que não vou afastar Julian de você nunca mais. - eu disse séria e ele se manteve calado. Suspirei cansada e fechei a mala, e isso pareceu tirá-lo do torpor:
- Não vá embora, porque eu me apaixonei por você novamente, e não soube lidar com isso. Achava que desejar você, estaria traindo a memória do meu pai, e me sentia péssimo. Então descarregava em você, acusando-a das coisas mais idiotas, e tudo porque eu quero você, como nunca quis tanto alguém, e isso me assusta. - olhei para ele com dúvidas nos olhos e disse:
- Nunca teve medo de nada e nem ninguém, porque eu acreditaria em você? - e eu comecei a andar para a porta quando ele me segurou pelo braço. Estreitei os olhos e ele me soltou, mas não se afastou:
- Você queria a verdade, pois ai está: Amo você e não vou deixar você ir embora, sem me ouvir. Quando você não contou sobre sua mãe, tudo o que eu vi foi o que eu sentia ser jogado pra escanteio, porque você não me escolheu em primeiro lugar, não acreditou que o que tínhamos era forte o bastante para superar tudo. Joguei a culpa de tudo que aconteceu em você, e a mandei embora, agi como um idiota. Eu me arrependi depois, mas fui orgulhoso demais para ir atrás de você e me agarrei na dor da morte do meu pai, para me manter afastado. Mas nunca deixei de pensar em você, sonhar com você....Alguns meses depois, eu fui procurá-la e a vi beijando um garoto, hoje eu sei que era o Brian, pensei que você houvesse seguido sua vida, e fiz o mesmo com a minha.
- E quando minha vida estava voltando aos eixos, depois da morte da Jolie, você veio buscar nosso filho e quando a vi...Lutei para não me apaixonar por você, mas não teve jeito. Amo você, e sei que seria pedir demais que você se sentisse do mesmo jeito, depois do modo que agi. Nosso filho vai ter tudo, vou ser um bom pai para ele, e assim que você quiser damos entrada no divórcio e você poderá ser feliz com quem você quiser, não vou dar mais problemas, só quero que você me perdoe por tudo.
Eu olhava para ele e aquelas palavras entrando na minha cabeça, e apesar de eu ter ficado muito zangada com ele, havia uma coisa que era maior que qualquer outro sentimento. Eu sempre amei ao Ty, mesmo quando sentia vontade de quebrar um vaso na cabeça dele, e ouvi-lo dizer que me amava e que me daria o divórcio para que eu fosse feliz com quem quisesse me fez ver que bater o pé e ir embora não traria nada de bom a nenhum de nos dois e eu disse séria:
- Você estava certo: eu não acreditava que o que nós tínhamos era forte para suportar o que viesse. Eu não me achava boa o bastante para estar com você, então quando tudo aconteceu e você me expulsou da sua vida, eu fui sem lutar. E quando descobri que eu esperava o seu filho e não te contei, eu dizia a mim mesma, que era para proteger o bebê, mas no fundo eu estava me protegendo, tentando evitar que você me mandasse embora novamente, eu estava muito ferida. Quando nos reencontramos, eu disse estava me casando com você, para evitar que você me tirasse o Julian, mas era mentira. Eu ainda pensava em você, e quando me beijou, eu percebi que te amava ainda, e deveria ter engolido meu orgulho e ter me desculpado por meus erros nos passado...Desculpe...
- Você casou comigo porque me ama?- ele perguntou me olhando nos olhos.
- Acabei de dizer isso, está surdo?- respondi impaciente e ele disse sorrindo:
- Se você me ama e eu amo você, nosso casamento pode dar certo não é? Podemos deixar as brigas no passado, esquecer as exigências que fizemos um ao outro para trás... - e ele passava as mãos em meus braços lentamente, e eu me arrepiava com seu toque.
- Sim, podemos....- respondi fraca, mas insisti:
- Ainda teremos muitas coisas para acertar Ty...As crianças....Sua família...
- Eles vão ficar felizes por nós, esclarecemos as coisas, e sabemos o que teremos que fazer para que tudo dê certo. - e quando ele chegou mais perto, perguntei enquanto ele abaixava a cabeça para me beijar:
- O que teremos que fazer Ty?
- Pra começar podemos começar a dormir juntos, Declan ronca mais que você.
- TY! - eu gritei e ele riu, enquanto nos beijávamos apaixonadamente.
What do I got to do to make you love me
What do I got to do to be heard
What do I do when lightening strikes me
What do I got to do,
What do I got to do?
When sorry seems to be the hardest word...
N.Autora: trecho da música: Sorry seems to be the hardest Word, de Elton John.
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